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CEO da Petz conta 6 lições de liderança que aprendeu na pandemia

Sérgio Zimerman, fundador da rede de pet shops, falou sobre os desafios de liderar uma companhia em tempos de crise no evento online Global Retail Show

Petz: a rede de pet shops brasileira estreou na bolsa de valores no dia 11 de setembro, levantando 3,03 bilhões de reais (Divulgação/Divulgação)

Petz: a rede de pet shops brasileira estreou na bolsa de valores no dia 11 de setembro, levantando 3,03 bilhões de reais (Divulgação/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 17 de setembro de 2020 às 17h52.

Última atualização em 17 de setembro de 2020 às 17h59.

A pandemia forçou as empresas a repensar suas formas de trabalho. O home office, antes temido, se mostrou muito benéfico para diversas companhias, que tiveram taxas de produtividade maiores durante o período de isolamento social. Mas como ficam as lideranças nesse novo contexto de trabalho? Sérgio Zimerman, fundador e presidente da rede de pet shops Petz, falou ao Global Retail Show, evento promovido pela consultoria Gouvêa, sobre o que aprendeu durante a pandemia.

Leia abaixo os seis principais aprendizados do executivo:

1 - Imagine o futuro

Em momentos de crise, o presidente da Petz segue uma lição que aprendeu lendo os livros do escritor americano Dale Carnegie: aceite o pior para que você consiga liberar sua criatividade para pensar em soluções. Por isso, quando a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, o executivo rapidamente imaginou que todas as lojas da rede seriam fechadas e o faturamento do grupo viria a zero. Com isso, conseguiu agir rápido. A primeira decisão que tomou foi reforçar o caixa da companhia e garantir a todos os funcionários a manutenção de seu emprego. "Não seria justo que as pessoas perdessem seu emprego por causa de uma pandemia com data para começar e terminar", afirma o executivo. Outra preocupação sua foi atencipar os pagamentos para pequenos fornecedores, garantindo a manutenção da rede de suply da Petz.

2 - Abrace as mudanças

"Não é o mais forte que vence na vida, mas o mais adaptável", diz Zimerman. O executivo defende que as empresas tenham a cultura de que a única certeza é a mudança. Para ele, as mudanças são oportunidades das companhias se reinventarem e se diferenciarem no mercado. "É em time que está ganhando que se mexe. Quando se está bem é o momento de fazer mudanças e testes, porque se der errado você não prejudica a empresa", afirma.

3 - Aprenda rápido

Outra lição importante que o presidente da Petz tirou da crise foi saber aprender rápido. "Na pandemia, não dava para fazer pesquisa de mercado ou contratar consultoria. Simplesmente colocávamos as ideias em prática", diz Zimerman. Para o presidente, o erro é fundamental para a construção de uma companhia boa. O que as empresas previsam evitar é a repetição deles.

4 - Orçamento focado em valores, não no custo

Zimerman afirma que a pandemia fez a Petz colocar seus valores como empresa acima de suas preocupações com os custos. "Não era a hora de fazer a conta de quanto custava proteger seu funcionário ou consumidor. Pensar no curto prazo nos cobraria um preço enorme no longo prazo", afirma.

5- Tome decisões em tempo real

Em um momento que as diretrizes das autoridades mudam constamente, as empresas precisam saber tomar decisões rapidamente. No caso da Petz, Zimerman conta que a diretoria transformou as reuniões semanais em diárias para facilitar a tomada de decisões. Quando algo não funcionava, eles conseguiam repensar e mudar logo.

6- Divergir para convergir

O executivo também acredita que é enriquecedor estimular grupos de discussão a divergir. "Uma vez que os dois lados esgotam os argumentos, um consenso é formado e a companhia toma uma decisão de melhor qualidade", diz o presidente da Petz.

O IPO da Petz

A Petz abriu o capital na Bolsa de Valores de São Paulo no dia 11 de setembro. Longe de ser a maior abertura de capital do ano, o IPO da rede de pet shops chamou a atenção por ela ser a primeira empresa brasileira do setor pet a estrear na bolsa. Com o IPO, a empresa levantou 3,03 bilhões de reais.

O segmento atrai investidores pelo seu potential. Segundo dados do Euromonitor, os pet shops e clínicas veterinárias concentram 51% das vendas de produtos pets no Brasil, enquanto em outros países, como a Alemanha, esse percentual é de 14%, nos Estados Unidos, de 9%.

No caso da Petz, a empresa chama a atenção do mercado por sua resiliência. Mesmo durante a pandemia, ela segue crescendo. No primeiro semestre do ano, a companhia teve lucro líquido de 22,1 milhões de reais, ante 3,1 milhões de reais no mesmo período do ano passado. Já a receita operacional foi de 617,3 milhões de reais, 36% superior na comparação anual.

A companhia iniciou suas atividades em 2002 e, em 2013, atraiu o fundo Wargurg Pincus como sócio. Hoje, possui 110 lojas no país, sendo 69 somente no estado de São Paulo.

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