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Como transformar suas relações de trabalho, segundo Sofia Esteves

Os profissionais buscam líderes e empresas que tenham coerência entre fala e prática, diz Sofia Esteves, presidente do Conselho do Grupo Cia. de Talentos

Sofia Esteves: a busca, hoje, é por relações profissionais marcadas pela confiança (DMRH/Divulgação)

Sofia Esteves: a busca, hoje, é por relações profissionais marcadas pela confiança (DMRH/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 15h00.

Última atualização em 20 de novembro de 2017 às 15h00.

Há algum tempo tenho trazido para esse espaço as mudanças pelas quais o universo do trabalho tem passado. Cada vez mais, as pessoas querem ser felizes e não estão mais dispostas a se contentarem com a promessa de felicidade e isso vale tanto para a vida pessoal quanto para a profissional.

Na pesquisa Carreira dos Sonhos, deste ano, conduzida pelo Grupo Cia de Talentos, já foi possível levantar dados que demonstram que a busca, hoje, é por relações profissionais marcadas pela confiança, ou seja, os profissionais buscam líderes e empresas que tenham coerência entre fala e prática: falar o que se faz e fazer o que se fala. Outro estudo também aponta para o mesmo horizonte: em sua pesquisa global de CEOs, de 2016, a PwC informou que 55% dos CEOs acham que a falta de confiança é uma ameaça ao crescimento das organizações.

Mas, afinal, como aumentar o nível de confiança dos profissionais? O neurocientista Paul J. Zak, diretor-fundador do Center for Neuroeconomics Studies e professor de economia, psicologia e gestão da Claremont Graduate University, aponta um caminho para essa resposta. Segundo ele, somos naturalmente inclinados a confiar nos outros, porém, nem sempre. A ocitocina, hormônio produzido no cérebro, é a responsável por reduzir o nosso medo em confiar. No entanto, esse hormônio pode aumentar ou diminuir em nosso organismo de acordo com inúmeras variáveis, como o estresse que é responsável por sua redução.

Por meio de suas pesquisas, Paul Zak identificou oito práticas de gestão que promovem a confiança. Essas práticas são mensuráveis e podem ser geridas para melhorar o desempenho das equipes. Para fazer essa mensuração é possível utilizar um assessment como o NeuroView, que mede o nível de confiança que a equipe tem em um determinado líder. Ele funciona da seguinte forma: o líder responde a uma autoavaliação com 16 perguntas que descrevem um comportamento. Da mesma forma, a equipe também avalia o líder. O resultado é dado por meio de um relatório que dirá como o líder é visto em relação aqueles aspectos, além disso, o documento também traz uma reflexão de como o líder pode desenvolver cada um dos comportamentos avaliados.

Os oito aspectos que os líderes precisam exercer são comportamentos que aumentam o nível de ocitocina nas pessoas. E quanto maior o nível de ocitocina mais confiança existirá, pois é esse hormônio o responsável por nos conectar às pessoas. A ocitocina nos faz sentir o que o outro sente. E esse hormônio vai além: aqueles que liberam mais ocitocina são mais felizes.

Portanto, para as empresas que querem promover maior confiança entre seus colaboradores e um ambiente que proporcione maior felicidade minha dica é óbvia, porém, eficaz: busquem a manutenção dos comportamentos, como reconhecimento, pressão em níveis saudáveis, ambiente colaborativo e que estimule a criatividade, porque tudo isso aumentará o nível de ocitocina produzida diariamente.É incrível como o avanço da neurociência pode nos ajudar a entender as mudanças que estão ocorrendo nas relações humanas.

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