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De médico a CEO: cargos em alta na saúde com salários de até R$ 60 mil

Segundo dados do PageGroup, a demanda por executivos na área da saúde aumentou 220% no primeiro semestre de 2021

Saúde: em 2021, a demanda por executivos da saúde continuará alta (RLT_Images/Getty Images)

Luísa Granato

Publicado em 22 de julho de 2021 às 08h00.

Última atualização em 26 de julho de 2021 às 10h47.

Não é só a alta procura por profissionais da linha de frente do combate à pandemia que está aquecendo o mercado de trabalho na área da saúde. Segundo dados do Page Group, consultoria de recrutamento executivo, a demanda por profissionais no lado administrativo da área aumentou 220% no primeiro semestre de 2021.

Ricardo Guerra, gerente de recrutamento para a divisão de Healthcare & Life Science da Michael Page, analisa que a procura deve continuar em alta.

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Guerra explica que as demanda na ponta, em hospitais regulares e de campanha, geram demanda em toda a cadeia da saúde, como fornecedores de equipamentos médicos e empresas farmacêuticas.

“No Brasil, temos uma média de 60 leitos por hospital. Só no hospital de campanha, você precisa fazer uma operação de até 300 leitos. Gera uma demanda grande e não é só por profissionais na linha de frente, você não coloca apenas uma cama e um médico do lado, você precisa se preocupar com equipamentos, dispositivos descartáveis, medicamentos para intubação”, diz.

Para o próximo semestre, o gerente prevê que a demanda por executivos continuará alta. Dessa vez, a tendência é o setor retome movimentações de fusões e aquisições e há a expectativa de novas companhias entrando no Brasil. Segundo ele, esse é o momento de consolidação da indústria no país.

Junto ao crescimento de startups trazendo soluções de tecnologia para a área, o especialista fez um levantamento com a equipe da Michael Page para entender quais profissionais teriam maior demanda até o final de 2021.

A busca por presidentes para hospitais, por exemplo, pode causar movimentações em cascata de busca por executivos.

“Eu diria que dentro da camada de profissionais especializados, de gerentes para cima, a área de saúde é o mais próximo que temos de empregabilidade plena”, comenta ele.

Outra tendência de destaque é a maior valorização do médico da família no mercado. Segundo o gerente, a prioridade de operadoras de planos de saúde será a medicina preventiva, o que é muito influenciado pela ascensão das health techs.

Veja os profissionais mais buscados e os cargos em alta em 2021

Em alta no primeiro semestre de 2021:

O que faz: o gerente de marketing é o responsável por desenvolver e executar os planos de negócios para a sua linha de produtos. É ele quem vai organizar todo fluxo comercial do seu segmento, com análise de concorrência, precificação, validação do portfólio de produto e pitch comercial. Seu principal objetivo é garantir que sua linha de produto esteja bem amparada do ponto de vista técnico-comercial e que o time de vendas consiga executar bem a estratégia definida por ele.

Perfil da vaga: é responsável por executar os principais elementos táticos de marketing, incluindo interface com formadores de opinião do setor, envolvimento da sociedade médica, análise competitiva, previsão de vendas, manutenção de preços e treinamento médico, dos distribuidores e da equipe comercial. Além disso, esse profissional é responsável pela de coleta de informações sobre clientes e concorrentes, desenvolvimento de plano de marketing estratégico, contribuição para M&As, revisão do portfólio de produtos e gerenciamento de ciclo de vida, entre outras atividades relacionadas a produtos.

Motivo para a alta: com a alta do número de leitos nos hospitais e o aumento do número de internações, as empresas de medical devices devem buscar gerentes de marketing para explorar da melhor forma as oportunidades que já estão surgindo. Assim, a competência de leitura de cenários regionais e desenvolvimento da estratégia de marketing por meio de canais serão competências procuradas.

