8 critérios para escolher um bom curso de MBA
Proliferação de programas para executivos pode confundir profissionais, saiba como não cair nas principais armadilhas
Talita Abrantes
Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 17h35.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h38.
São Paulo – Na onda de expansão do mercado de educação no país, os cursos de MBA vivem um período de intensa multiplicação. Em contraste com o cenário de uma década atrás, hoje, centenas de instituições aderiram a esta linha educacional. Há programas para todos os perfis, bolsos e gostos. Mas a miríade de tentadoras opções pode ser um obstáculo para quem pretende cursar um MBA. Nessas circunstâncias, a atenção deve ser redobrada. “Há muito curso de especialização que se denomina MBA, mas que, na verdade, não é”, diz Armando Dal Colletto, conselheiro da Anamba (Associação Nacional de MBA) e diretor acadêmico da Business School São Paulo (BSP). “É um grande investimento de tempo e dinheiro. Não vale fazer apenas pelo título. MBA tem que agregar valor”, afirma Cristiane Gonçalves, Gerente na área de Assessoria em Gestão de Recursos Humanos da KPMG no Brasil. Para que você não pise em falso na hora de escolher um bom MBA, EXAME.com listou os principais critérios para essa decisão.
Não adianta. Por mais imponente que seja a estrutura da instituição de ensino, o corpo docente é ponto determinante para a qualidade do curso de MBA. Isso significa que, antes de fechar sua matrícula, é necessário fazer um check-up da carreira profissional de cada professor do curso. Comece pela formação acadêmica deles. Para conseguir o selo de qualidade da ANAMBA (Associação Nacional de MBA), por exemplo, pelo menos 30% dos docentes devem ter doutorado. Com base nisso, avalie quantos professores têm uma titulação acadêmica ou MBA. Além disso, todos precisam ter experiência profissional e boas referências no mercado. “Se o professor tiver uma visão muito ligada à academia não terá condições para interagir com as questões práticas propostas pelo MBA”, diz. “Eles precisam ter background de mercado”.
Uma das principais vantagens deste modelo de ensino é a troca de experiências entre os participantes. Se houver uma lacuna de formação e vivência entre eles, esse potencial não será totalmente aproveitado. Por isso, tente descobrir qual é o perfil de aluno do curso, a idade, a experiência profissional e o ramo de atuação. Verifique também o tamanho da turma de MBA. O elevado número de alunos pode prejudicar seu aproveitamento e até o networking. Busque informações também sobre o impacto desse curso na carreira de ex-alunos. Eles cresceram em seu ramo de atuação? Dão boas referências sobre o MBA em questão?
De acordo com o diretor da Anamba, o tom generalista é um dos pontos básicos dos cursos de MBA. “Eles devem ter uma visão abrangente e integrada dos assuntos e cobrir todas as áreas de gestão”, afirma. Disciplinas como Ética, Responsabilidade Social, Análise Financeira, Gestao de Pessoas, Gestão de operações, Análises estatísticas, Tecnologia de Informação, Economia, Marketing e Estratégia são indispensáveis na grade curricular de um MBA. Verifique também a periodicidade de atualização do conteúdo e metodologias de ensino da escola.
O tempo de duração do curso de MBA também deve ser checado. De acordo com os critérios do MEC, o curso precisa ter, no mínimo, 360 horas-aula para ser considerado uma pós-graduação. Na Anamba, o critério é mais rígido. Para ganhar o selo de qualidade, são necessárias 480 horas-aula por curso de MBA. Outro ponto essencial é avaliar se a agenda do curso combina com sua rotina por, pelo menos, dois anos.
O atual contexto econômico do país exige profissionais que compreendam a lógica de negócios internacionais. Por isso, ponto para as escolas que mantêm parcerias com instituições de outras partes do globo. Esse convênios podem se materializar no convite para que professores dessas instituições venham dar aulas no Brasil ou até em intercâmbios para os alunos brasileiros. Nesses casos, o MBA torna-se uma ponte para que o profissional estabeleça contatos com a comunidade internacional. “É um meio para aprender a trabalhar com o mundo globalizado”, diz Miriam Viniskofske, sócia da The Point Academic, consultoria especializada em MBAs.
A acreditação internacional é um bom medidor da qualidade das escolas. Entidades como AACSB, AMBA e EFMD-EQUIS oferecem uma espécie de selo de qualidade para instituições que cumprem o padrão exigido. Fatores como infraestrutura, qualidade do corpo docente e metodologias de ensino são rigorosamente avaliados por essas instituições.
Uma visita à instituição é fundamental para a sua decisão. Verifique as instalações da biblioteca e pergunte sobre a atualização do acervo. Avalie também a qualidade da estrutura das salas de aula e os recursos tecnológicos disponíveis na escola.
Após checar todas essas informações, é hora de fazer um check-up em sua própria história e planos profissionais. Não vale escolher uma universidade top de linha apenas pelo nome. Ela precisa ser coerente com aquilo que você quer para sua carreira e com seu estilo pessoal. Por isso, investigue desde o tom da metodologia de ensino até em quais áreas de conhecimento a escola é mais forte. “Algumas escolas investem em um clima mais de competição entre os alunos, outras no trabalho em equipe”, enumera Mirian.
Mais lidas
Mais de Carreira
Lifelong learning: o segredo para crescer profissionalmente pode estar fora da sua área de atuaçãoPedido para cidadania italiana ficará mais caro a partir de janeiro; entenda a nova leiBrasileiros que se mudaram para Finlândia compartilham uma lição: a vida não é só trabalhoComo usar a técnica de Delphi para tomada de decisões