São Paulo - Mudança de emprego a cada dois anos, antes característica marcante apenas nos profissionais mais jovens, agora é realidade até mesmo entre os mais experientes.
É o que mostra pesquisa do Page Group com 800 profisisonais. Entre os executivos de alta e média gerência, 92% querem mudar de emprego nos próximos 2 anos.
Entre os profissionais com menos de 10 anos de experiência, de suporte e apoio à gerência, 94% têm a intenção de mudar.
O que motiva esses profissionais a buscarem o mercado de trabalho? Nos dois grupos, a falta de oportunidade de ascensão profissional no atual emprego é o principal fator, segundo o PageGroup.
A insatisfação com o salário também aparece, mas é razão mais fraca do que o desejo de trabalhar em uma empresa maior, por exemplo.
“As razões para a mudança de emprego são parecidas para os mais experientes e os menos experientes. Mas a maneira como a mudança é feita é que é diferente”, diz Sérgio Sabino diretor de marketing do PageGroup para a América Latina.
É que leva mais para um executivo experiente aceitar uma oferta e pedir demissão do emprego atual, em comparação aos profissionais mais jovens.
O executivo com mais 10 anos de carreira, geralmente com família já estruturada e mais responsabilidades, é mais cauteloso, mesmo que a intenção de mudar seja grande, como demonstra a pesquisa, explica Sabino.
O que surpreende, de acordo com ele, é que a intenção de mudar em busca de novos desafios começa a chegar aos níveis mais altos das empresas.
“Esse perfil pessoal de mudança está começando a influenciar na cultura corporativa”, diz Sabino. É a Geração Y possivelmente fazendo escola.
Veja as 8 principais razões que levam os profissionais mais experientes e os menos experientes a “atualizar o currículo” e o peso de cada uma delas entre os dois grupos:
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1. Hora da virada
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1/5 (Alessandro Shinoda)
São Paulo – É comum que em algum momento da trajetória o profissional se pergunte se não é a hora de dar uma guinada de
carreira. Mudar de área, empreender, dar novos rumos à atuação. Mesmo que de maneira diferente, cada uma das pessoas que você verá a seguir passou por este questionamento. O que todas têm em comum é fato de ter apostado na mudança e seguido em frente. Confira a história e os relatos de 12 pessoas de
sucesso que deram grandes guinadas profissionais:
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2. 1. André Esteves, presidente do BTG Pactual
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2/5 (Julio Bittencourt)
A guinada do hoje CEO do
BTG Pactual foi rápida. Aconteceu no início da sua carreira no banco Pactual, local do seu primeiro emprego. Ainda estudante de matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro, André Esteves foi admitido como analista de sistemas do banco, em 1989. O interesse e a aplicação do jovem analista logo fizeram com que ele fosse transferido da sala de sistemas para a mesa de operações do banco, por sua própria iniciativa. A ideia era criar um sistema de informática para ela. Era a oportunidade de ver de perto como era o dia a dia dos operadores. Estudando depois do expediente ele completou a formação que faltava para se dar bem como operador. E foi o que conseguiu, demonstrando mais competência do que seus colegas da mesa de operações, a ponto de, em 1993, tornar-se sócio do banco. Chegou a chairman e presidente do UBS Pactual e foi responsável pela plataforma de Renda Fixa Global do UBS em 2007. Esteves deixou o UBS Pactual para fundar a BTG em 2008. Também já foi diretor da Febraban e membro do conselho da BM&F.
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3. 5. Rodrigo Anderson Matos, presidente da holding Avendor
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3/5 (Divulgação)
A vida profissional do presidente da holding Avendor é feita de grandes guinadas. A lista de atividades desempenhadas por ele vai de catador de algodão a promotor de gôndola em supermercado, passando por colhedor e vendedor de mamona. Ele também foi militar durante 6 anos, e essa foi sua chance de sair do interior e ir morar na capital do Paraná. “Alistei-me e vim para Curitiba. Eu podia ser militar até hoje, mas saí do Exército para ser estagiário em uma empresa de importação quando passei no vestibular e ganhei uma bolsa”, conta. De estagiário ele passou a analista, gerente e diretor geral. Era o sinal para mais uma mudança. “Nessa empresa tive oportunidade de explorar e ter contato com empresas maiores, viajava para negociar contratos. E em três anos aquilo começou a ficar pequeno para mim”, conta. Quando a proposta de sociedade feita à proprietária da empresa fracassou, Matos decidiu investir na carreira de empresário. Montou uma empresa de logística (vendida em 2008), e com sócios criou a MBM Brasil (de design e decoração), a Sun Asia Trade e a prestadora de serviços NDI International. Sócio nas três e gerenciando modelos de negócios completamente diferentes, Matos, conta que se sentia um pouco perdido no aspecto profissional. “Eu estava em um emaranhado de negócios, uma empresa agia no mercado interno, outra no externo, e a terceira era de prestação de serviços. Ficou impossível”, conta. O resultado foi outra guinada: criou uma holding, efetivada em 2011. De dez sócios, ficaram quatro, contando com Rodrigo. “Hoje trabalho com mais qualidade”. A reformulação deu certo e o tempo provou isso. “Em 2009, as empresas faturavam 2 milhões de reais, em 2012 o faturamento foi de 100 milhões de reais”, conta Matos.
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4. 8. Claudio Oliveira, diretor comercial da Eucatex
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4/5 (Divulgação)
Após 23 anos de carreira técnica em engenharia, a guinada de Claudio Oliveira o levou para a área de gestão de negócios. Hoje ele é diretor comercial da Eucatex, atividade que exerce há 12 anos na empresa. “Sou engenheiro mecânico por formação, trabalhei na área de engenharia de produto, de processo e migrei para área de produção”, conta Oliveira, sobre sua experiência em engenharia. Com um curso de administração industrial feito na Fundação Vanzolini, percorreu, segundo ele mesmo conta, todas as áreas de engenharia industrial. Depois de concluir um MBA na USP e com uma temporada internacional na Vanderbilt University, em 1998, mudou de emprego. “Entrei como gerente industrial na Eucatex e tive a oportunidade de gerir um pequeno negócio na época, era uma venda técnica de coberturas metálicas, o que exigia um approach bem técnico”, lembra. Gostou e nesse momento a mudança de área começou a se desenhar na sua vida. “Dava-me mais prazer do que a gerência industrial e tive a oportunidade de participar de dois grandes contratos da Eucatex com a Ford”, conta. O talento do engenheiro para a área comercial chamou a atenção da diretoria executiva da Eucatex. “Isso fez com que eu fosse para área comercial, gerenciar um canal de vendas com as construtoras e, a partir daí, migrei para outros canais, como o varejo, que hoje é a principal operação da Eucatex”, conta. A migração foi a escolha certa, diz. “Encontrei-me nisso, um dia é sempre diferente do outro”, diz. Mas, qualquer mudança, afirma, deve estar vinculada a uma sólida preparação. “Desde que o profissional sinta prazer nisso”, destaca.
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5. Agora, veja como 15 CEOs começaram sua vida profissional
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5/5 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)