Média salarial: R$ 25 mil a R$ 30 mil

O que faz: o diretor comercial é quem cuida de toda estrutura de vendas da empresa, e em algumas estruturas essa posição pode abranger marketing também. É a posição que vai olhar para todos os clientes, empacotando e oferecendo soluções adequadas a cada necessidade.

Perfil da vaga: este profissional é o responsável pela criação do plano de go-to-market para sua linha de produtos. Ele atua na esfera estratégica e também na tática, respondendo pela elaboração e execução do plano comercial junto com sua equipe. Seu objetivo principal é o crescimento do volume de vendas, rentabilidade, penetração do seu portfólio no mercado, além das áreas de suporte ao cliente e pós-venda. Ele pode atuar nos canais público e privado com venda direta ou em parceria de representantes e distribuidores.

Motivo para a alta: por conta do grande aumento do número de leitos em hospitais públicos e privados, a demanda por dispositivos médicos, principalmente consumíveis e equipamentos, vai continuar alta para os próximos meses por uma margem substancial. Esse crescimento resultará numa procura por profissionais que consigam criar um plano de negócios robusto e executá-lo da melhor forma para absorver a maior parte desta alta.

Média salarial: R$ 30 mil a R$ 40 mil

O que faz: Essa posição associa funções como desenvolvimento do negócio, gerenciamento de projetos e a interface com o comportamento do consumidor x estratégia da companhia.

Perfil da vaga: É o ponto central de todo os canais digitais (para uma linha de produto, sendo um especialista ou mantendo um escopo generalista, cuidando de todo o portfólio de produto da empresa). Terá relacionamento com todas as áreas, pois atuará como gerenciador de projetos multidisciplinares, desenvolverá planos de ações (business e marketing) com base no comportamento do consumidor, posicionamento da marca e ações institucionais.

Motivo para a alta: A aceleração da tecnologia e a inovação pela pandemia, além das tendências do mercado, fazem e continuarão fazendo com que esse profissional continue a ter um lugar expressivo dentro do segmento de Saúde.

Média salarial: R$ 15 mil a R$ 25 mil

O que faz: o diretor comercial de uma operadora de saúde é o coração da geração de receita da empresa. É na sua gestão que são definidas as estratégias de público-alvo, cesta de produtos, jornada do cliente, relacionamento comercial, inteligência de mercado e marketing. Seus principais desafios são os de unir uma estratégia de captação de clientes B2B e/ou B2C, ao mesmo tempo que acompanha com profundidade a sinistralidade da sua operação, buscando rentabilidade da carteira.

Perfil da vaga: deve ter um bom alinhamento com as normas e procedimentos que regulam seu setor e boa comunicação, para influenciar os demais stakeholders para construírem um formato de atendimento que supra a necessidade dos clientes. Também deve ter uma visão holística do negócio, já que responde por toda geração de caixa da empresa, regulando sua cesta de produtos, para ter uma boa receita juntamente com uma sinistralidade controlada.

Motivo para a alta: a pandemia tem atuado como um catalizador no mercado de saúde suplementar e a onda de consolidação do setor tende a se intensificar ao longo de 2021. Desta forma as grandes operadoras, por meio do crescimento orgânico e inorgânico, buscam executivos desta senioridade para liderar suas operações, principalmente em novas praças. Ao mesmo tempo em que as operadoras pequenas e médias devem lutar por sua fatia num mercado cada vez mais competitivo e profissionalizado. Essa dinâmica irá gerar uma alta demanda para este perfil de executivo.

Média salarial: R$ 35 mil a R$ 40 mil

As tendências de contratações do segundo semestre

O que faz: o CEO de um hospital tem a responsabilidade de garantir que todos os aspectos do desempenho dos hospitais estejam funcionando de maneira eficiente. Ele precisa encontrar um equilíbrio na gestão das operações do dia a dia, relacionados à operação assistencial e jornada do paciente, e ao mesmo tempo, liderar iniciativas de desenvolvimento estratégico, necessárias para o sucesso a longo prazo.

