Com boom no setor, salários de "devs" superam a própria expectativa
Desenvolvedores têm salário maior do que esperam; valorização é consequência do déficit dos profissionais de tecnologia
Victor Sena
Publicado em 5 de abril de 2021 às 11h52.
Última atualização em 5 de abril de 2021 às 12h34.
Com a digitalização forçada pela pandemia, a busca por profissionais de tecnologia se acentuou no país e expôs as contradições da economia brasileira: o desemprego está alto, mas sobram vagas para profissões como desenvolvedores.
A pouca mão de obra e a concorrência alta, como mostrado por este especial produzido pela EXAME, levam a salários descolados da média do mercado, que aumentaram mais ainda em 2020.
Dados de uma pesquisa da Intera, HRtech de recrutamento digital, mostram que os programadores júniores e plenos acabam recendo um salário maior até do que esperavam.
O estudo, realizado no início deste ano em âmbito nacional, envolveu a participação de mais de 5.332 engenheiros de softwares, desenvolvedores e tech leads — com especialidade na área de back end, dos níveis sênior, pleno e júnior, e mais de 50 empresas clientes da Intera.
De acordo com a empresa, há um encarecimento financeiro e operacional das posições e esses profissionais têm poder de determinar o melhor valor pelo seu trabalho.
A pesquisa também mostrou as motivações para mudar de emprego sinalizadas por esses profissionais.
De acordo com os dados do gráfico abaixo, 82% consideram a assistência médica como um dos três benefícios mais importantes, mas apenas 79% recebem esse amparo de saúde.
Cerca de 25% dos respondentes apontaram a importância do auxílio educação, porém apenas 18% podem ter e, por fim, 62% dos talentos gostariam de receber assistência odontológica, mas apenas 27% deles efetivamente recebem como benefício das empresas.
A pesquisa mostrou também que os conhecimentos mais buscados pelas empresas na hora de contratar este perfil de talento é AWS — Amazon Web Services (44%), a plataforma em nuvem mais adotada e mais abrangente do mundo, seguida por Microsserviços (22%), uma abordagem arquitetônica e organizacional do desenvolvimento de software e Spring Boot por 16% das empresas, que é um framework open source para a plataforma Java.