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AG ajusta programa de trainee e diz que Lava Jato não é tabu

Como a Andrade Gutierrez continua atrativa para os jovens, mesmo implicada na operação Lava Jato

Trainees da Andrade Gutierrez: programa é um dos mais internacionais do mercado (Divulgação)

Trainees da Andrade Gutierrez: programa é um dos mais internacionais do mercado (Divulgação)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 20 de julho de 2016 às 15h04.

São Paulo – Não é à toa que o trainee da Andrade Gutierrez, que está mais enxuto neste ano, é chamado de programa internacional. Com inscrições abertas até 31 de agosto, seu principal atrativo é a experiência fora do país, oportunidade dada a todos os aprovados.

“Durante o job rotation do programa, os trainees têm a oportunidade de trabalhar em obras e ambientes corporativos em Portugal, na África, na América Latina, além do Brasil”, diz Ângela Serpa, superintendente de gente e gestão da Andrade Gutierrez.

Se a experiência de trabalhar fora do país é uma certeza, o destino, no entanto, não é. A definição do local pode variar em função de alinhamento interno, segundo Ângela. Mas, necessariamente, todos passam por Europa, África e América Latina, garante.

Apresentar aos jovens o maior número de áreas e atividades é um dos objetivos principais do programa. Para se ter uma ideia, dos 10 meses de programa, nove são assim, como rotação de setores e funções. Os trainees vão trabalhar na área de investimentos, nas áreas corporativas, de negócios e de operações.

A edição deste ano vai, oficialmente, durar menos. Na anteriores, o programa levava 18 meses. Mas, de acordo com Ângela, a mudança não significa muito em termos práticos nem não é fruto de redução de investimentos no programa. Segundo ela, trata-se de um mero ajuste de comunicação.

“Quando declarávamos que o programa tinha 18 meses, contávamos do momento em que o trainee iniciava até a apresentação do projeto final que começa a desenvolver em sua área. Atualmente consideramos o período do primeiro dia de integração na empresa, até a entrada do trainee em sua área de alocação”, explica Ângela.

Perfil buscado

Muito mais importante do que a formação acadêmica, o alinhamento com a cultura da 2ª maior empreiteira do Brasil, é o que, segundo Ângela, define quem entra e que não entra no programa de trainee. Ela cita a importância de conhecer os princípios que norteiam toda atuação da empresa: dedicação às pessoas, simplicidade e eficiência, cumprimento do que é combinado, espírito de dono e foco no futuro.

“Queremos ter vários ‘mini acionistas’ espalhados no mundo todo, garantindo um jeito AG de fazer negócio”, diz a superintendente de gente e gestão. Sua recomendação aos interessados é que procurem conhecer mais sobre a Andrade Gutierrez e percebam se há, de fato, identificação com os valores.

"Lava Jato não é tabu"

Pesquisa realizada com 1,4 mil jovens pelo Vagas.com mostra que 81% deles deixariam de se candidatar a um emprego caso a empresa contratante estivesse envolvida em casos de corrupção.

Mas, os números das recentes pesquisas realizadas pela consultoria Universum não confirmam que, na prática, isso vem acontecendo na Andrade Gutierrez.

Envolvida em esquema de corrupção na Petrobras, no setor elétrico e até em obras da Copa do Mundo, a empreiteira fez acordo de leniência, seu ex-presidente, Otavio Marques Azevedo, e outros executivos são delatores Lava Jato atualmente em prisão domiciliar, e, mesmo assim, sua atratividade cresceu, segundo a Universum.

Em 2014, a Andrade Gutierrez era a preferida de 4,33% dos estudantes de engenharia do Brasil, em 2015 o índice subiu para 4,72% e, em 201, passou de 5% (5,64%). “O assunto Lava-Jato não é tratado pela companhia como um tabu. Ele é falado de forma aberta, especialmente em função da colaboração que a empresa vem fazendo com as investigações, a multa que já foi definida e a publicação – nos principais jornais do país - do “pedido de desculpas e manifesto por um Brasil melhor”, diz a superintendente de gente e gestão da Andrade Gutierrez.

A empreiteira terá de pagar indenização de um 1 bilhão aos cofres públicos por admitir fazer parte de cartel que combinava o resultado de licitações. De acordo com Ângela, é a postura atual da construtora, aliada à sua história que explicam por que a sua atratividade não caiu. “Fizemos deste episódio uma bandeira de mudança”, diz.

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