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6 erros comuns ao se chefiar um introvertido

Certas atitudes do chefe podem comprometer o desempenho de um introvertido no trabalho. Veja como evitar que o potencial desse profissional seja desperdiçado

Silêncio: introvertido normalmente precisa de espaços reservados no escritório para se concentrar (Thinkstock/ RynioProductions)

Claudia Gasparini

Publicado em 29 de março de 2015 às 06h00.

São Paulo - O comportamento dos introvertidos no trabalho é alvo frequente de preconceitos e equívocos.

Algumas das suas características mais marcantes, como o predomínio da escuta sobre a fala, são vistas como sinais de timidez ou insegurança. É bem o contrário: esses traços podem ser até diferenciais competitivos para a carreira desses profissionais, segundo especialistas.

No entanto, o potencial de um introvertido pode ser desperdiçado se o seu chefe não souber lidar com a sua personalidade.

Diante disso, a psicóloga norte-americana Marla Gottschalk listou no LinkedIn algumas das falhas frequentemente cometidas por chefes de profissionais com esse perfil.

“Os introvertidos exigem condições de trabalho ligeiramente diferentes para terem um bom desempenho , e não é difícil se tornar mais sensível às necessidades deles”, escreve ela.

Veja a seguir algumas posturas da chefia que atrapalham o rendimento desse profissional, segundo Marla:

1. Exigir respostas imediatas
Um dos traços típicos do introvertido é que ele precisa de algum tempo para processar informação e elaborar seus pensamentos. Por isso, não é aconselhável pedir suas opiniões “no susto”. Se o chefe for capaz de esperar um pouco, terá respostas muito mais ricas e ponderadas do seu funcionário.

2. Dar feedback publicamente
Na visão de Marla, pessoas reservadas não se sentem à vontade com comentários feitos na frente de toda a equipe - mesmo se forem positivos.  “Muitos prefeririam pular de um precipício a virar o centro das atenções de repente”, escreve. Segundo ela, é melhor é avisá-los antecipadamente que estão prestes a receber um prêmio ou elogio em público.

3. Acreditar que ele não gosta de trabalhar em equipe
Ao contrário do que muitos chefes pensam, o introvertido não é incapaz de produzir em grupo. Só é necessário respeitar sua necessidade de trabalhar individualmente antes das reuniões e atividades em equipe. Isso porque, antes de se lançar à discussão, esse profissional precisa de tempo e calma para “ruminar” suas ideias.

4. Não oferecer privacidade
Escritórios sem paredes são um desafio para a concentração de qualquer um. Que dirá dos introvertidos. Bons gestores prestam atenção às necessidades de seus funcionários, e devem garantir a existência de espaços silenciosos e tranquilos no escritório para os que têm esse tipo de personalidade.

5. Supor que ele não tem nada a dizer
É fato que o introvertido tende a falar menos no ambiente de trabalho. Isso não quer dizer que ele não tenha ótimas ideias. Para evitar que suas contribuições sejam perdidas, o chefe deve tomar a iniciativa na comunicação. “Mande emails, pergunte como os projetos estão indo, combine reuniões semanais de acompanhamento”, aconselha a especialista.

6. Subestimar sua capacidade de liderança
Não é raro que a postura reservada desses profissionais seja interpretada como insegurança e hesitação. No entanto, diz Marla, diversas pesquisas mostram que os introvertidos são mais abertos à diferença de opiniões e, por isso, tendem a tomar decisões mais fundamentadas. “Para mim, isso parece ser a matéria-prima perfeita para um líder”, escreve ela.

