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7 hábitos que sabotam a concentração de qualquer concurseiro

Cansados e nervosos, candidatos a concursos públicos ficam suscetíveis às menores distrações durante os estudos. Veja 7 "venenos" para a concentração

Estudante em meio ao caos: é importante estudar em um ambiente organizado, silencioso e confortável, dizem especialistas (Thinkstock/KatarzynaBialasiewicz)

Claudia Gasparini

Publicado em 12 de abril de 2016 às 06h00.

São Paulo - Cansados, nervosos e pressionados pelo tempo, muitos candidatos a concursos públicos ficam suscetíveis às menores distrações durante os estudos.

Do barulho na rua às notificações do celular, qualquer estímulo parece ser forte o suficiente para quebrar a concentração e devolver a linha do pensamento à estaca zero.

O prejuízo não é pequeno. De acordo com Gloria Mark, pesquisadora da Universidade da Califórnia, em Irvine, nosso cérebro demora em média 23 minutos para retornar plenamente à sua tarefa original após uma interrupção.

A ausência de um bom plano de estudos, que estabeleça metas claras e exequíveis para cada semana de trabalho, atrapalha ainda mais o foco e pode sabotar definitivamente as chances de sucesso na prova.

Veja a seguir 7 hábitos comuns que minam a eficiência dos estudos, segundo especialistas em preparação para concursos públicos:

1. Estudar na “companhia” do celular
Para Gladstone Felippo, coordenador do IMP Concursos, este é o hábito mais nocivo de todos. “A tentação de conferir aplicativos de mensagens e redes sociais tira totalmente o foco do candidato”, diz ele. “Estudar com o celular do lado é assinar a sentença de reprovação”. Para Renata Xisto, psicóloga e coach especializada em concursos públicos, a única saída é colocar o aparelho no modo avião. “Deixar apenas no silencioso não funciona, porque a vibração vai atiçar a sua curiosidade do mesmo jeito”, diz ela.

2. Esquecer a necessidade de intervalos
Felippo diz que não há pior veneno contra o foco do que o cansaço. “Muitos pensam que estudar por muitas horas seguidas vai garantir a aprovação, o que é um grande equívoco”, diz ele. Segundo a neurociência, nosso cérebro não consegue se fixar em um único objeto por mais do que uma hora. Passado esse prazo, sugere o especialista, faça uma pausa de 15 minutos para esticar as pernas e refrescar a cabeça.

3. Ter um ambiente de estudos mal iluminado ou barulhento
Buscar um espaço claro, silencioso e acolhedor para estudar ajuda muito na compreensão e na fixação dos conteúdos, afirma Paulo Estrella, diretor da Nova Academia do Concurso. “Isso não quer dizer que o candidato só deva estudar nesse ambiente ideal”, pondera o especialista. “Transporte público, longas filas, qualquer lugar pode ser aproveitado para ter contato com a matéria, ainda que a eficiência desse estudo seja menor”.

4. Estudar o dia inteiro uma única disciplina
Na opinião de Estrella, fazer longas sessões de estudo monotemáticas não é uma estratégia eficiente, porque o cérebro do candidato fica “viciado” em uma única forma de raciocinar e acaba se cansando. “Trocar de disciplina depois de duas ou três horas de estudo muda a lógica e aumenta a eficiência do estudo”, explica.

5. Estudar muitas disciplinas na mesma semana
Outro erro tático é compor uma agenda de preparação diversificada demais. Diante de uma variedade excessiva de assuntos, a cabeça se cansa e fica mais vulnerável a distrações. Segundo Estrella, o problema é comum entre concurseiros que buscam concursos de nível superior, que podem chegar a ter 25 disciplinas. “O ideal é separar o conteúdo em ciclos semanais, cada um com no máximo 8 matérias”, diz o especialista.

6. Descuidar da postura
O processo de assimilação e memorização do conteúdo também é muito prejudicado se o candidato não cuida da própria postura física ao estudar. “É importante que a cadeira e a mesa sejam confortáveis, porque você precisa se sentir bem para se concentrar”, diz Rachel Almeida, gerente do site Concurso Virtual. Ficar estirado no sofá ou na cama pode até parecer prazeroso, mas causará dores a médio prazo. Cedo ou tarde, o mal-estar físico decorrente da postura inadequada acabará interferindo na sua concentração.

7. Não enxergar prioridades
Segundo Francisco Saint Clair Neto, coordenador da Pousada do Concurso, é fundamental estipular metas diárias de estudo para não se dispersar facilmente. Para isso, é importante não tentar fazer “malabarismo” com as obrigações do dia, afirma a psicóloga Renata Xisto. “É preciso ter foco e fazer uma coisa de cada vez”, diz ela. Além disso, é essencial determinar quais são os assuntos prioritários para o concurso, e dedicar-se com mais afinco a eles - tudo com base em uma análise afiada do edital.

