C-levels Diretores de People participam da terceira edição do Clube CHRO: Os membros têm participação ativa no conteúdo da EXAME, por meio de podcast, matérias de cobertura dos eventos e coluna do Clube CHRO (Eduardo Frazão/EXAME) (Eduardo Frazão/Exame)
Repórter
Publicado em 28 de setembro de 2023 às 11h07.
Última atualização em 1 de novembro de 2023 às 10h54.
Após a pandemia, um assunto ganhou as conversas nos escritórios e até as informais: em qual regime de trabalho você atua?
Esse foi o tema central do terceiro encontro do Clube CHRO, plataforma da EXAME dedicada ao debate sobre desafios para os CHROs, sigla para Chief Human Resources Officer, liderança que está se tornando cada vez mais estratégica para os negócios.
Com o apoio da Flash, empresa de tecnologia para benefícios corporativos flexíveis, o encontro reuniu nesta terça-feira, 26, líderes de empresas em um jantar na Casa Dupac, em São Paulo.
Compareceram representantes das seguintes empresas:
O Clube é um espaço seguro e intimista para interação, troca e está aberto à participação. Além do patrocínio da Flash, a iniciativa conta também com o apoio da We Work.
Além do networking, três executivos participaram de um painel, trocando experiências e ideias sobre os regimes de trabalho que atuam.
Elcio Trajano, CHRO da Eldorado Brasil, empresa de celulose branqueada, representou o regime presencial.
“Na Eldorado, temos uma crença baseada no engajamento das pessoas e nos resultados que alcançamos, de que o modelo de trabalho presencial é o mais adequado para a maior parte das nossas atividades. É neste modelo que desenvolvemos um dos nossos principais direcionadores para o negócio, a valorização das pessoas, que tem um olhar contínuo para nossa cultura. Construir esta relação, na minha visão, demanda o olho no olho, relacionamento, escuta ativa, conversa e gestão humanizada. Estou falando de atitude de dono, humildade, simplicidade, franqueza, determinação, disciplina e disponibilidade”, diz Trajano.
“Não tenho dúvidas de que o sucesso da Eldorado está atrelado ao desempenho das nossas pessoas e ao modelo de gestão que a companhia adotou. Hoje somos reconhecidos como uma das companhias de celulose mais competitivas e sustentáveis do mundo, com resultados financeiros e operacionais que nos deixam bem posicionados e atraindo talentos não só da indústria de base florestal, mas também de outros seguimentos”.
“A Eldorado Brasil produz mais de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, em uma fábrica originalmente projetada para 1,5 milhão de toneladas anuais. E tudo isso, é feito com o cuidado e a dedicação de mais de 5 mil colaboradores perfeitamente alinhados à cultura da companhia”.
Para falar sobre o regime de trabalho híbrido, Camila Almeida, CHRO da Azul Linhas Aéreas, apresentou as motivações da empresa para manter essa cultura após a pandemia.
"A Azul é uma empresa feita de pessoas para pessoas. A mesma preocupação que temos com os nossos Clientes, nós temos com os mais de 15 mil Tripulantes que hoje trabalham na companhia. Apostamos no regime híbrido porque acreditamos na relação interpessoal, na troca de experiências e nos encontros compartilhados, como é a hora do almoço ou o cafezinho da tarde. Mas, também entendemos que o Tripulante pode ter o dia que ele quer trabalhar de casa por algum motivo pessoal, como por exemplo, uma consulta médica ou simplesmente pegar o filho na escola. Acreditamos na força das relações, sempre respeitando a individualidade e tendo a confiança como pilar do relacionamento entre companhia e Tripulante", diz Camila.
"Aqui na Azul nós temos bastante cuidado com a saúde emocional dos nossos Tripulantes. Além de benefícios que dão acesso a diversos tratamentos e consultas online, temos programas específicos que visam treinar as lideranças para que elas reconheçam eventuais mudanças comportamentais. Cada Tripulante é tratado de forma única e individual, assim como nossos Clientes, que recebem atendimento personalizado de acordo com a sua necessidade."
O modelo de trabalho home office ganhou espaço e gerou funções que podem trabalhar em qualquer lugar do mundo.
Exceto as pessoas que são da área operacional, do varejo ou hospitalar, funções administrativas estão sendo adaptadas por muitas empresas para atrair e manter profissionais.
Henrique Holzhausen, CHRO da Libbs Farmacêutica, fala sobre a experiência, porque a empresa adotou o regime remoto para as funções do escritório durante e após a pandemia,
“Apostar no home office hoje está muito ligado ao ambiente de autonomia e confiança. Não são todas as funções da empresa que podem ficar 100% remoto, mas ao longo da pandemia vimos que seria possível adotar esse modelo para os cargos administrativos, até porque trouxe resultados positivos, como uma melhor taxa de retenção e de absenteísmo,” diz o diretor da Libbs Farmacêutica.
“Se trabalhamos em um ambiente em que acreditamos que as pessoas são inteligentes, capazes e honestas, temos que dar essa liberdade, que o trabalho remoto oferece hoje, com autonomia e responsabilidade, reduzindo as burocracias desnecessárias por meio de processos para que os funcionários possam se dedicar ao que geram valor para a vida pessoal e para os negócios.”
Como o modelo remoto está dando certo, a Libbs chegou a devolver o escritório e está viabilizando pontos de coworking para quem busca trabalhar fora de casa. Henrique também reforça que a empresa está adotando práticas de “elegância corporativa”, para que os funcionários, na empresa ou em casa, possam administrar melhor a sua rotina de trabalho.
“Por meio da elegância corporativa criamos algumas regras básicas para respeitar o próximo, como restrição de horários para reuniões e proteção do horário do almoço,” afirma o executivo da Libbs.
O regime de trabalho pode ser mais bem aceito, seja ele presencial híbrido ou remoto, se o funcionário acredita e tem uma boa relação com a empresa, segundo Carlos Maia, CHRO do Grupo Malwee:
“Acredito que quanto mais o funcionário compreende e vive o desafio da empresa, mais ele se conecta e compreende o regime de trabalho definido pela companhia.”