Perfil da vaga: o responsável por fornecer a estratégia para entregar a melhor qualidade de atendimento ao paciente, pela liderança e formação da equipe enquanto cria uma cultura positiva e produtiva, por definir os padrões de excelência operacional, além de zelar pela conformidade exigida nos regulamentos estaduais e federais, e nas políticas do hospital. Como todo CEO, é também quem responde pelo P&L da organização, buscando sempre um saldo positivo da operação.

Motivo para a alta: a demanda por líderes hospitalares experientes está maior do que nunca, e deve continuar crescendo por conta da forte onda de consolidação e profissionalização do setor. As grandes redes hospitalares e operadoras de saúde verticalizadas devem buscar CEOs para liderar suas novas estruturas, enquanto hospitais pequenos e médios devem acompanhar essa onda de profissionalização do setor, buscando fortalecer sua liderança com executivos que tenham experiência para gerenciar todo o hospital.

Média salarial: R$ 40 mil a R$ 60 mil

O que faz: O profissional voltado ao sucesso ao cliente e saúde é responsável pelo desenvolvimento de relacionamentos com clientes e a promoção da retenção e da fidelização do mesmo (acompanha a jornada do cliente). Para esse cargo é essencial que o profissional atue como uma ponte entre o cliente e todas as áreas da empresa.

Perfil da vaga: acompanhará os dados (como valor percebido) pelo cliente sobre um produto ou um serviço para que haja uma melhor jornada e experiência, analisará o desempenho e ações do público-alvo e antecipará tendências e soluções para as necessidades, trabalhará para gerar resultados, maximizar os lucros e transformar clientes em embaixadores da marca da empresa.

Motivo para a alta: o mercado de saúde deve continuar sentindo a necessidade de “cuidar” do usuário com a antecipação das tendências e por meio de dados. Sendo assim, será fundamental ter profissionais que mantenham o usuário no centro do cuidado para que a experiência/jornada esteja de forma satisfatória e haja reduções de reclamações e uma maior promoção dos serviços e produtos do segmento.

Média salarial: R$ 13 mil a R$ 18 mil

O que faz: Geralmente são profissionais médicos que têm a função de integrar todos os dados de saúde (perfil epidemiológico) para uma melhor eficiência operacional, redução de custo, promoção da saúde e na prevenção das doenças.

Perfil da vaga: Analisará e criará um painel de controle para o perfil epidemiológico da carteira de usuários, desenvolverá ações de prevenção (primária, secundária, terciária ou quaternária) e acompanhará os indicadores de desempenho para trazer soluções, os quais reduzirão custos e otimizarão a saúde por ações preventivas e corretivas.

Motivo para a alta: A necessidade de um maior controle de dados e a entrega de soluções fará com que o profissional fique ainda mais valorizado.

Média salarial: R$ 30 mil a R$ 40 mil

O que faz: O médico da família é o profissional formado em Medicina de Família e Comunidade, uma área da medicina com algumas particularidades. A atuação dele é voltada para o atendimento tanto do indivíduo quanto da família, de forma recorrente e planejada — é daí que vem o nome desse segmento. Difere de outras especialidades médicas onde o atendimento é pontual.

Perfil da vaga: O profissional dessa área tem um olhar de longo prazo quando se trata da sua avaliação com seus pacientes e seu acompanhamento é distinto de acordo com cada configuração familiar, conhecendo a realidade, as necessidades e os desafios das pessoas quando o assunto se trata dos cuidados com a saúde. Dessa forma, o médico desse ramo precisa ter uma visão tanto do tratamento de algum quadro específico quanto um olhar muito voltado para saúde preventiva.

Motivo para a alta: a Atenção Primária à Saúde é uma das áreas médicas que mais deve crescer no setor privado. As operadoras de saúde buscam cada vez mais atuar na saúde preventiva, aumentando a frequência de pontos de atenção que seu time médico tem com os pacientes. Isso deve gerar melhor qualidade de vida aos clientes/pacientes e também uma redução na taxa de sinistralidade dos convênios.

Média salarial: R$ 25 mil a R$ 30 mil

 

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