Como lidar com a superficialidade
A tecnologia e as redes sociais aumentam a velocidade da comunicação. Mas todo profissional deve lutar contra um novo problema: a superficialidade
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2015 às 12h08.
A tecnologia e as redes sociais trazem avanços e aumentam a velocidade da comunicação. Mas todo profissional deve lutar contra um novo problema: a superficialidade.
Nos anos 70 e 80, era comum ouvir a frase “informação é poder”. As notícias demoravam a aparecer e a comunicação era mais controlada. As novas tecnologias e as redes sociais implodiram as barreiras de acesso à informação, que flui livre, rápida e de maneira mais democrática. Isso é obviamente um ponto positivo, mas tem exposto uma realidade que talvez ficasse escondida: a dificuldade que as pessoas têm de transformar informação em conhecimento.
Trata-se de uma responsabilidade que profissionais precisam assumir urgentemente. O que vemos, com frequência, é uma tendência à generalidade, para não dizer superficialidade. As pessoas se contentam com uma manchete e se julgam bem informadas. Mas não resistem à segunda pergunta sobre o tema. Poucas se demonstram capazes de ler um conteúdo de redes sociais com distanciamento crítico.
Vale lembrar que a matéria abundante hoje é a informação. Quando bem comunicada e depois tratada didaticamente, essa informação vira conhecimento.
Como dizia Ethel Medeiros, minha amiga e uma das maiores psicólogas brasileiras: “Quando minha filha me faz uma pergunta, gosta de salientar que quer uma informação, e não uma explicação”.
Existem realmente momentos em que a informação basta: onde mora fulano? Quem vem nos visitar neste fim de semana? Com quem você estava conversando? No entanto, há situações em que precisamos de uma explicação, e só a informação não é suficiente. Exemplo: qual foi o crescimento do PIB brasileiro em 2014? A informação é 0,6%. Mas qual a explicação? Quais as razões? Quais as consequências? Eis a diferença.
A explicação tem de ter outra característica, que é difícil de ser exercida por boa parte da população: a síntese. Quando a explicação não é boa e sintética, ela se apresenta cheia de ruídos e com muitos “veja bem” e “parece que”. Vale a pena lembrar que o conhecimento contribui para que as pessoas melhorem sua capacidade de diagnosticar, mas só a sabedoria conduz à síntese.
Sabedoria é a experiência de viver a vida com acertos e erros, bem digeridos e aprendidos. É saber a hora de informar e o momento certo de explicar.
* Luiz Carlos Cabrera escreve sobre carreira, é professor da Eaesp-FGV, diretor da Amrop Panelli Motta Cabrera e membro do Advisory Board da Amrop International
A tecnologia e as redes sociais trazem avanços e aumentam a velocidade da comunicação. Mas todo profissional deve lutar contra um novo problema: a superficialidade.
Nos anos 70 e 80, era comum ouvir a frase “informação é poder”. As notícias demoravam a aparecer e a comunicação era mais controlada. As novas tecnologias e as redes sociais implodiram as barreiras de acesso à informação, que flui livre, rápida e de maneira mais democrática. Isso é obviamente um ponto positivo, mas tem exposto uma realidade que talvez ficasse escondida: a dificuldade que as pessoas têm de transformar informação em conhecimento.
Trata-se de uma responsabilidade que profissionais precisam assumir urgentemente. O que vemos, com frequência, é uma tendência à generalidade, para não dizer superficialidade. As pessoas se contentam com uma manchete e se julgam bem informadas. Mas não resistem à segunda pergunta sobre o tema. Poucas se demonstram capazes de ler um conteúdo de redes sociais com distanciamento crítico.
Vale lembrar que a matéria abundante hoje é a informação. Quando bem comunicada e depois tratada didaticamente, essa informação vira conhecimento.
Como dizia Ethel Medeiros, minha amiga e uma das maiores psicólogas brasileiras: “Quando minha filha me faz uma pergunta, gosta de salientar que quer uma informação, e não uma explicação”.
Existem realmente momentos em que a informação basta: onde mora fulano? Quem vem nos visitar neste fim de semana? Com quem você estava conversando? No entanto, há situações em que precisamos de uma explicação, e só a informação não é suficiente. Exemplo: qual foi o crescimento do PIB brasileiro em 2014? A informação é 0,6%. Mas qual a explicação? Quais as razões? Quais as consequências? Eis a diferença.
A explicação tem de ter outra característica, que é difícil de ser exercida por boa parte da população: a síntese. Quando a explicação não é boa e sintética, ela se apresenta cheia de ruídos e com muitos “veja bem” e “parece que”. Vale a pena lembrar que o conhecimento contribui para que as pessoas melhorem sua capacidade de diagnosticar, mas só a sabedoria conduz à síntese.
Sabedoria é a experiência de viver a vida com acertos e erros, bem digeridos e aprendidos. É saber a hora de informar e o momento certo de explicar.
* Luiz Carlos Cabrera escreve sobre carreira, é professor da Eaesp-FGV, diretor da Amrop Panelli Motta Cabrera e membro do Advisory Board da Amrop International