As lições de Eike Batista para a sua carreira
O que os erros e os acertos do empresário Eike Batista podem ensinar para sua vida profissional
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2013 às 09h47.
São Paulo - Mais do que ninguém, me pergunto onde errei”, escreveu o empresário mineiro Eike Batista , de 56 anos, em artigo publicado no jornal Valor Econômico, em meados de julho. “Falhei e decepcionei muitas pessoas, em especial por causa da reversão de expectativas da OGX.”
Eike se refere a sua empresa de petróleo cujo valor das ações caiu 90% de um ano para cá. “O fraco desempenho da OGX levou a um déficit de credibilidade com o qual nunca me deparei”, disse o empresário.
Até então, Eike era considerado o exemplo mais bem-acabado do empreendedor de sucesso de um Brasil que crescia vertiginosamente. Suas promessas, no entanto, deixaram a desejar — uma falha comum a alguns profissionais.
O abismo entre o discurso de Eike e o resultado pífio da OGX gerou uma crise de desconfiança que se estendeu para as outras companhias do grupo EBX, que reúne 16 empresas, como a MMX(mineração), a MPX (energia) e a LLX (logística).
Parece que nem a superstição do executivo em colocar o X no final do nome de todas as empresas livrou-o do fiasco. Veja o que aprender com os pontos fortes e fracos de Eike.
Onde ele foi bem
Bem articulado
Em oito anos, Eike conseguiu captar 26 bilhões de dólares em investimentos para suas empresas, além de 10,4 bilhões de reais financiados pelo BNDES, o banco do governo federal. Ele usava, acima de tudo, sua imagem de empreendedor bem-sucedido para negociar.
“Ele é socialmente agradável, fala de arte e música e está sempre disponível”, diz Luiz Carlos de Queiroz Cabrera, headhunter e colunista de VOCÊ S/A, que já esteve com o executivo. Ser capaz de vender ideias é a única forma de conseguir os recursos necessários para colocar os projetos em pé.
Autoconfiante
Eike acredita nas próprias ideias e se empenha para colocá-las em prática. Mesmo diante do momento atual, tem trabalhado para reverter a situação. Com alguns movimentos, como renegociações em suas empresas, as ações subiram — ainda que poucos centavos de real.
“Ele se debruça sobre os projetos”, diz uma fonte próxima a Eike. Profissionais autoconfiantes são mais proativos e mesmo em períodos
difíceis como agora (baixo crescimento econômico e orçamentos mais enxutos) contribuem para melhorar o ambiente de trabalho.
Ousado e diferente
Quando Eike lançou o primeiro vídeo institucional, em 2006, uma frase chamou a atenção: “Irei aonde ninguém vai”. Eike nunca teve medo de correr risco. “Ele é um cara capaz de fazer coisas ousadas e diferentes”, diz um headhunter que atende os setores de petróleo, gás, energia e mineração do Rio de Janeiro.
A capacidade de assumir riscos é essencial para crescer na carreira. “Ousados são aqueles capazes de experimentar”, diz Mireia Las Heras, professora da escola espanhola de negócios Iese.
Onde ele foi mal
Tudo por dinheiro
Fontes próximas ao empresário dizem que é comum ouvi-lo dizer: “Na porta do inferno está escrito ‘It’s all about money’ (É tudo por dinheiro, na tradução do inglês). Não me venha com esse blá-blá-blá de liderança”.
“Para ele, não importa a experiência do profissional, mas sim quanto dinheiro ele pode levar à empresa”, diz uma delas. Basear a liderança apenas na remuneração pode ser uma armadilha. Segundo Luiz Carlos Cabrera, se não houver uma proposta de valor, o emprego é visto apenas como uma alavanca de oportunidades.
Surdo às críticas
Entre junho e julho, cinco membros do conselho de administração da OGX anunciaram a saída, entre eles Pedro Malan, ministro da Fazenda de 1995 a 2002. Fontes do mercado afirmam que as saídas foram motivadas pelo desprezo de Eike ao que as pessoas a seu redor dizem.
“Ele tem um ego muito forte e não cabe mais ninguém em sua rede de relacionamento”, afirma Luiz Carlos Cabrera. Profissionais
egocêntricos são indesejados no ambiente de trabalho e acabam isolados — alguns até demitidos.
Excesso de otimismo
Dois anos depois de criar a OGX, em 2009, Eike dizia que em uma década produziria mais de 1 milhão de barris por dia e que a eficiência o faria chegar, em apenas dez anos, ao patamar que a Petrobras levou 50 para atingir. Mas o desejo não foi alcançado. “Eike diz ser o cara do mezanino, que pega o prédio com a fundação e com o térreo e entrega com o 1º andar”, diz um coach do Rio de Janeiro.
“O problema é que as pessoas acharam que ele entregaria o prédio finalizado.” Na hora de vender, é preciso saber se será capaz de entregar. Caso contrário, a credibilidade vai para o fundo do poço.
