6 truques para reter a atenção da plateia numa apresentação
Está difícil competir com os smartphones? Veja dicas da autora do livro "Apresentações brilhantes" para segurar o foco da sua plateia numa apresentação
Claudia Gasparini
Publicado em 17 de fevereiro de 2016 às 15h22.
São Paulo - Não existe consenso científico sobre a duração média da atenção humana. Mas, se você já fez algumas apresentações ao longo da sua vida profissional, deve saber que seres humanos são muito distraídos.
Com base em sua própria experiência como palestrante, Susan Weinschenk, autora do livro “Apresentações brilhantes” (Editora Sextante), estima que conseguimos prestar atenção ininterrupta em outra pessoa na exígua janela temporal que vai de 7 a 10 minutos. Isso se o tema nos interessar, é claro - e só se o palestrante for bom.
A dura verdade é que, se o assunto e o apresentador forem entediantes, possivelmente o ouvinte desligará em 7 segundos, diz Susan.
Mesmo assim, ela garante que a façanha de reter olhos e ouvidos de uma plateia - mesmo com a tentação trazida pelos smartphones - não é irrealizável.
O segredo? Programar transições. "Você tem de encontrar uma maneira de fazer alterações a cada 7 minutos, pelo menos”, recomenda a autora.
A seguir, veja algumas sugestões de Susan para ter sucesso nessa empreitada:
1. Faça um pequeno intervalo
Se a sua palestra vai durar mais de uma hora, fazer uma pausa é obrigatório. Pode ser breve: cinco minutos bastam para arejar a cabeça da plateia.
2. Aposte em interação
Peça para as pessoas escreverem, desenharem ou participarem de alguma outra forma ativa da discussão. Propor pequenos exercícios de vez em quando acorda os sonolentos e ajuda a trazer interesse sobre o tema.
3. Faça perguntas
Questionar a plateia é uma forma de dinamizar a apresentação e, de quebra, interromper um pouco o seu discurso. “Se você levar um minuto fazendo a pergunta, isso servirá como intervalo”, escreve Susan.
4. Mude de posição
Pode parecer desimportante, mas ficar parado no mesmo lugar durante toda a apresentação atrapalha a concentração de quem está assistindo. “Fique num ponto por alguns minutos e depois mude de lugar e fale de lá”, recomenda a autora.
5. Mude de assunto
Mesmo que você tenha uma programação a cumprir, vale pensar em algumas variações temáticas ao longo da apresentação. Uma das formas de fazer isso é parar o seu discurso e dizer “Agora quero falar sobre algo bem diferente”.
6. Conte histórias
Seres humanos adoram narrativas. Por isso, Susan recomenda ilustrar o seu discurso com histórias curtas, interessantes e, claro, pertinentes ao assunto da sua exposição.
Pensando nisso, os sócios da SOAP, consultoria especializada no assunto, compartilharam com EXAME.com algumas das regras básicas para usar a linguagem corporal do jeito certo durante as apresentações. Confira:
Em uma apresentação, a plateia é a protagonista – não você, seus slides ou lousa. Por isso, seu foco deve estar em quem está do lado de lá do palco ou da mesa.
Na prática, isso significa que seus olhos devem estar fitos neles – e não na sua apresentação de slides ou outro recurso.
“Você não pode interromper por muito tempo a conexão com a audiência”, afirma Rogério Chequer, sócio da SOAP. “Sem conexão, não há empatia. Sem empatia, não há credibilidade”.
Apesar da multidão de notas na partitura, é o maestro quem determina em que ponto de toda harmonia cada músico deve se focar. Faça o mesmo.
Assuma a postura de maestro da atenção da plateia. Segundo os especialistas, este processo começa antes de sua chegada ao palco – para ser mais preciso, no momento em que você confecciona os slides que irão auxiliá-lo durante a apresentação.
“O conteúdo mais importante não é o que está no slide, mas sim o que você está falando. Então, mostre apenas imagens sobre o que você diz”, afirma Eduardo Adas, sócio da SOAP. “Se você mostrar tudo de uma vez, a audiência não vai saber para onde olhar”.
Braços cruzados, mão na cintura ou nos bolsos, pernas muito abertas e por aí vai. Posturas assim passam “mensagens subliminares para a audiência na direção de desleixo, falta de disciplina, organização ou profissionalismo”, afirma Chequer.
A melhor estratégia para evitar isso é apostar em posturas e gestos neutros. “O que você busca em termos gestuais deve sempre visar à neutralidade e à complementariedade”, afirma Adas.
Ou seja, a maneira como você usa as mãos ou desloca o seu corpo não pode interferir na história que está contando – antes, deve reforçá-la.
Manter as mãos ao lado do corpo, por exemplo, cumpre essa função. Fazer gestos abertos, por sua vez, mostra ausência de proteção e confiança. “A conexão com a audiência é mais forte se seu gesto é natural”, diz Chequer.
“Muita gente odeia que aponte o dedo para elas. Ao fazer isso, você quebra a empatia”, diz Chequer.
Quando o grupo é pequeno, contudo, muitas vezes não faz sentido ficar em pé. Aí, a dica é aguçar os sentidos para perceber qual postura é mais adequada para cada reunião.