Carreira

Cometer estes erros deixa claro que você (ainda) não sabe usar a vírgula

O professor Diogo Arrais diz que entender de Sintaxe e Entoação vai fazer a diferença na hora de saber onde colocar os sinais de pontuação corretamente

Teclado: sinal de ponto e vírgula raramente é usado como fazia o mestre Machado de Assis (Thomas Trutsche/Getty Images)

Teclado: sinal de ponto e vírgula raramente é usado como fazia o mestre Machado de Assis (Thomas Trutsche/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2018 às 14h16.

Última atualização em 4 de dezembro de 2018 às 14h17.

A um profissional que busca a desenvoltura, na fala e na escrita, deixo uma recomendação: prática sobre Sintaxe e sobre Entoação.
É pela entoação que se exprimem as diferenças entre uma declaração, uma pergunta, uma ordem, uma exclamação. No estudo do mestre José Carlos de Azeredo, vê-se:

"Servimo-nos ordinariamente da entoação para expressar convicção, surpresa, desalento, incredulidade, otimismo, malícia, indignação etc.
(...)
Acredita-se que certos sinais de pontuação, tais como a vírgula, o ponto e vírgula, o ponto e os dois-pontos, correspondem a uma pausa na cadeia da fala.

Aqui vale notar à escrita formal: sinal de pontuação não é aleatório; é, pois, uma marca de fronteira sintática.

Na relação sujeito-verbo-complemento, não deve haver o uso da vírgula isolada, separando sujeito de verbo, nem verbo de complemento. Vejamos duas inadequações comuns no dia a dia:

"O governo, investirá em tecnologia."
"O governo investirá, em tecnologia."

O bom escritor usará os recursos da pontuação, para o significado pretendido; um bom orador reconhecerá tal intenção. Em voz alta, percebamos um trecho da crônica A ESCRITA É OUTRA, de Fernando Sabino:

"- Que faz uma pessoa como você, Lindalva?
- Como eu, como?
- Como eu como?"

Viu "como" um "como" muda o percurso com distinta ordenação?

Em suma: as riquezas gramaticais e literárias dão mais habilidade e clareza a quem apresenta ideias (líderes, criadores de conteúdo, palestrantes, chefes, estagiários, professores, estudantes).

A inconsciência sobre o poder da entoação está naquela palestra da voz baixa, baixinha, a ponto de o sono vir... e...registrar tudo em câmera lenta.

Na escrita formal, a inconsciência sobre o poder da Pontuação leva o leitor ao campo da impaciência, em que não se sabe se um alguém é sujeito ou é vocativo: "Vai Júlio?", "Vai, Júlio?"

Não deixe para depois: todos os dias, leia em voz alta - ao menos - uma boa crônica.
Um grande abraço, até a próxima e inscreva-se no meu canal!

DIOGO ARRAIS
YouTube: MesmaLíngua
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS

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