São Paulo - Mais do que ninguém, me pergunto onde errei”, escreveu o empresário mineiro Eike Batista , de 56 anos, em artigo publicado no jornal Valor Econômico, em meados de julho. “Falhei e decepcionei muitas pessoas, em especial por causa da reversão de expectativas da OGX.”
Eike se refere a sua empresa de petróleo cujo valor das ações caiu 90% de um ano para cá. “O fraco desempenho da OGX levou a um déficit de credibilidade com o qual nunca me deparei”, disse o empresário.
Até então, Eike era considerado o exemplo mais bem-acabado do empreendedor de sucesso de um Brasil que crescia vertiginosamente. Suas promessas, no entanto, deixaram a desejar — uma falha comum a alguns profissionais.
O abismo entre o discurso de Eike e o resultado pífio da OGX gerou uma crise de desconfiança que se estendeu para as outras companhias do grupo EBX, que reúne 16 empresas, como a MMX(mineração), a MPX (energia) e a LLX (logística).
Parece que nem a superstição do executivo em colocar o X no final do nome de todas as empresas livrou-o do fiasco. Veja o que aprender com os pontos fortes e fracos de Eike.
Onde ele foi bem
Bem articulado
Em oito anos, Eike conseguiu captar 26 bilhões de dólares em investimentos para suas empresas, além de 10,4 bilhões de reais financiados pelo BNDES, o banco do governo federal. Ele usava, acima de tudo, sua imagem de empreendedor bem-sucedido para negociar.
“Ele é socialmente agradável, fala de arte e música e está sempre disponível”, diz Luiz Carlos de Queiroz Cabrera, headhunter e colunista de VOCÊ S/A, que já esteve com o executivo. Ser capaz de vender ideias é a única forma de conseguir os recursos necessários para colocar os projetos em pé.
Autoconfiante
Eike acredita nas próprias ideias e se empenha para colocá-las em prática. Mesmo diante do momento atual, tem trabalhado para reverter a situação. Com alguns movimentos, como renegociações em suas empresas, as ações subiram — ainda que poucos centavos de real.
“Ele se debruça sobre os projetos”, diz uma fonte próxima a Eike. Profissionais autoconfiantes são mais proativos e mesmo em períodos
difíceis como agora (baixo crescimento econômico e orçamentos mais enxutos) contribuem para melhorar o ambiente de trabalho.
Ousado e diferente
Quando Eike lançou o primeiro vídeo institucional, em 2006, uma frase chamou a atenção: “Irei aonde ninguém vai”. Eike nunca teve medo de correr risco. “Ele é um cara capaz de fazer coisas ousadas e diferentes”, diz um headhunter que atende os setores de petróleo, gás, energia e mineração do Rio de Janeiro.
A capacidade de assumir riscos é essencial para crescer na carreira. “Ousados são aqueles capazes de experimentar”, diz Mireia Las Heras, professora da escola espanhola de negócios Iese.
Onde ele foi mal
Tudo por dinheiro
Fontes próximas ao empresário dizem que é comum ouvi-lo dizer: “Na porta do inferno está escrito ‘It’s all about money’ (É tudo por dinheiro, na tradução do inglês). Não me venha com esse blá-blá-blá de liderança”.
“Para ele, não importa a experiência do profissional, mas sim quanto dinheiro ele pode levar à empresa”, diz uma delas. Basear a liderança apenas na remuneração pode ser uma armadilha. Segundo Luiz Carlos Cabrera, se não houver uma proposta de valor, o emprego é visto apenas como uma alavanca de oportunidades.
Surdo às críticas
Entre junho e julho, cinco membros do conselho de administração da OGX anunciaram a saída, entre eles Pedro Malan, ministro da Fazenda de 1995 a 2002. Fontes do mercado afirmam que as saídas foram motivadas pelo desprezo de Eike ao que as pessoas a seu redor dizem.
“Ele tem um ego muito forte e não cabe mais ninguém em sua rede de relacionamento”, afirma Luiz Carlos Cabrera. Profissionais
egocêntricos são indesejados no ambiente de trabalho e acabam isolados — alguns até demitidos.
Excesso de otimismo
Dois anos depois de criar a OGX, em 2009, Eike dizia que em uma década produziria mais de 1 milhão de barris por dia e que a eficiência o faria chegar, em apenas dez anos, ao patamar que a Petrobras levou 50 para atingir. Mas o desejo não foi alcançado. “Eike diz ser o cara do mezanino, que pega o prédio com a fundação e com o térreo e entrega com o 1º andar”, diz um coach do Rio de Janeiro.
“O problema é que as pessoas acharam que ele entregaria o prédio finalizado.” Na hora de vender, é preciso saber se será capaz de entregar. Caso contrário, a credibilidade vai para o fundo do poço.