Carreira

As 10 dicas de carreira de chefes da BRF para os trainees

Cláudio Galeazzi, CEO global da companhia, e Leopoldo Saboya, o CFO, deram algumas dicas para recém-formados que pensam em concorrer às vagas


	Galeazzi, da BRF: "eu comecei com uma pastinha debaixo do braço, sendo vendedor"
 (ANA PAULA PAIVA)

Galeazzi, da BRF: "eu comecei com uma pastinha debaixo do braço, sendo vendedor" (ANA PAULA PAIVA)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 24 de dezembro de 2013 às 13h50.

São Paulo - Quem vê hoje Cláudio Galeazzi, presidente da BRF, não adivinha que o executivo começou com "uma pastinha debaixo do braço", segundo suas próprias palavras.

O antigo vendedor e hoje CEO global da gigante de alimentos deu dicas para futuros trainees, que pensam em fazer carreira empresas afora. Muitas dessas dicas estão alinhadas com os futuros planos da BRF em ampliar sua presença global.

A conversa sobre como fazer a melhor escolha para a carreira foi transmitida virtualmente a partir da fanpage GeraçãoBRF, administrada pela empresa, e contou com a ajuda do CFO da BRF, Leopoldo Saboya. 

1 Ter o passaporte em dia

Cláudio Galeazzi considera que a BRF passa atualmente "por um repensar, revendo trajetórias para o futuro" e que o grande desafio da empresa é "se situar nessa economia globalizada".

"Ainda temos o resto do mundo para conquistar. Para esses jovens que queiram aceitar o desafio, as oportunidades são muito grandes nessa empresa, não só no Brasil mas internacionalmente". Ou seja, para Galeazzi, a disponibilidade para viajar é um requisito importante para um futuro trainee.  

Falando da estratégia global da BRF, Galeazzi diz que o objetivo agora é buscar uma presença física nas diversas partes do mundo, tendo como exemplo a experiência bem-sucedida no Oriente Médio. E os planos incluem também os novos trainees.

2 Trazer novos ares para a empresa

Sobre o papel do trainee na BRF, o CFO Leopoldo Saboya responde que a principal função dos novos integrantes é a de trazer novos ares para a empresa. "A companhia está se expandindo e irá se expandir não só no Brasil mas mundo afora, e a gente precisa e precisará de gente capaz, pronta, preparada para desafios e capaz de assumir esses desafios que a BRF está disposta a passar. A BRF não chegará lá com tanto sucesso sem essa injeção de ânimo de pessoas talentosas, que venham compartilhar desse sonho e criar uma empresa melhor".

3 Reconhecer suas limitações

Para Galeazzi, algo que precisa ser reconhecido são as limitações, usando ele próprio como exemplo. "Ao reconhecer as minhas limitações, eu busco me cercar de profissionais que me complementam, ou melhor, mostram os caminhos a serem seguidos. O sucesso está no relacionamento com as equipes que você tem".


4 Dar o seu melhor, mantendo o equilíbrio

Segundo Saboya, planejar a carreira significa sempre estar mais próximo da sua melhor performance. "As coisas não são de graça, levam tempo, você tem de esperar às vezes as coisas chegarem. Isso é particular de cada um. É muito legal almejar carreiras de outros, mas é bom esperar".

Ainda sobre o planejamento do futuro profissional, Galeazzi dá um alerta para os trainees que querem largar tudo em busca do crescimento na empresa. "Hoje é muito mais competitivo, a dedicação tem de ser quase total, muito focada. Mas eu recomendo a vocês: não percam a vida pessoal, particular, em função dessa ambição de crescimento. Ela deve ser paralela, complementar à vida".

O executivo até recomendou "praticar esportes", mas depois emendou "eu estou fazendo muito a fala do Abilio (Diniz), né?", provocando risos com a lembrança do chefe do conselho da BRF. 

5 Escolher, mas não só com a razão

De acordo com Saboya,  os trainees devem estar tranquilos para fazer escolhas que vão levá-los a um lugar melhor. "Se você perguntar a si mesmo se está feliz, e a resposta for sim, você está no caminho certo", disse ele. 

