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BIS pede mais mulheres no mercado de trabalho

Além de um aumento na participação feminina no mercado, Banco de Compensações Financeiras pede favorecimento da imigração

Equipe de private banking do Itaú, com maioria feminina (.)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2010 às 10h37.

Basiléia, Suíça - O Banco de Compensações Financeiras (BIS, na sigla em inglês) recomenda aumento do número de mulheres no mercado de trabalho, favorecer imigração e prolongar a vida ativa para garantir a viabilidade de longo prazo das finanças públicas.

Em seu 80º relatório anual, publicado hoje, o BIS analisa a situação da economia entre 1º de abril de 2009 e passado 31 de março.

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O banco dos bancos centrais adverte sobre o aumento do déficit fiscal das economias industriais pela queda das receitas públicas, os custos dos resgates financeiros e as políticas fiscais expansivas após a crise financeira.

O BIS prevê que a dívida pública das economias avançadas em percentual do Produto Interno Bruto (PIB) cresça de 76% em 2007 até mais de 100% em 2011, números recorde desde a Segunda Guerra Mundial.

Acrescenta que "ainda não se conhece o custo total de pôr em ordem os balanços das instituições financeiras".

"Além de 2011, diversos países industriais enfrentam o elevado e crescente despesa em previdência e saúde" pelo envelhecimento de sua população.

Se não se abordam a tempo e com eficácia, estes custos poderiam gerar níveis de déficit e dívida cada vez maiores.

A elevada e crescente dívida pública coloca riscos importantes para a economia mundial como demonstrou a recente crise da dívida europeia.

O temor a que o setor público descumpra seus pagamentos pode induzir um aumento marcado das taxas de juros, o que pode agravar mais a fragilidade financeira e pôr em perigo a incipiente recuperação econômica.

Persiste a preocupação com a sustentabilidade fiscal a longo prazo da Grécia e outros países europeus.

O BIS insta a estes Governos a aplicar "medidas enérgicas para solucionar seus problemas fiscais" para evitar que esta preocupação se estenda a outros países.

Além disso, o déficit fiscal previsto para 2010 e 2011 provavelmente persista apesar à recuperação.


Por sua vez, os países deverão aumentar durante anos sua despesa por prestações de desemprego perante o aumento dos desempregados de longa duração e dispõem de duas opções para garantir a viabilidade a longo prazo de suas finanças públicas.

A primeira consiste em promover o aumento da produtividade geral e do crescimento com medidas para reduzir despesas improdutivas, mudanças no sistema tributário e reformas dos mercados trabalhistas e de bens e serviços para reforçar a confiança dos mercados e manter baixas a taxas de juros.

A segunda consiste em ampliar o tamanho da população ativa com relação ao da população idosa.

Para isso seria possível favorecer a imigração em direção aos países com um rápido crescimento da população da terceira idade e aumentar a participação das mulheres e das pessoas de mais idade no mercado de trabalho.

O índice de mulheres no mercado de trabalho se situava em 64% nos países da OCDE em 2008, muito abaixo dos 84% de homens.

O BIS considera uma solução eficaz e duradoura favorecer o prolongamento da vida laboral, combinando um aumento da idade legal de aposentadoria com maiores incentivos para adiar esse momento.

Se se seguem as políticas atuais, entre 2011 e 2050 o gasto público por envelhecimento da população como percentagem do PIB aumentará vários pontos percentuais na Alemanha, Espanha, EUA, Grécia e o Reino Unido, e algo menos na França, Itália e Japão, adverte o BIS.

Prevê que a dívida em proporção do PIB cresça mais da metade nos EUA, em quatro recrutas na Espanha, que quase se duplique no Reino Unido e se triplique na Irlanda entre finais de 2007 e de 2011.

O BIS descarta que o recente subida da dívida pública vá a cessar no futuro próximo porque os déficit provocados pela desaceleração econômica não vão a desaparecer com rapidez já que se prevê que a recuperação econômica seja lenta.


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