Exame Logo

CEO da Cantor alerta banqueiros esgotados: busquem outra carreira

Howard Lutnick disse que tem pouca paciência para reclamações e comparou bancos de investimento a carreiras como medicina

David Solomon, CEO do Goldman Sachs: banco prometeu aumentar o quadro de funcionários nas unidades mais ativas para melhorar saúde mental das equipes. (Tiffany Hagler-Geard/Bloomberg)
B

Bloomberg

Publicado em 8 de julho de 2021 às 15h51.

Por Steve Dickson, da Bloomberg

Banqueiros iniciantes descontentes com as longas horas de trabalho e exigências estressantes dos chefes devem repensar a escolha da carreira, disse o CEO da Cantor Fitzgerald, Howard Lutnick.

Veja também

“Jovens banqueiros que decidem que estão trabalhando muito: escolher outro meio de vida é a minha opinião”, disse Lutnick em entrevista à Bloomberg Television na quinta-feira. “São funções difíceis.”

As condições de trabalho para banqueiros juniores se tornaram um ponto de tensão em algumas empresas. Em umexemplo, um grupo de 13 analistas do primeiro ano no Goldman Sachs preparou uma apresentação no início de 2021 segundo a qual alguns estavam trabalhando cem horas por semana e enfrentando problemas de saúde física e mental. O Goldman respondeu com a redução dos horários de fim de semana e prometeu aumentar o quadro de funcionários nas unidades mais ativas.

Mas Lutnick, de 59 anos, disse que tem pouca paciência para reclamações e comparou bancos de investimento a carreiras como medicina, onde os que estão entrando na profissão sabem que terão que trabalhar muito para avançar.

“Há um caminho para se tornar um banqueiro de investimento, que requer uma enorme quantidade de trabalho”, incluindo madrugadas e fins de semana, disse Lutnick. Os clientes querem que seus negócios sejam concluídos em prazos apertados, destacou. “Vocês deveriam saber disso.”

Algumas empresas de Wall Street têm abordado as queixas e agora oferecem mais flexibilidade para que os banqueiros trabalhem de casa, especialmente depois que a pandemia mostrou que o esquema funcionou melhor do que muitos executivos esperavam. Mas Lutnick disse que a Cantor espera que os funcionários da linha de frente voltem às mesas.

“Esse é o nosso modelo”, disse Lutnick. “A equipe da linha de frente trabalhará no escritório”, e isso será uma vantagem competitiva para a empresa, disse. A equipe de back office, como suporte técnico, conformidade e jurídico, pode “ser mais flexível”, afirmou.

Como a vida pós-vacina vai mudar a sua vida profissional? Assine a EXAME e entenda .

Acompanhe tudo sobre:Assédio moralBancosDireitos trabalhistasGoldman Sachssaude-mental

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Carreira

Mais na Exame