Avenida Brasil: saiba quem é quem no ambiente de trabalho
É melhor ter um colega obstinado como a Carminha, vingativo e persistente como a Nina ou resiliente como o Tufão? Confira!
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2012 às 05h27.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h16.
São Paulo - Obstinação é pouco quando se trata de Carmen Lúcia, ou melhor, Carminha. Ela não mede esforços para chegar onde quer e ultrapassa todos os limites éticos e morais para alcançar seus objetivos – seja roubar o dinheiro do marido ou se vingar da enteada. Ronaldo Cavalli, filósofo e especialista em persuasão, lembra que esse perfil é bastante comum no mercado de trabalho . “Existem pessoas exclusivamente concentradas em seus objetivos, passam por cima de tudo e todos”, diz. Se por um lado essa característica é ótima para quem trabalha com foco em resultado, por outro essas pessoas precisam ser sempre tuteladas. “É importante que tenha alguém sempre ajeitando o cenário e contornando para que esse profissional não machuque a equipe inteira nem pise nos outros”, afirma.
Entre os telespectadores, a fama de Tufão era a pouca inteligência. Parecia que o atleta aposentado não conseguia enxergar os sinais que surgiam em todas as situações. “O excesso de concentração às vezes desliga a pessoa do ambiente em que ela vive”, diz Ronaldo Cavalli, filósofo e especialista em persuasão. No entanto, apesar da falta de conexão com o mundo externo, o perfil do jogador de futebol Tufão é o mais fácil de lidar, uma vez que a resiliência é a marca do personagem. Essa flexibilidade em lidar com as frustrações é o que leva um profissional adiante. “Quem consegue se manter dentro do caldeirão, em algum momento acaba sendo cozido”, brinca o filósofo. “Esse é o perfil de funcionário que entende o caminhar da empresa, pois está sempre negociando com todos e recomeçando a cada dia.”
Nina é persistente e não desiste dos seus objetivos. Mesmo que seja um poço de doçura com quem ama, o combustível de toda essa força de vontade não é dos melhores. A cozinheira sentiu na pele que a vingança geralmente não compensa e só traz sofrimento. “Ela sofreu a novela inteira e prejudicou muitas pessoas ao redor para se desfazer dessa mágoa”, diz Ronaldo Cavalli, filósofo e especialista em persuasão. O perigo desse perfil no mundo profissional é a deterioração do ambiente de trabalho. Mesmo que a persistência seja um traço muito positivo, há de se ter cuidado com pessoas que guardam rancores. “É aquela que nunca vai esquecer uma discussão, um debate ou um embate de ideias e vai ficar ressentida o resto da vida”, explica o filósofo.
O filho de Carminha com o amante Max é o exemplo de como funciona a persuasão. Melhor que bater o pé e hastear a bandeira das verdades, o Jorginho foi pouco a pouco mostrando para seus familiares que seu incômodo tinha um bom motivo. “Ninguém nunca compra a ideia de imediato se você simplesmente bate o pé. Jorginho aprendeu, ao longo da novela, que seria necessário ir levando as pessoas a conhecer a verdade na qual ele acreditava”, afirma Ronaldo Cavalli, filósofo e especialista em persuasão. Para isso, a investigação é fundamental. “Eles foram investigando, escarafunchando a história para buscar argumentos. Em qualquer tipo de processo de persuasão é rigorosamente assim que funciona.”
A mãe do lixão tem o verdadeiro perfil político. Evasiva, passou a novela inteira fugindo das perguntas de Jorginho, Nina, Nilo, Tufão entre outros. “ Você nunca verá um típico político dizendo um sim ou não objetivo”, explica Ronaldo Cavalli, filósofo e especialista em persuasão. Mãe Lucinda esteve sempre querendo agir de forma correta, evitando brigas e dissabores. No entanto, não soube usar as informações que tinha no momento correto. Com isso, acabou desfavorecida pela ordem dos acontecimentos. “É muito comum encontrarmos colegas com muito medo de falar o que sabem para evitar jogar pólvora na fogueira. Mas o ideal é sempre moderar quando e como usar as informações que se tem.”
Depois de passar uma vida inteira seguindo e obedecendo Carminha, Max acaba destruído pela vingança de Nina e até mesmo pelo ódio da própria amante. No mundo do trabalho, não é diferente: quem não tem ideias próprias, acaba sendo passado para trás. É o verdadeiro acomodado. “Essa é a pessoa que não tem criatividade nenhuma nem voz para nada”, diz Ronaldo Cavalli, filósofo e especialista em persuasão, que acredita que essas pessoas sejam muito inconsistentes. “Ficam sempre esperando uma atitude dos outros para seguir o fluxo da onda.”