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Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2013 às 16h36.
São Paulo - A segunda metade do século passado assistiu a uma grande onda de mudanças comportamentais. As pessoas nascidas do pós-guerra em diante são diferentes de seus pais e avós. Informadas, educadas, inconformadas, essas pessoas vieram para criar uma nova ordem no mundo.
Essas pessoas, que formam a maior parte da humanidade hoje, são trabalhadores de empresas, profissionais liberais, acadêmicos, jornalistas, inventores, empreendedores. E elas estão conseguindo, sim, mudar a ordem das coisas e criar um mundo diferente — em grande parte, melhor.
Mas há uma barreira, que é o fato de que não se muda o mundo sem mudar as cabeças. E aí mora o perigo, pois ainda há um imenso número de organizações cujo “modelo mental” nasceu na primeira metade do século 20 e lá ficou.
As pessoas querem ser livres para pensar e sentir, desejam dedicar-se a um trabalho que faça sentido, negam a injustiça, rejeitam a intolerância, clamam por felicidade. Só que essas mesmas pessoas são os executivos que aquelas empresas, as ultrapassadas, contratam para executar suas estratégias de resultado.
Essas estratégias, com frequência, negam aqueles valores, porque privilegiam o resultado de sobrevivência. A lógica da velha empresa e a do novo homem estão, definitivamente, em descompasso histórico — ressalvadas as honrosas exceções. E dessa dicotomia nasce a “esquizofrenia executiva”, que assola muitas salas de reunião.
O mundo foi aplainado pela informação, apequenado pela comunicação e acelerado pela nova economia, que exige uma cabeça global, ainda que opere localmente. Para viver nesse novo mundo precisamos de um novo olhar.
Ser um executivo global é mais do que ter experiência internacional. O executivo global entende a posição de sua aldeia no mundo, sabe o que acontece na outra aldeia e conhece a relação entre causas e efeitos. Acima de tudo, o executivo global é aquele que não deixou de ser uma pessoa, que não transgride os valores humanos fundamentais e que se atualiza de modo permanente.
Ele entrega mais resultado com menos esforço, pois pensa estrategicamente e lança mão de recursos éticos. E, se eles não estiverem disponíveis, o executivo global tem competência e coragem para criá-los.