EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2013 às 13h04.
São Paulo - Em agosto, a Cisco, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, inaugurou, no Rio de Janeiro, um centro de inovação. O centro vai abrir espaço para 50 pesquisadores e cientistas, e a estimativa é que 1.500 empregos indiretos sejam gerados.
A Cisco vem apostando no potencial inovador do profssional brasileiro. Desde 2012, a empresa já investiu 21 milhões de dólares em fundos de capital de risco que apoiam a criação de startups no Brasil. Existem outros exemplos de iniciativas de fomento à inovação no Brasil.
Também em agosto foi divulgada a edição 2013 do Barômetro da Inovação da GE. A multinacional faz essa pesquisa em 25 países com 3.000 executivos que avaliam o que cada nação oferece em termos de estrutura para que as empresas inovem. O resultado mostra que a imensa maioria dos executivos e dos empresários brasileiros considera a questão estratégica para o crescimento dos negócios.
Eles não só querem criar coisas novas como querem que elas sejam ecologicamente sustentáveis — 71% dos profssionais pensam assim, 23 pontos acima da média global. O estudo também revela quais são as competências mais importantes para a inovação, um item a que todo profissional deve prestar atenção.
São elas: compreender os clientes e prever soluções de mercado (92%), identifcar e trabalhar de forma colaborativa com os melhores parceiros (85%) e atrair e trabalhar com pessoas inovadoras (83%). Porém, esses números positivos são frágeis para contrapor as descobertas negativas da pesquisa.
Temos um problema grande na área da educação. Sete em cada dez profssionais brasileiros dizem que há um desalinhamento entre o currículo dos estudantes e as necessidades das empresas — na média global, são quatro em cada dez.
E temos o eterno problema da burocracia. Nada menos que 84% de nossos profissionais declaram lutar contra a burocracia para buscar recursos e incentivos para inovar — na média global, esse é um problema para metade dos executivos.
Esse lado ruim me faz pensar que o Brasil, que sempre ostentou a imagem de jovem nação, de espírito criativo, contraiu a síndrome de Peter Pan e agora não quer amadurecer.
É hora de plantar a jabuticaba da inovação, da economia colaborativa e do empreendedorismo do século 21. Você é da geração conectada, integrada e apta a compartilhar conhecimento, gentileza, educação, solidariedade, justiça e ética. Contamos com seu entusiasmo.
Gil Giardelli escreve sobre inovação digital e é professor do Centro de Inovação e Criatividade da ESPM e da Miami Ad School. Também é presidente da Gaia Creative