Rose Souza, professora de inglês: Para aprender um idioma, partimos do idioma que a gente conhece - ou de imagens, mímicas e outras técnicas que façam você se sentir confortável neste início (Getty Images/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 2 de dezembro de 2023 às 08h08.
Por Rose Souza, sócia e CEO da @verbify.oficial e da @companhiadeidiomas
No meu último artigo aqui na Exame.com, fiz um paralelo entre aprender a nadar e aprender um idioma. Se não leu, está aqui.
Você pensou comigo sobre a necessidade que sentimos de começar a praticar uma habilidade em um ambiente emocionalmente seguro, ter alguns simuladores (como se estivéssemos aprendendo a pilotar um avião ou a fazer uma cirurgia), depois mostrar o que estamos aprendendo publicamente, colocando sempre a prática acima da teoria. Estamos considerando aqui habilidades, como nadar, falar um idioma, dirigir, cozinhar etc. Na Companhia de Idiomas, temos milhares de alunos que, para se soltar, precisam iniciar com pequenos passos, para que a jornada seja leve, divertida, pra que a mente não rejeite e comece a jogar contra, encontrando mil motivos para desistir. E pra que a aprendizagem de fato aconteça de forma acelerada, dentro de uma agenda cheia, como é a agenda dos nossos alunos e alunas. Vamos ver um pouco mais sobre cada um desses elementos, pra você aprender mais rápido qualquer habilidade que quiser.
É bem difícil a gente conseguir se jogar em algo totalmente desconhecido, e aprender. Normalmente partimos de algo que nos é familiar. Para aprender um idioma, partimos do idioma que a gente conhece - ou de imagens, mímicas e outras técnicas que façam você se sentir confortável, neste início. Cada método, escola ou professor tem seu jeito de fazer você sentir segurança, evitando o pânico, a rejeição, o desconforto extremo, o sofrimento - e a consequente desistência de quem mal começou uma jornada de aprendizagem.
Mas cuidado! Ambientes emocionalmente seguros viciam, porque são muito confortáveis, e nos dão a ilusão de que estamos fazendo algo super importante, vencendo um desafio. Mas na verdade estamos naquele lugar quentinho, que não é necessariamente bom pra nossa evolução.
Lembre-se, no entanto, de que esse é um ótimo primeiro passo. O segundo passo é você ir pra um ambiente de simulador.
O ambiente ideal para a aprendizagem deve ter bastante conforto, e também alguns desafios.
Só conforto, você não vence seus desafios, não foca nas habilidades mais difíceis pra você.
Só desafio, você pode ir direto pra zona de pânico - e não aprender nada também. Em um ambiente de simulador, você sabe que pode se jogar, porque, embora pareça “real”, ele é seguro.
No meu próximo artigo, vou escrever sobre praticar em público, e também sobre teoria x aplicação.