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Ficar parado faz mal para a carreira

O economista Bruno Amaral aprendeu francês em três meses para conseguir o primeiro emprego. Aos 29 anos, comanda, de Paris, as finanças de um dos maiores grupos automotivos do mundo

Bruno Amaral, em Paris: talento para as finanças (Acervo pessoal)
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José Eduardo Costa

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 20h03.

São Paulo - Aos 13 anos, o economista Bruno Amaral, hoje com 29, aprendeu sua primeira lição de carreira . Seu pai se tornou um alto executivo antes dos 40 e foi demitido pouco tempo depois, quando a empresa de logística em que trabalhava foi comprada por um fundo de investimento.

“Essa experiência me ensinou que ficar parado faz mal para a carreira. Meu pai perdeu o emprego por acreditar que a faculdade lhe bastava”, diz. De acordo com Bruno, um dos fatores para a demissão do pai foi o fato de ele não falar inglês, pois teria de se reportar a gestores americanos. Bruno conta como construiu a própria trajetória desde então:

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Com a demissão de meu pai, nos mudamos para Itatiba, no interior paulista. Saí da escola particular e fui para o ensino público. Com base nisso, quis participar das decisões sobre meu futuro. Meu primeiro emprego , como estagiário da área de controladoria, foi na multinacional francesa Valeo.

Fiquei sabendo da vaga e liguei para um amigo que trabalhava lá, que me disse que o chefe da área era francês. Desliguei o telefone e me matriculei numa escola do idioma. Esse seria meu diferencial em relação aos concorrentes. Deu certo.

Tive a primeira experiência internacional na United Technologies Corporation (UTC). Fui escalado para fazer parte de uma investigação de denúncia de fraude no escritório da Argentina. Eu falava inglês e espanhol. Como analista da área fiscal, tinha relacionamento com os argentinos e com os americanos. Conhecia a operação. A indicação foi uma combinação de preparo e oportunidade.

Depois disso, fui trabalhar na auditoria na França e nos Estados Unidos. Aprendi sobre cada um dos negócios da UTC — da construção de elevadores a turbinas de foguete. Em três anos, conheci 22 países.

Nos Estados Unidos, minha mulher engravidou. Em agosto de 2010, voltamos para o Brasil. Mudei de emprego um ano depois. Assumi uma unidade deficitária da Bosch como executivo de finanças.

O trabalho era separar a operação e achar um comprador. Aprendi a trabalhar sob intensa pressão — e cumpri o objetivo. Hoje comando, de Paris, as finanças da Chassis Brakes International para sete países. Sou feliz com minha mulher e com nossos dois filhos.

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