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As puxadas de tapete típicas de chefes invejosos e ciumentos

Especialistas apontam as atitudes mais comuns dos chefes que sofrem da síndrome de Otelo, típica em invejosos e ciumentos

O chefe que tudo vê: medo que um subordinado tenha mais sucesso do que ele (Thinkstock)

Camila Pati

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 14h03.

São Paulo – Ciúme e inveja são os sentimentos protagonistas da tragédia Otelo, de William Shakespeare. Na trama, o personagem Iago, preterido em uma promoção ao posto de tenente, arquiteta a destruição do seu “ chefe ”, o general Otelo, levando até ele a falsa acusação de infidelidade de sua mulher Desdêmona.

Na opinião dos professores da IESE Business School, Jose Ramon Pin and Guido Stein, “Otelos” e “Iagos” estão à solta no mundo corporativo. O desejo de poder e sucesso é o gatilho de ações carregadas de inveja ou ciúme em ambientes de trabalho . Os professores classificam este tipo de comportamento como síndrome de Otelo.

E o problema é bem frequente, segundo o consultor Eduardo Ferraz. “É até mais comum do que parece”, diz. Ao afetar profissionais em cargos de gestão, o resultado da síndrome pode ser trágico para clima da empresa e para a carreira do invejoso ou ciumento, de acordo com ele.

“É um chefe que vai perder talentos na equipe. Só profissionais medíocres aceitam este tipo de comportamento. Agir assim é dar um tiro no próprio pé”, diz Ferraz.

Os sinais emitidos por chefes acometidos pela inveja e pelo ciúme do sucesso são bem visíveis. Estes são exemplos clássicos de comportamentos nocivos citados pelos professores da IESE e por Eduardo Ferraz:

1. Descrédito

A crítica pela crítica tem apenas um objetivo: desmerecer o trabalho do subordinado, colocando em dúvida a sua competência para, assim, mascarar a própria insegurança.

“Um exemplo comum é o profissional levar uma boa ideia ao chefe, ele não dar importância na hora, e depois apresentá-la como se fosse dele em uma reunião. Na maior cara de pau, ele assume a paternidade da ideia, sem dar crédito”, diz Ferraz.

Por ser repetitivo, este tipo de comportamento cai logo na “rádio-peão”, segundo o consultor. “É algo que espalha imediatamente e as pessoas perdem a confiança no gestor. Ele vira motivo de chacota”, diz Ferraz.

2. Exclusão

Dificultar o acesso a informações importantes também é um expediente utilizado pelo invejoso ou ciumento. Um chefe que, deliberadamente, exclui um profissional de sua equipe de reuniões estratégicas exibe um sintoma clássico da síndrome de Otelo.

“Qual o sentido em não levar para uma reunião alguém que esteja diretamente envolvido no projeto que será discutido”, diz Ferraz.

3. Sabotagem

Para neutralizar a ameaça, uma tática frequente é a sabotagem, segundo os professores da IESE. Delegar projetos difíceis sem prover a estrutura necessária é um exemplo de puxada de tapete nessa linha.

“Às vezes ele dá um prazo ou verba mais curtos intencionalmente para, aos 45 do segundo tempo, aparecer como o salvador da pátria e resolver o problema”, diz Ferraz.

Sem dúvida, sairá com a sua reputação profissional "queimada". “É que em 98% dos casos, trata-se de uma sabotagem explícita e a equipe logo percebe”, diz.

São Paulo - Você conhece algum Sr. Burns na vida real? De chefes insanos, manipuladores e egocêntricos, nem a ficção está livre. Clique nas fotos para ver patrões que promovem o caos em filmes , séries e animações - e comemore o fato de que você não trabalha para nenhum deles.
  • 2. Gregory House, de "House"

    2 /17(Divulgação)

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    Inspirado em Sherlock Holmes, o personagem Gregory House (Hugh Laurie) é genial na resolução de enigmas sobre doenças. O problema é que ele também é um chefe narcisista, infantil, cínico, e grosseiro com seus funcionários. ("House", 2004-2012)
  • 3. Alonzo Harris, de "Dia de treinamento"

    3 /17(Reprodução)

  • Chefe do departamento de polícia de Los Angeles, Alonzo Harris (Denzel Washington) é um anti-exemplo para seu novo subordinado, Jake Hoyt (Ethan Hawk). Responsável pelo combate ao narcotráfico, Harris dá um treinamento de 24 horas ao novato, período em que revela seu caráter corrupto e manipulador. ("Training day", 2001)
  • 4. Miranda Priestly, de "O diabo veste Prada"

    4 /17(Divulgação/Facebook/The Devil Wears Prada)

    Miranda Priestly (Meryl Streep) é a toda-poderosa editora de uma revista de moda em Nova York. Com sua personalidade implacável, ela cria constrangimentos e humilhações constantes para todos os seus subordinados, inclusive para Andy (Anne Hathaway), sua jovem e ingênua assistente. ("The devil wears Prada", 2006)
  • 5. Margaret Tate, de "A proposta"

