Exame Logo

Como é o trabalho em gestora de fundos de investimento

Vitor Paulino, da Tarpon, explica como é o dia a dia de quem trabalha num fundo e como funciona os investimentos da gestora

Dia a dia de trabalho: acompanhamento do portfólio e fomento a novos investimentos (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2015 às 06h01.

Durante a graduação em Administração de Empresas na Universidade de São Paulo ( USP ), Vitor Paulino, 27 anos, participou da Empresa Júnior da faculdade , uma experiência que teve um papel importante para ele. “Foi ali que minha carreira começou”, afirma. Para quem está no início da vida profissional, ele defende, é preciso ter uma atitude muito positiva e disposta, partindo de funções não muito estratégicas, mas que têm muito a ensinar.

Inicialmente no banco J.P. Morgan na mesa de ações como salestrader, Vitor se deu conta de que a área deInvestment Banking era a que mais lhe interessava e pediu para – e conseguiu – mudar de função. “Percebi que gosto mais da gestão de projetos do que de processos”, diz. Trabalhar em Investment Banking permite que ele esteja em novos projetos e em contato com diferentes empresas de diferentes setores o que é muito rico para o início de carreira. Esta é uma boa maneira de não ter uma rotina monótona e manter-se aprendendo sempre. Após passar um ano neste cargo, ele ainda mudou para o banco Credit Suisse e o fundo Kinea Investimentos até chegar à Tarpon, onde está agora.

O trabalho atual

“A Tarpon não é uma gestora convecional”, diz Vitor. “A começar pela estrutura do fundo que permite tanto investimentos líquidos de bolsa como de private equity, além da base de investidores que nos permite mirar retornos de longo prazo”, ele explica. Além do horizonte longo, outra característica é a de concentrar esforços em poucas histórias. “Os três principais investimentos representam mais de 70% do portfólio”, explica Vitor, o que denota outra característica da gestora, a concentração. Ao centrar os recursos e o capital humano em poucas oportunidades são maiores as chance de fazer a diferença e gerar impacto, na visão dele.

Vitor trabalha diretamente com a Somos Educação (antes chamada Abril Educação), atualmente o segundo maior investimento da Tarpon depois da Brasil Foods, atuando como membro do conselho de administração. “Adquirimos recentemente o controle da Somos Educação. A busca, como fica claro, é por fazer grandes e poucos investimentos e colocar pessoas talentosas e alinhadas nos lugares certos”, ele conta.

“A Somos Educação é o sexto maior grupo de educação do mundo e a BRF é a sétima maior empresa de alimentos em valor de mercado. Queremos e podemos ir mais longe com empresas únicas em determinados setores e gerando impacto importante para os diversos stakeholders: nossos investidores, profissionais e a sociedade como um todo” complementa Vitor.

Sem monotonia

O trabalho de Vitor se divide em duas grandes frentes: acompanhamento das atuais empresas do portfólio; e fomento a novos investimentos. “É muito legal poder trazer novas ideias de investimento, mas se trata de um processo longo e minucioso”, ele explica. A primeira coisa a checar, no caso de novos negócios, é a qualidade fundamental do negócio e se a empresa tem potencial para desenvolver uma cultura de alto desempenho. “A vontade em comum tem que ser de fazer algo melhor e mais gerador de valor”, diz o administrador.

Até pela relevância dada ao tema de cultura, meritocracia e colaboração, a posição de Diretor de Cultura e Gestão (ou RH) numa empresa é chave para a Tarpon, por isso é comum que coloquem alguém especialmente preparado para assumir o cargo. Isso tudo para que seja construída uma rede de pessoas apaixonadas pelo que fazem, trabalhando com intensidade e energia num objetivo comum. “Acreditem, mas isso no final do dia é o maior indicador de performance futura de um bom negócio”, comenta Vitor. “Promovemos a transformação também pelas áreas de negócio, dando novos desafios aos talentos já existentes e contratando novos profissionais, quando necessário”, Vitor explica. Nesses casos, os novos gestores podem ser profissionais da própria Tarpon, alguém da rede ou, ainda, é possível realizar um “xadrez de gente” entre as próprias empresas investidas.

Não é muito comum que se contrate em níveis iniciais na gestora, então não há muitos estagiários. Historicamente no fundo a maioria dos funcionários entra com alguma bagagem vinda do mercado financeiro ou consultoria estratégica, mas há exceções. Uma vez na Tarpon, no entanto, há bastante liberdade e poucas “caixinhas” na progressão de carreira. “Há quem vire sócio do fundo em poucos anos, e há quem perceba o desejo por seguir o caminho em alguma empresa investida. É possível assumir mandatos de relevância dentro das companhias”, Vitor explica.

No dia a dia, a função principal é a busca pela maior geração de valor nos investimentos. “Mas não tenho muita rotina”, diz. “O trabalho é composto por bastante análise, reuniões, longas discussões e muita sola de sapato. Sou dono da minha agenda, fazendo o que acho que vai ser melhor para a firma”. É preciso acompanhar o desenvolvimento dos investimentos e a execução dos planos acordados, a dinâmica competitiva do setor, refletir sobre as melhores formas de alocar o capital nas companhias, tanto humano quanto financeiro, além de se relacionar com os investidores. Para quem não gosta de rotina, mas de exercitar sua versatilidade, pode ser um bom caminho desde que mantenha a paixão por aquilo que faz.

Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal de carreira da Fundação Estudar

Veja também

Durante a graduação em Administração de Empresas na Universidade de São Paulo ( USP ), Vitor Paulino, 27 anos, participou da Empresa Júnior da faculdade , uma experiência que teve um papel importante para ele. “Foi ali que minha carreira começou”, afirma. Para quem está no início da vida profissional, ele defende, é preciso ter uma atitude muito positiva e disposta, partindo de funções não muito estratégicas, mas que têm muito a ensinar.

Inicialmente no banco J.P. Morgan na mesa de ações como salestrader, Vitor se deu conta de que a área deInvestment Banking era a que mais lhe interessava e pediu para – e conseguiu – mudar de função. “Percebi que gosto mais da gestão de projetos do que de processos”, diz. Trabalhar em Investment Banking permite que ele esteja em novos projetos e em contato com diferentes empresas de diferentes setores o que é muito rico para o início de carreira. Esta é uma boa maneira de não ter uma rotina monótona e manter-se aprendendo sempre. Após passar um ano neste cargo, ele ainda mudou para o banco Credit Suisse e o fundo Kinea Investimentos até chegar à Tarpon, onde está agora.

O trabalho atual

“A Tarpon não é uma gestora convecional”, diz Vitor. “A começar pela estrutura do fundo que permite tanto investimentos líquidos de bolsa como de private equity, além da base de investidores que nos permite mirar retornos de longo prazo”, ele explica. Além do horizonte longo, outra característica é a de concentrar esforços em poucas histórias. “Os três principais investimentos representam mais de 70% do portfólio”, explica Vitor, o que denota outra característica da gestora, a concentração. Ao centrar os recursos e o capital humano em poucas oportunidades são maiores as chance de fazer a diferença e gerar impacto, na visão dele.

Vitor trabalha diretamente com a Somos Educação (antes chamada Abril Educação), atualmente o segundo maior investimento da Tarpon depois da Brasil Foods, atuando como membro do conselho de administração. “Adquirimos recentemente o controle da Somos Educação. A busca, como fica claro, é por fazer grandes e poucos investimentos e colocar pessoas talentosas e alinhadas nos lugares certos”, ele conta.

“A Somos Educação é o sexto maior grupo de educação do mundo e a BRF é a sétima maior empresa de alimentos em valor de mercado. Queremos e podemos ir mais longe com empresas únicas em determinados setores e gerando impacto importante para os diversos stakeholders: nossos investidores, profissionais e a sociedade como um todo” complementa Vitor.

Sem monotonia

O trabalho de Vitor se divide em duas grandes frentes: acompanhamento das atuais empresas do portfólio; e fomento a novos investimentos. “É muito legal poder trazer novas ideias de investimento, mas se trata de um processo longo e minucioso”, ele explica. A primeira coisa a checar, no caso de novos negócios, é a qualidade fundamental do negócio e se a empresa tem potencial para desenvolver uma cultura de alto desempenho. “A vontade em comum tem que ser de fazer algo melhor e mais gerador de valor”, diz o administrador.

Até pela relevância dada ao tema de cultura, meritocracia e colaboração, a posição de Diretor de Cultura e Gestão (ou RH) numa empresa é chave para a Tarpon, por isso é comum que coloquem alguém especialmente preparado para assumir o cargo. Isso tudo para que seja construída uma rede de pessoas apaixonadas pelo que fazem, trabalhando com intensidade e energia num objetivo comum. “Acreditem, mas isso no final do dia é o maior indicador de performance futura de um bom negócio”, comenta Vitor. “Promovemos a transformação também pelas áreas de negócio, dando novos desafios aos talentos já existentes e contratando novos profissionais, quando necessário”, Vitor explica. Nesses casos, os novos gestores podem ser profissionais da própria Tarpon, alguém da rede ou, ainda, é possível realizar um “xadrez de gente” entre as próprias empresas investidas.

Não é muito comum que se contrate em níveis iniciais na gestora, então não há muitos estagiários. Historicamente no fundo a maioria dos funcionários entra com alguma bagagem vinda do mercado financeiro ou consultoria estratégica, mas há exceções. Uma vez na Tarpon, no entanto, há bastante liberdade e poucas “caixinhas” na progressão de carreira. “Há quem vire sócio do fundo em poucos anos, e há quem perceba o desejo por seguir o caminho em alguma empresa investida. É possível assumir mandatos de relevância dentro das companhias”, Vitor explica.

No dia a dia, a função principal é a busca pela maior geração de valor nos investimentos. “Mas não tenho muita rotina”, diz. “O trabalho é composto por bastante análise, reuniões, longas discussões e muita sola de sapato. Sou dono da minha agenda, fazendo o que acho que vai ser melhor para a firma”. É preciso acompanhar o desenvolvimento dos investimentos e a execução dos planos acordados, a dinâmica competitiva do setor, refletir sobre as melhores formas de alocar o capital nas companhias, tanto humano quanto financeiro, além de se relacionar com os investidores. Para quem não gosta de rotina, mas de exercitar sua versatilidade, pode ser um bom caminho desde que mantenha a paixão por aquilo que faz.

Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal de carreira da Fundação Estudar

Acompanhe tudo sobre:Ambiente de trabalhoaplicacoes-financeirascarreira-e-salarios

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Carreira

Mais na Exame