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8 tipos de chatos que habitam as plateias de apresentações

Conhecer a audiência da sua apresentação é o primeiro passo. Confira 8 tipos chatos que você pode ter que encarar em uma plateia e veja como lidar com eles

EXAME.com (EXAME.com)

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Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 9 de maio de 2014 às 16h59.

São Paulo - O primeiro passo na construção de uma apresentação é entender quem é a sua audiência. Parece óbvio? Mas tem gente que se esquece desse (grande) detalhe, segundo Rogério Chequer, sócio da SOAP - State Of the Art Presentations.

“Muitas pessoas fazem apresentações em que falam para elas mesmas", diz. "Também acham que saber os cargos das pessoas para quem vão fazer a apresentação já é suficiente, mas não é”.

Ele e Eduardo Adas, também sócio da SOAP, sugerem que o apresentador faça um raio-x do perfil da plateia. Quem é o público alvo? Além da idade, gênero, cargo, quais são seus valores e quais as suas objeções?

Tudo isso deve ser levado em conta na hora de alinhar o conteúdo e construir o discurso, que, lembre-se, deve ser voltado, sempre, para a plateia (e não para você mesmo).

Ok, mas feito isso, o apresentador está livre de encarar os chatos e “cricris” da plateia? Não, dizem Chequer e Adas. Ao mostrar que conhece seu público você quebra algumas barreiras e cria empatia, mas não se livra dos chatos.

“Muito da plateia o apresentador vai aprender durante o encontro”, diz Chequer. E para quais tipos de pessoas o apresentador deve se preparar para encarar? Veja os principais tipos de chatos e as estratégias para lidar (bem) com eles:

1 O pessimista

Como ele age: considera que o discurso do apresentador não serve para ele e também não se aplica à realidade.

O que fazer: empatia é a palavra-chave para interagir com o pessimista. É mostrar que o entende. “O que não significa concordar com ele”, diz Adas.

Além disso, o especialista recomenda ir direto ao ponto. Comece a apresentação fazendo perguntas para investigar as crenças da plateia. Em seguida, traga a sua visão sobre o tema, deixando claro que respeita as crenças e valores do seu público.

2 O sem expressão

Como ele age: faz cara de paisagem e não esboça nenhuma reação.

O que fazer: quem vê cara não vê coração, diz o ditado. Portanto, não conclua, de antemão, que a apresentação não agrada. A recomendação dos dois especialistas é ter cuidado com suas suposições. “O apresentador tende a se afetar negativamente, mas cada pessoa tem uma forma de reagir e de prestar atenção”, diz Chequer.

Fazer uma pergunta para essa pessoa pode ser uma estratégia para tentar engajá-la. Chequer também sugere mudar o ritmo da apresentação, o tom de voz, como forma de testar se há mudança na reação.

3 O sabichão

Como ele age: coloca o apresentador à prova o tempo todo, seu comportamento é desafiador, o que é bem chato. Pode ser um risco para a atenção dos outros.

O que fazer: “ao identificar este perfil, minha recomendação é fazer a apresentação o mais breve possível e dizer que ao final dela será aberto um momento para perguntas”, diz Adas.

De acordo com ele, é uma forma de tentar inibir interrupções, embora não elimine esta possibilidade por completo. Ao ser interrompido, seja assertivo. “Diga que o tema sai da linha e que é preciso voltar ao trilho principal”, diz Chequer.

4 O questionador

Como ele age: faz muitas perguntas, algumas em hora errada. Há os que perguntam “para mostrar serviço” e aqueles que, naturalmente, são cheios de dúvidas.

O que fazer: Novamente, a recomendação é explicar que ao final da apresentação haverá espaço para perguntas. Quando as dúvidas são genuínas é mais fácil de lidar e controlar o tempo da sua resposta. Tantas perguntas, diz Adas, trazem até vantagem para o apresentador. “É uma pessoa mais transparente, dá para saber o que se passa na cabeça dela”, diz o especialista.


5 O colegial

Como ele age: conversa com colegas o tempo todo atrapalhando a concentração dos outros e do apresentador.

O que fazer: Dispersão do público pode ser um sinal de que a apresentação não está no rumo certo. Por isso, é sempre bom fugir da rigidez e ter sempre um plano B de roteiro na manga, segundo os dois especialistas.

De acordo com Adas, uma boa apresentação deve ter um conteúdo relevante aliado a uma história impactante. Por isso, se a dispersão é geral entre o público-alvo, aposte em mudanças no roteiro porque, claramente, algo não vai bem e a culpa pode ser sua. Caso sejam conversas de pessoas não envolvidas diretamente com a palestra, a saída é pedir, elegantemente, por silêncio.

6 O orientador

Como ele age: diz o que o apresentador deve fazer todo o tempo. É um tipo raro, mas pode aparecer, sobretudo, na figura do responsável pela organização da apresentação.

O que fazer: Uma reunião de alinhamento antes da apresentação é essencial para evitar problemas e deixar o organizador mais tranquilo.

Segundo Chequer, dar destaque ao trabalho de preparação realizado por esta pessoa também pode ajudar, se a questão estiver mais relacionada à necessidade de atenção.

7 O que não desliga nunca

Como ele age: não desgruda os olhos da tela do smartphone ou tablet, checa emails e atualiza status em redes sociais.

O que fazer: “Eu mudei minha opinião com o tempo. Hoje em dia pedir para desligar celular não é mais real”, diz Adas. Os dois especialistas lembram que se a apresentação for relevante e com uma boa história vai, naturalmente, prender a atenção do público durante a maior parte do tempo.

8 O soneca

Como ele age: Boceja, pisca longamente, demonstrando seu cansaço e sono.

O que fazer: Em plateias grandes é natural que haja pessoas cansadas, afirmam Adas e Chequer. Caso seja uma minoria, não se deixe influenciar negativamente. Mas se o número de pessoas visivelmente com sono for grande, a luz vermelha acende para a sua apresentação. Pode ser a hora certa para lançar mão de estratégias para atrair a atenção e engajar a audiência.

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