    5 /17(Reprodução)

    Sandra Bullock encarna Margaret Tate, uma executiva do mundo editorial que força seu assistente, Andrew Paxton, a se casar com ela. O motivo: a farsa evitará que ela seja deportada para o Canadá. Em troca do favor à geniosa chefe, Andrew exige uma promoção. ("The proposal", 2009)
  • 6. John Ammer, de "Click"

    6 /17(Reprodução)

    John Ammer (David Hasselhoff) trata seu funcionário Michael Newman (Adam Sandler) de forma degradante. Quando Michael põe as mãos num controle mágico que permite controlar a realidade, o chefe é um dos primeiros a receber o troco por suas grosserias e abusos. ("Click", 2006)
  • 7. Sr. Burns, de "Os Simpsons"

    7 /17(Reprodução/Reprodução)

    O famoso chefe de Homer Simpson é um homem que se orgulha de sua própria desonestidade. Proprietário da Usina Nuclear de Springfield, o Sr. Burns nunca perde a oportunidade de prejudicar e maltratar os outros. ("The Simpsons", 1989-presente)
  • 8. Dave Harken, de "Quero matar meu chefe"

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    Dave Harken (Kevin Spacey) é um psicopata. Entre outras "brincadeiras", ele promete uma promoção a seu funcionário só para concedê-la a si mesmo no final. O que ele e outros chefes insuportáveis apresentados no filme não esperam é que seus subordinados tramam uma vingança. ("Horrible bosses", 2011)
  • 9. Buddy Ackerman, de "O preço da ambição"

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    Buddy Ackerman (Kevin Spacey, novamente no papel de um patrão terrível) agride constantemente seu assistente Guy (Frank Whaley). "Você não é nada! Se você estivesse na minha privada, eu não me incomodaria em dar descarga em você", diz ele. Quando a crueldade do patrão começa a chegar a níveis insuportáveis, Guy decide reagir. ("Swimming with Sharks", 1994)
  • 10. John Milton, de "Advogado do diabo"

    10 /17(Reprodução/Reprodução)

    Sem nunca ter perdido um caso na vida, o advogado Kevin Lomax (Keanu Reeves) aceita trabalhar para John Milton (Al Pacino), proprietário de um grande escritório em Nova York. Ao defender um cliente acusado de triplo assassinato, Kevin começa a ser sutilmente manipulado por seu estranho patrão. ("Devil's advocate", 1997)
  • 11. Gordon Gekko, de "Wall Street: Poder e Cobiça"

    11 /17(Reprodução)

    Neste drama, Gordon Gekko (Michael Douglas) é o chefe de Bud Fox (Charlie Sheen), um jovem corretor disposto a tudo para ascender na carreira. Os problemas começam quando Bud percebe que está trabalhando para um homem inescrupuloso e desleal. ("Wall Street", 1987)
  • 12. Carter Pewterschmidt, de"Family Guy"

    12 /17(Reprodução)

    Na série, Carter é um sádico magnata da indústria e proprietário de diversas empresas. Mestre na arte de dominar, manipular e distorcer, ele gosta de desprezar seus subordinados e seu genro, Peter Griffin, o protagonista da animação. ("Family Guy", 1999-presente)
  • 13. Michael Scott, de "The Office"

    13 /17(Divulgação)

    Até a 7ª temporada da sitcom, Michael (Steve Carell) é o gerente regional da empresa Dunder Mifflin. Para evitar a punição por suas atitudes intempestivas, ele frequentemente usa seus subordinados como bodes expiatórios. ("The Office", 2005-2013)
  • 14. Andy Bernard, de "The Office"

    14 /17(Divulgação)

    Andy (Ed Helms) é apresentado na 3ª temporada da série como o diretor regional de vendas da empresa. Inseguro e arrogante, ele frequentemente faz piadas às custas da equipe. ("The Office", 2005-2013)
  • 15. Bob Kelso, de Scrubs

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    Diretor do hospital durante as primeiras sete temporadas da série, Kelso (Ken Jenkins) é conhecido por sua frieza diante de seus pacientes e subordinados. Famoso por declarar que se importar com os outros não faz parte das suas atribuições profissionais, sua preocupação central é o lucro do hospital. ("Scrubs", 2001-2010)
  • 16. Kristoffer, de "O grande chefe"

    16 /17(Reprodução)

    Nesta comédia de Lars von Trier, o dono de uma empresa cria um presidente fictício para seus funcionários, que vive nos Estados Unidos e é o "responsável" por todas as decisões impopulares. Porém, quando decide vender seu negócio, o comprador exige conhecer o CEO. Em pânico, ele contrata o fracassado ator Kristoffer (Jens Albinus) para se passar pelo chefe. O que ele não previa é o comportamento errático e imprevisível do impostor. ( "Direktøren for det hele", 2006)
  • 17. Conheça agora 6 personagens da literatura que podem inspirar sua carreira

    17 /17(Flickr/Creative Commons/Kate Ter Haar)

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