São Paulo - Seres humanos são naturalmente distraídos - ainda mais em tempos de internet e smartphones. Para ajudar você a melhorar a sua capacidade de concentração no trabalho e nos estudos, EXAME.com reuniu observações da neurociência sobre o funcionamento do seu cérebro. Navegue pelos slides para ver conselhos com embasamento científico a respeito do assunto.
  • 2. Escute música (mas não a sua favorita)

    2 /9(Thinkstock/Warren Goldswain/Thinkstock)

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    Além de bloquear ruídos do ambiente, ouvir música pode ajudar a trazer relaxamento e concentração. Segundo Carla Tieppo, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, é melhor ouvir um repertório que você já conheça. Isso porque o seu cérebro pode se distrair tentando avaliar uma música totalmente nova para ele. Antes de montar a sua playlist também vale outro cuidado: não escolha nada que você adore - ou deteste. Pesquisadores de Taiwan descobriram que sentimentos excessivamente positivos ou negativos pela "trilha sonora" tiram o foco do trabalho. O melhor a fazer é escolher músicas às quais você seja um tanto indiferente. Na conta de EXAME.com no Spotify há uma lista de músicas - indicadas por Felipe Lima, coach de concurseiros e especialista em memorização - que ajudam a não perder a concentração. Siga-nos por lá:
  • 3. Permaneça alimentado e hidratado

    3 /9(Stock.xchng)

  • Ter sempre algo no estômago é essencial para manter a concentração nos estudos. Não precisa ser nada muito substancioso, recomenda a professora Carla. Basta um suco ou uma fruta entre as principais refeições. O importante é fornecer ao seu organismo energia suficiente para o trabalho. Água também é essencial para manter o cérebro funcionando a todo o vapor. Um experimento feito por pesquisadores ingleses mostrou que pessoas com sede demoram mais tempo para completar tarefas do que aquelas que estão bem hidratadas.
  • 4. Movimente-se

    4 /9(Thinkstock/lzf)

    Fazer exercícios físicos regularmente não é importante apenas para ter uma vida mais longa e saudável. De acordo com um estudo da University of Illinois, a prática aeróbica pode desenvolver partes do cérebro ligadas à atenção e à memória. Em pouco tempo, os benefícios já podem ser sentidos. Segundo um pesquisador ouvido pela ABC News, a rapidez de processamento de informações aumenta após meia hora de exercícios moderados, como uma caminhada na esteira.
  • 5. Procure meditar

    5 /9(Getty Images)

    Em tempos de excesso de informações e estímulos, esvaziar a mente pode ser difícil - mas os benefícios são imensos para a suas funções cognitivas. A análise do córtex cerebral de praticantes de meditação, dizem pesquisadores americanos, mostra que a prática aumenta a capacidade de fixar a atenção, além de favorecer a memória e facilitar a tomada de decisões.
  • 6. Durma o suficiente

    6 /9(Thinkstock/moodboard)

    Pessoas que dormem pelo menos sete horas por noite têm atividade cerebral significativamente superior à daquelas que passam menos tempo na cama, afirmou o médico norte-americano Daniel Amen à revista Men's Health. Tirar sonecas também pode ajudar a concentração durante o dia. Segundo um estudo conduzido por pesquisadores australianos, jovens adultos que dormem por 90 minutos depois do almoço experimentaram ganhos em memória e capacidade de aprendizado.
  • 7. Escreva à mão

    7 /9(Thinkstock/anyaberkut/Reprodução)

    A onipresença da tecnologia leva muita gente a esquecer o papel e a caneta. Mas existe uma grande vantagem em anotar suas ideias usando o velho método. Segundo pesquisadores das universidades de Princeton e da Califórnia, quem escreve informações à mão tem mais facilidade de compreendê-las e memorizá-las do quem as digita. O motivo? O processamento de dados ocorre de forma mais superficial ao se usar o teclado, diz o estudo.
  • 8. Faça intervalos

    8 /9(ThinkStock)

    De acordo com a professora Carla Tieppo, da Santa Casa, nosso cérebro consegue se fixar num único objeto por no máximo uma hora.  Após esse prazo, o mais indicado é fazer uma pausa de até dez minutos para levantar e tomar um café. A bebida, aliás, tem um benefício extra: ingerir cerca de 230 mL de café diminui a suscetibilidade às distrações, dizem pesquisadores austríacos.
  • 9. Agora veja 10 ferramentas que ajudam a trabalhar mais em menos tempo

    9 /9(Flickr/Creative Commons/JD)

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