Para ele, a primeira coisa é ter de usar a razão, especialmente em um mercado em que as escolhas são cheias de possibilidades, mas isso não é tudo. "Você tem de estar muito sereno nesse momento, mas tem também de usar o coração, sentir que você gosta da empresa, não deixem o lado do coração se apagar. A gente não é só feito de razão, a gente também é feito de sentimento e ele tem de mostrar também o caminho". 

6 Ter os valores alinhados com os da companhia

Leopoldo Saboya também disse que o trainee deve estar alinhado com os valores da empresa. Isso é especialmente verdade para BRF, segundo o executivo. Por isso, ele lista alguns valores da gigante de alimentos: "um primeiro valor que eu vejo é que a empresa é muito simples no trato, muito humana, que valoriza a relação entre as pessoas e com o público externo. Outros valores que temos forte são o compromisso da entrega, você se dar e doar pela companhia de maneira despretensiosa, sem esperar nada em troca. É um valor que a companhia guarda". 


7 Estar disposto a se entregar

Disposição é a primeira consideração ao se escolher um trainee na BRF, para o CFO. É estar disposto a encarar uma trajetória, um mergulho na companhia, se doar à empresa. "O trainee exige a doação, uma aceleração de conhecimento ímpar que essa pessoa ganha, desproporcional em relação às entradas tradicionais na empresa. Isso é uma troca, a pessoa tem de estar consciente dessa entrega. O trainee tem de estar a fim de se dedicar e estar consciente que um programa vai prepará-lo não só pra ser um grande executivo da BRF, mas ser um grande gestor, líder, com um futuro promissor".

Ainda segundo Saboya, algo muito valorizado é se entregar inclusive para projetos que não parecem tão motivadores. "Quando você recebe um trabalho que parece não ser interessante, mas você se esforça, você está plantando uma semente. Mergulhar naquele projeto com sua alma e vontade, mas manter um radar curioso ao seu redor, é fundamental. Ganhar experiências laterais que farão de você não só um grande profissional, mas alguém capaz de liderar uma pessoa no futuro".

8 Ter foco, mas também experimentar

Perguntado sobre se a BRF prefere um currículo com experiência focada ou com várias vivências, Saboya responde que, se pudesse, escolheria os dois. "Dá pra ter as duas coisas. Você ter foco não é contrastante com você ter várias experiências, você ser curioso. A curiosidade é uma alavanca, que geralmente nós associamos com bisibilhotagem. Quando você tem uma curiosidade boa, que é aprender mais, mantendo o foco no que se quer entregar, há uma ampliação dos horizontes, o conhecimento do que você quer fazer". 

9 Passar confiança para seus colegas de trabalho

Para o CFO, algo que é muito desejado nos trainees é a confiança. "Eu adoraria ter mais gente no meu time em que eu possa confiar, aquela pessoa que, ao longo de sua trajetória, fez aquilo que lhe foi entregue. Você pode dar a tarefa e esquecer momentaneamente daquilo porque você confiou que a pessoa vai fazer, e bem feito. É dificil segurar uma pessoa que tem esse compromisso, e ela não é fácil de achar. Quem tem esse aspecto vai longe. A gente quer, e espera, pessoas assim".

10 E, por fim, ter paixão

Cláudio Galeazzi dá um último conselho aos trainees. "Tudo aquilo que se faz por paixão geralmente sai bem feito. Ser determinado, ser focado, ter comprometimento com tudo aquilo que você vê dentro da empresa e com aquilo que a empresa é comprometida com vocês. Essa empresa está num momento excepcional. Estamos num repensar das possibilidades da empresa, com um futuro imenso. Eu me alinhei com esse futuro, porque vejo grandes oportunidades. Eu vesti essa camisa. Para o jovem, as oportunidade são infinitas, espetaculares".

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoAlimentos processadosBRFCarnes e derivadosCarreira jovemcarreira-e-salariosClaudio GaleazziEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasSadiaTrainees

Mais de Carreira

Lifelong learning: o segredo para crescer profissionalmente pode estar fora da sua área de atuação

Pedido para cidadania italiana ficará mais caro a partir de janeiro; entenda a nova lei

Brasileiros que se mudaram para Finlândia compartilham uma lição: a vida não é só trabalho

Como usar a técnica de Delphi para tomada de decisões