São Paulo - Mapear e classificar o comportamento humano, em toda a sua imensa diversidade, é uma missão ambiciosa. Mesmo assim, cada vez mais empresas têm usado testes psicológicos para encontrar padrões de personalidade, e assim recrutar e treinar profissionais de acordo com suas características pessoais. A classificação MBTI (Myers-Briggs Type Indicator) é um desses recursos. Criada pelas estudiosas norte-americanas Katherine Briggs e Isabel Myers, a teoria se baseia nos tipos psicológicos descritos pelo psiquiatra suíço Carl Jung. Para Adilson Souza, professor da ESPM e fundador da Estação RH, o indicador tem grande aplicação prática, inclusive no mundo corporativo.  Nesta galeria, apresentamos os 16 tipos de personalidade previstos pelo MBTI, seguidos dos comentários de Adilson sobre as características de cada um no mundo do trabalho, e algumas profissões adequadas para cada tipo. Clique nas fotos para conhecê-los. Como funciona? O indicador se baseia em quatro eixos de preferências psicológicas. O primeiro está ligado ao “mundo favorito” de cada pessoa: se ela se concentra no exterior, sua característica é a extroversão (E); se favorece sua vida interior, é a introversão (I). A segunda divisão é entre sensação (S) e intuição (N). No primeiro caso, o foco está na informação básica que se recebe do mundo. Já os intuitivos acrescentam interpretações e significados subjetivos a suas percepções. Na hora de tomar uma decisão você prefere a lógica e a consistência ou dá atenção ao aspecto humano e pessoal da questão? Dependendo da resposta, o seu tipo psicológico conterá pensamento (T) ou sentimento (F). Por fim, você pode ter traços de julgamento (J),  tendência ligada à tomada categórica de decisões, ou percepção (P), relacionada à abertura a novas informações e opções antes de “bater o martelo”. Todas as combinações possíveis entre essas características resultam num universo de 16 tipos psicológicos, tais como INTF, ESTJ, INTP e assim por diante. Para ver a descrição de cada um, clique nas fotos. Atualização (26/jun/2015) — Conforme informado através de notificação da empresa Fellipelli Instrumentos de Diagnósticos e Desenvolvimento Organizacional Ltda., o texto anteriormente publicado apresentava um link que direcionava para uma página não licenciada do método MTBI criado por Myers-Briggs, cujos direitos autorais no Brasil são licenciados exclusivamente para a mencionada empresa. Por isso, removemos o link.
  • 2. 1. INTP: os “engenheiros”

    2 /18(Ueslei Marcelino/Reuters)

  • Veja também

    Este grupo costuma ser reservado, independente e estratégico. “São pessoas com necessidade de dominar competências, conhecimentos e conceitos que valorizam a consistência e a lógica”, explica Adilson. Por conta de seu pragmatismo, inteligência espacial, análise estratégica, aqueles que se encaixam neste tipo são chamados de “engenheiros”. Na vida profissional, o grupo se dá bem em funções que permitam propor e criar novos conceitos e que sejam úteis. Exemplos de carreira: engenharia, arquitetura, urbanismo, desenvolvimento de sistemas, TI, ciências da computação, entre outras.
  • 3. 2. ENTP: os “inventores”

    3 /18(DAJ/Thinkstock)

  • Quem se encaixa no grupo se destaca por ser criativo, analítico e adaptável. Sua principal motivação é inovar. “São profissionais persistentes e enxergam com facilidade oportunidades para criar e recriar processos”, diz o professor da ESPM. Graças ao seu apetite pelo novo, os ENTPs são conhecidos como “inventores”. A visão estratégica e a capacidade de analisar riscos também são marca registrada do grupo. No trabalho, estes profissionais precisam de espaço para fazer experimentos com novos produtos, serviços e soluções. “Também é importante que eles possam liderar grupos em torno de suas ideias”, comenta Adilson. Exemplos de carreira: arquitetura, design, criação, administração, física, química, farmácia, entre outras.
  • 4. 3. ENTJ: os “marechais”

    4 /18(Idzanake/Thinkstock)

    Curiosos, lógicos e críticos, profissionais com este perfil adoram liderar. Segundo Adilson, são sociáveis e confiantes, e por isso conseguem vender bem suas ideias. Além disso, costumam ser estrategistas, valorizam a lógica e gostam de jogar com vários cenários - como num jogo de xadrez. Pela sua visão complexa e estratégica, o ENTJ é chamado de “marechal de campo”. De acordo com Adilson, as atividades profissionais que privilegiam as qualidades do grupo são aquelas que permitam liderar grupos e estabelecer alianças estratégicas. Exemplos de carreira: engenharia, economia, direito, vendas, publicidade, edição, entre outras.
  • 5. 4. INTJ: as “mentes brilhantes”

    5 /18(Creatas/Thinkstock)

    Autoconfiantes, lógicos e independentes, os INTJ são bons construtores de sistemas complexos e aplicadores de modelos teóricos. Mais reservados e contidos, preferem o contato em grupos menores. “São pessoas ágeis, que enxergam a curto e longo prazo e têm poder de decisão”, diz Adilson. A visão global e a capacidade de fazer análises complexas deram ao grupo o apelido de “mentes brilhantes”. Na vida profissional, é preciso haver independência e tempo para imersão nas tarefas. Além disso, um INTJ típico prefere trabalhar sozinho ou em grupos mais reservados. Exemplos de carreira: engenharia, direito, redação, pesquisa e consultoria.
  • 6. 5. ESFP: os “performáticos”

    6 /18(./Getty Images)

