Como e quando usar conjunções? Professor dá dicas para nunca mais errar
Em sua coluna semana, professor de português explica o uso de conjunções e também esclarece uma confusão: afinal, é história ou estória?
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2022 às 15h44.
Última atualização em 5 de abril de 2022 às 15h51.
Diogo Arrais, professor de português (@diogoarrais)
Hoje, vamos começar com o trecho abaixo:
"O novo secretário é José de Freitas, ex-titular da pasta de finanças que pediu demissão há um mês e aceitou o convite para voltar à administração."
A conjunção "e" é aditiva, ou seja, tem o papel de acréscimo. Analisando o trecho acima, pergunta-se: o novo secretário aceitou o convite para voltar à administração agora ou há um mês, quando pediu demissão da pasta de finanças? Certamente não.
Ficaria mais adequado assim:
"O novo secretário é José de Freitas, ex-titular da pasta de finanças, que pediu demissão há um mês, mas agora aceitou o convite para voltar à administração."
Vejamos este outro trecho:
"Como a empresa, entretanto, está em péssima situação financeira, deverá, além disso, investir o que for possível neste projeto."
Há conectivos em excesso: como; entretanto; além disso. Mais adequada é a construção:
"Como nossa empresa está em péssima situação financeira, devemos investir o que for possível neste projeto". (ideia de causa e consequência)
DÚVIDA DO LEITOR SOBRE “ESTÓRIA”
No dicionário Houaiss, “estória” data-se do século XIII e é o mesmo que “história”: narrativa de cunho popular e tradicional; história. Etimologicamente, ou seja, na origem, provém da forma inglesa “story”: narrativa, em prosa ou verso, fictícia ou não, com o objetivo de divertir/instruir o leitor, da forma latina “historia,ae”.
A questão é simples: a grafia “estória” é forma arcaica da própria Língua Portuguesa. Na época medieval, “estória” existiu ao lado de “istória”, quando ainda não havia grafia uniformizada para os nossos vocábulos – com invenções distintivas de significado. Houve ainda a forma intermediária “hestoria”.
Ainda sim, em 1919, o gramático João Ribeiro admitia o emprego de “estória” – ao lado de “história”.
No entanto, em 1943, com a vigência do nosso sistema gráfico, a Academia Brasileira de Letras eliminou tal distinção gráfica, recomendando o uso de “história” em qualquer situação: realidade ou ficção.
Antes do fim, hoje faço 9 anos neste espaço. 9 anos ininterruptos, todas as semanas, aqui na EXAME.
Um grande abraço, até a próxima e inscreva-se no meu canal!
DIOGO ARRAIS
http://www.ARRAISCURSOS.com.br
YouTube: MesmaLíngua
Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS
Dicas de carreira, vagas e muito mais
Você já conhece a newsletter da Exame Academy ? Você assina e recebe na sua caixa de entrada as principais notícias da semana sobre carreira e educação, assim como dicas dos nossos jornalistas e especialistas.
Toda terça-feira, leia as notícias mais quentes sobre o mercado de trabalho e fique por dentro das oportunidades em destaque de vagas, estágio, trainee e cursos. Já às quintas-feiras, você ainda pode acompanhar análises aprofundadas e receber conteúdos gratuitos como vídeos, cursos e e-books para ficar por dentro das tendências em carreira no Brasil e no mundo.