Carreira

Como a arte de contar histórias pode ajudar sua carreira

Técnicas de storytelling entram para o mundo corporativo e podem ser eficazes também para candidatos durante entrevista de emprego; veja como:


	Personagens da série "Once upon a Time", do canal ABC: Há muito a se aprender com a maneira como a história da "Branca de Neve e os sete anões" chegou até você
 (Divulgação)

Personagens da série "Once upon a Time", do canal ABC: Há muito a se aprender com a maneira como a história da "Branca de Neve e os sete anões" chegou até você (Divulgação)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 11h12.

São Paulo – Entre um conto de fadas e o discurso de um candidato em uma entrevista de emprego há muito mais coisas em comum do que você imagina.

Evidentemente, que no segundo caso não devem existir traços de fantasia – em hipótese alguma. Mas as estratégias por trás da arquitetura dos enredos de clássicos do universo infantil podem ser úteis para tornar o seu discurso mais claro e eficaz durante qualquer etapa de um processo de seleção. Confira quais: 

1 Histórias precisam de começo, meio e fim

Para contar uma história coesa e clara é preciso costurar bem todas as informações. Quanto mais “amarrados” estiverem os fatos, melhor. Por isso, salvo as exceções de algumas escolas literárias, boas histórias demandam começo, meio e fim, afirma Fernando Mazulli, gerente de inovação e qualidade do LAB SSJ.

Na entrevista: A credibilidade e clareza do seu discurso é diretamente proporcional à coerência dos fatos que você descreve. E, para isso, é essencial investir em contexto e dados objetivos. 

Por exemplo, se a ideia é explicar uma promoção, mostre quais os fatores foram determinantes para este salto na hierarquia tendo em vista as demandas da companhia em que trabalhava naquele momento. 

E, claro, não pule para outro assunto antes de colocar um ponto final naquele que está falando. Sempre conclua suas falas, nunca deixe nada em aberto.

2 Diferencie protagonista de coadjuvante

Um dos principais erros na hora de contar uma história é fugir do foco principal: “É dar uma ênfase demais para o personagem que não é principal. É essencial saber distinguir quem é protagonista e quem é coadjuvante”, afirma Daniellle Torres, sócia-diretora do LAB SSJ. 

Na entrevista: De todos os resultados que entregou, relatórios que fechou e vendas que fez, provavelmente, apenas alguns foram, de fato, determinantes para o seu futuro profissional – apesar da soma de todos eles ser essencial para a carreira.


Por isso, é essencial ter uma hierarquia clara do que realmente vale a pena contar para o recrutador. Há fatos na sua carreira que foram protagonistas e outros que foram coadjuvantes. A definição de qual assumiu cada um destes papeis deve ser feita com vistas ao que é demandado para o cargo em questão. 

“Quando você reunir várias histórias, fique atento para como formará a identidade, a marca pessoal da sua carreira”, diz Mazulli.

3 Toda história tem uma moral

Sendo boa ou ruim, toda história tem uma moral, uma lição, um significado. É o que afirma Danielle. “O erro e o acerto fazem parte da história”, diz.

Na entrevista: Denunciar suas limitações e falhas durante a entrevista não é sinal algum de fraqueza. Ao contrário. Dependendo da forma como você descrever o fato em questão, o erro pode virar uma vantagem competitiva.

E a “moral da história” típica dos contos infantis pode ser um bom caminho para isso. “O foco não é o erro e sim o processo de aprendizagem. O foco é o quanto você aprendeu com uma situação. Se pudesse reescrever, quais caminhos seguiria”, diz a especialista. 

4 Importe-se com a audiência

Quem está do outro lado do livro, da tela ou mesa importa (e muito) para a história. Eles assumem um papel quase como de personagens ao determinar a maneira como a história deve ser contada – a começar pela linguagem escolhida, passando pelo tom e fatos que devem ser omitidos. 

Na entrevista: Da mesma forma que o livro “Cinquenta tons de cinza” não foi escrito para crianças, as respostas que você formula para uma entrevista não necessariamente serão pertinentes para outra. 

Novamente, a questão não é inventar histórias, mas sim modelar seu discurso de acordo com o cargo em questão e com a cultura da empresa – se esta for, realmente, coerente com a sua.

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