    O grupo se destaca pela simpatia e pela necessidade de agradar às outras pessoas. “São sociáveis, bem-humorados, divertidos, cooperativos e tolerantes”, afirma Adilson. A habilidade para os relacionamentos e os dons artísticos são características importantes. Em síntese, os ESFP adoram o “palco” - razão pela qual são conhecidos como “performáticos”. Rotina e sistemas pré-definidos não combinam com este perfil. O trabalho pode ser muito estimulante se envolver a liderança de grandes grupos graças a sua simpatia e sociabilidade. Exemplos de carreira: política, vendas, artes, relações públicas, entre outras.
  • 7. 6. ISFP: os “compositores”

    7 /18(Ryan McVay/Thinkstock)

    Segundo Adilson, o grupo costuma ser sensível, modesto e perfeccionista. A inteligência cinestésica também é típica do perfil. Além disso, os ISFPs se motivam por expressões não verbais. “Imagine um quadro com canetas, pincéis e tinta”, explica Adilson. “Essa é a forma como eles traduzem o que a fala não consegue expressar”. Graças ao seu pendor artístico, representantes deste grupo são chamados de “compositores”. O processo criativo deve fazer parte da rotina de profissionais que se encaixam no grupo. “Eles costumam trabalhar no nível instrumental e de forma independente ou com poucas interferências”, comenta o professor da ESPM. Exemplos de carreira: artes plásticas, teatro, música, gastronomia, química, entre outras.
  • 8. 7. ISTP: os “perfeccionistas”

    8 /18(andercism/Photopin/Abril)

    A natureza dos ISTPs é prática, impulsiva e adaptável. “São pessoas com comportamento desbravador, que se motivam pela perspectiva de superar limites”, comenta Adilson. Sua obstinação faz com que recebam a alcunha de “perfeccionistas”. Profissionais com esse perfil trabalham arduamente para fazer mais com menos - e por isso são conhecidos como “perfeccionistas” dentro da tipologia. Mas tudo sem alarde: como outros tipos introvertidos, eles são discretos e preferem o contato em pequenos grupos. Segundo Adilson, combinam com o perfil atividades profissionais que permitam desbravar caminhos desconhecidos. Também é importante que a rotina de trabalho esteja conectada à busca pela melhoria de desempenho. Exemplos de carreira: esportes, educação física, pilotagem, artes, saúde, entre outras.
  • 9. 8. ESTP: os “empreendedores”

    9 /18(./Thinkstock)

    Os ESTP são autoconfiantes, negociadores e competitivos. Graças a essas características, enxergam boas oportunidades com facilidade. Hábeis em explorar recursos de forma criativa para alcançar seus objetivos, são conhecidos como “empreendedores”. No trabalho, costumam fazer bom uso de sua influência e sociabilidade. ESTPs costumam se dar bem quando podem realizar novos empreendimentos e negociar ideias, produtos ou serviços. Exemplos de carreira: administração de novos negócios, empreendedorismo, gestão, relações públicas, entre outras.
  • 10. 9. ENFP: os “campeões”

    10 /18(Stock.xchng/Abril)

    Os ENFPs são pessoas diplomáticas por excelência. “Eles se diferenciam pela necessidade de agregar e motivar grupos com propósitos e significado do bem maior”, diz Adilson. Entusiasmados e sociáveis, são profissionais que enxergam com facilidade os talentos dos outros. Pela sua habilidade em gerenciar conflitos e unir equipes em torno de um propósito, são conhecidos como “campeões”. Enquanto profissionais, seu grande valor está na inteligência interpessoal. “São pessoas que conseguem melhorar o clima nos ambientes de trabalho, fortalecer as relações e liderar grupos de forma entusiasmada”, comenta o especialista. Exemplos de carreira: direito, diplomacia, esportes, política, trabalho voluntário, entre outras.
  • 11. 10. INFP: os “curadores”

    11 /18(DragonImages/Thinkstock)

    A marca registrada do grupo é a empatia. Segundo Adilson, os INFPs são pessoas compreensivas, discretas e sensíveis, capazes de identificar facilmente as necessidades dos outros. Graças ao seu talento em ajudar e “curar” os demais de suas dores e problemas, o representante deste típico do grupo é chamado de “curador”. No trabalho, tais profissionais se dão bem em funções que permitam estabelecer laços afetivos com outras pessoas. Exemplos de carreira: diplomacia, direito, jornalismo, trabalho voluntário, política, entre outras.
  • 12. 11. ENFJ: os “professores”

    12 /18(monkeybusinessimages/Thinkstock)

