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Deixe a agenda mais leve, e as tarefas serão mais agradáveis

São Paulo - Quando penso na vida profissional atual, percebo sentimentos como estresse, fadiga e frustração. Em primeiro lugar, pelo fruto da brecha que se abre entre os desafios e os problemas que se apresentam no trabalho e o conjunto de recursos e conhecimentos com os quais contamos para enfrentá-los. Em segundo lugar, pela grande […]

Aqui e agora - Pensata (Lula Palomares)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2013 às 16h59.

São Paulo - Quando penso na vida profissional atual, percebo sentimentos como estresse, fadiga e frustração. Em primeiro lugar, pelo fruto da brecha que se abre entre os desafios e os problemas que se apresentam no trabalho e o conjunto de recursos e conhecimentos com os quais contamos para enfrentá-los.

Em segundo lugar, pela grande quantidade de informação ao nosso alcance, temos de ver como a priorizamos para convertê-la em conhecimento e aprendizagem. E, finalmente, por nossa relação conflituosa com o tempo. A escassez dele é um dos sinais de identidade da nossa sociedade dispersa e hiperativa.

Não me refiro ao tempo objetivo, ao passar das horas, mas à sua percepção subjetiva, na qual sentimos que o tempo nos falta e que não podemos finalizar todos os projetos que iniciamos.

Conheço muitos profissionais que na gestão de uma crise se moveram inconscientemente para o passado, onde se encontram presos: nostalgia de tempos melhores, sentimentos profundos e recriminatórios de culpa e amargura.

É bom lembrar nossa história e reconhecer nossos erros, identificar os equívocos alheios, mas um profissional não pode viver em um estado permanente de frustração, de censura aos demais e a si mesmo.

Por outro lado, também não podemos nos levar em busca de um tempo que não se deixa caçar. Isso acontece quando sentimentos como a inquietação, a preocupação por um amanhã inacessível e a ansiedade ante um mundo incerto nos tomam.

Podemos nos preocupar com o futuro em longo prazo (a aposentadoria), em médio prazo (a renovação de um contrato que vence em dois anos) ou iminente (falhar nas tarefas que estou desenvolvendo). Mas isso não nos permite ser bons profissionais.

Não se trata de esquecer ou desarraigar-se do passado. Também não se trata de deixar de sonhar e visualizar um futuro melhor, intuir oportunidades profissionais. Mas, simplesmente, temos de constatar que apenas a partir do tempo presente se pode construir o futuro imaginado e transformá-lo em realidade.

Você tem muitas coisas para fazer? Convido-o a reduzir sua lista de afazeres. Excluir e dispensar hábitos, vícios e práticas que o jogam no túnel do tempo ao qual nos deslocamos quando estamos em crise. Deixe sua agenda mais leve, simplifique-a, libere espaço — e verá como, por consequência, as tarefas se tornarão mais agradáveis, inovadoras e empreendedoras.

Santiago Alvarez de Mon Pan de Soraluce é professor de gestão de pessoas nas corporações do Iese Business School

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São Paulo - Quando penso na vida profissional atual, percebo sentimentos como estresse, fadiga e frustração. Em primeiro lugar, pelo fruto da brecha que se abre entre os desafios e os problemas que se apresentam no trabalho e o conjunto de recursos e conhecimentos com os quais contamos para enfrentá-los.

Em segundo lugar, pela grande quantidade de informação ao nosso alcance, temos de ver como a priorizamos para convertê-la em conhecimento e aprendizagem. E, finalmente, por nossa relação conflituosa com o tempo. A escassez dele é um dos sinais de identidade da nossa sociedade dispersa e hiperativa.

Não me refiro ao tempo objetivo, ao passar das horas, mas à sua percepção subjetiva, na qual sentimos que o tempo nos falta e que não podemos finalizar todos os projetos que iniciamos.

Conheço muitos profissionais que na gestão de uma crise se moveram inconscientemente para o passado, onde se encontram presos: nostalgia de tempos melhores, sentimentos profundos e recriminatórios de culpa e amargura.

É bom lembrar nossa história e reconhecer nossos erros, identificar os equívocos alheios, mas um profissional não pode viver em um estado permanente de frustração, de censura aos demais e a si mesmo.

Por outro lado, também não podemos nos levar em busca de um tempo que não se deixa caçar. Isso acontece quando sentimentos como a inquietação, a preocupação por um amanhã inacessível e a ansiedade ante um mundo incerto nos tomam.

Podemos nos preocupar com o futuro em longo prazo (a aposentadoria), em médio prazo (a renovação de um contrato que vence em dois anos) ou iminente (falhar nas tarefas que estou desenvolvendo). Mas isso não nos permite ser bons profissionais.

Não se trata de esquecer ou desarraigar-se do passado. Também não se trata de deixar de sonhar e visualizar um futuro melhor, intuir oportunidades profissionais. Mas, simplesmente, temos de constatar que apenas a partir do tempo presente se pode construir o futuro imaginado e transformá-lo em realidade.

Você tem muitas coisas para fazer? Convido-o a reduzir sua lista de afazeres. Excluir e dispensar hábitos, vícios e práticas que o jogam no túnel do tempo ao qual nos deslocamos quando estamos em crise. Deixe sua agenda mais leve, simplifique-a, libere espaço — e verá como, por consequência, as tarefas se tornarão mais agradáveis, inovadoras e empreendedoras.

Santiago Alvarez de Mon Pan de Soraluce é professor de gestão de pessoas nas corporações do Iese Business School

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