    Entusiasmados, idealistas, prestativos e envolventes, os ENFJs são especialistas em desenvolver outras pessoas. Segundo Adilson, são pessoas capazes de perceber talentos alheios e trabalhar fortemente para potencializá-los. Por isso, são chamados de “professores”. Combinam com o perfil atividades profissionais que possibilitem o desenvolvimento de indivíduos, equipes e organizações. “São pessoas com facilidade para liderar grandes grupos em torno de um propósito, com muito entusiasmo”, explica o professor da ESPM. Exemplos de carreira: educação, coaching, mentoria, educação física, diplomacia, trabalho voluntário, entre outras.
  • 13. 12. INFJ: os “conselheiros”

    13 /18(alexsokolov/Thinkstock)

    De acordo com Adilson Souza, os INFJs são reservados, idealistas e profundos. “São pessoas capazes de orientar outras pessoas a lidar com suas inquietações e questões pessoais”, diz ele. Hábeis em conquistar a confiança e simpatia dos outros, conseguem mobilizar equipes para extrair o seu melhor desempenho. A facilidade para orientar e ajudar outras pessoas - e até, eventualmente, colocá-las no “divã” - deu aos representantes do grupo a alcunha de “conselheiros”. Pela sua capacidade de orientar o potencial humano, costumam se dar bem no desenvolvimento de indivíduos e equipes - seja do ponto de vista profissional ou pessoal. Exemplos de carreira: psicologia, terapia, educação, coaching, mentoria, assessoria de imprensa, entre outras.
  • 14. 13. ESTJ: os “supervisores”

    14 /18(m-imagephotography/Thinkstock)

    Representantes deste grupo são eficientes, objetivos e decididos. Sentem-se motivados pelas responsabilidades que lhes são atribuídas. Conservador, o ESTJ valoriza a segurança e a estabilidade. Graças a sua preocupação com a “logística” do mundo e a manutenção das tradições, é chamado de “supervisor”. O perfil se dá bem em funções que permitam criar processos e rotinas para a melhoria de produtividade. “São profissionais que gostam de assumir responsabilidade e liderar grupos em torno de metas pré-estabelecidas”, explica Adilson. Exemplos de carreira: administração de empresas, vendas, finanças, contabilidade, gestão pública, entre outras.
  • 15. 14. ISTJ: os “inspetores”

    15 /18(Kuzmik_A/Thinkstock)

    Em geral, os ISTJ são organizados, sistemáticos, realistas e práticos. De acordo com Adilson, são pessoas marcadas pela fidelidade e pelo “pé no chão”, assim como pela necessidade de pertencer a grupos, instituições ou empresas. Conservadores e reservados, trabalham para a manutenção dos valores e tradições do grupo do qual fazem parte. Pela típica disciplina, são chamados de inspetores. No ambiente profissional, ISTJs se sentem à vontade em posições de liderança e gostam de ter autoridade. “Podem liderar grupos pequenos em torno de um propósito comum e conseguem ter boa influência por conta da clareza de seus argumentos”, acrescenta o especialista. Exemplos de carreira: contabilidade, finanças, auditoria, administração pública, gestão de projetos, pesquisa, saúde, entre outras.
  • 16. 15. ISFJ: os “protetores”

    16 /18(Inara Prusakova/Thinkstock)

    Pacientes, detalhistas e humildes, os ISFJs se destacam pela motivação em servir ao próximo. Suas decisões tendem a levar em consideração a missão que têm no mundo. São chamados de “protetores” graças a sua preocupação com o bem-estar comunitário. “São pessoas que agem como ‘mãe de todos’, que colocam sua energia para cuidar dos outros”, diz o coach. Combinam com o perfil atividades profissionais que envolvam o bem-estar e melhoria do ambiente para as pessoas. É preciso responder à pergunta: “Qual a nossa missão enquanto grupo?”. Exemplos de carreira: assistência social, liderança comunitária ou religiosa, gestão ambiental, política, trabalho voluntário, entre outras.
  • 17. 16. ESFJ: os “provedores”

    17 /18(Ingram Publishing/Thinkstock)

    Pessoas deste grupo costumam ser sociáveis, cooperativas e afetivas. Suas decisões, explica Adilson, colocam as pessoas em primeiro lugar. “Eles se sentem motivados quando conseguem estabelecer e nutrir bons relacionamentos”, diz o professor. A tendência a agir como o “paizão” do time faz com que o ESFJ leve o apelido de “provedor”. “São pessoas calorosas, que cuidam dos outros e promovem um ambiente amigável”, afirma o especialista. No mundo do trabalho, sua especialidade é criar relações e eventos para a melhoria do clima organizacional. Além disso, são líderes por natureza: graças a seu carisma e simpatia, conseguem ter grande influência sobre o grupo. Exemplos de carreira: consultoria, assessoria, relações públicas, educação física, comunicação com o mercado, política, entre outras.
  • 18. Veja agora 42 profissões promissoras para 2015

    18 /18(./Getty Images)

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