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6 competências de quem é promovido em plena crise

Crise nem sempre é sinônimo de estagnação. Veja 6 competências que rendem promoções em meio ao péssimo momento da economia

Competição: briga por promoções se tornou mais dura (Thinkstock/Tashi-Delek)

Claudia Gasparini

Publicado em 1 de julho de 2016 às 06h00.

São Paulo — Num momento em que tantas empresas cortam investimentos e promovem demissões em massa, sonhar com uma promoção parece loucura. Mas não é.

De acordo com Lucas Nogueira, gerente sênior da consultoria Robert Half, o processo de ascensão profissional sofreu grandes transformações com a crise econômica , mas continua sendo possível.

“Até dois ou três anos atrás, havia muitas posições em aberto, inflação salarial e uma relativa facilidade para galgar posições”, afirma. “Era um cenário irreal”.

Hoje, com a escassez de recursos, a distribuição de promoções ocorre de forma mais criteriosa —  e, na opinião de Nogueira, meritocrática. "Mais do que nunca o executivo está sendo testado, e precisa realmente se provar para subir hierarquicamente", explica ele.

Embora mais raras e disputadas, as promoções seguem acontecendo para profissionais que revelam certas competências técnicas e comportamentais . Veja a seguir algumas delas:

1. É flexível
De acordo com Rodrigo Maranini, gerente da consultoria Talenses, o acúmulo de trabalho imposto pela crise revela quem são as pessoas mais “elásticas” da equipe. “Enquanto algumas não aceitam fazer nada além das tarefas que ‘são pagas para fazer’, outras estão dispostas a incorporar novas atribuições sem se queixar”, afirma. “O segundo grupo tem mais chance de ganhar visibilidade na empresa e receber uma promoção hoje ou num futuro próximo”.

2. Dá resultados mensuráveis
Quem é improdutivo não corre apenas o risco de não ser promovido: sua própria permanência no emprego está sob ameaça. Mais do que nunca, as empresas buscam e recompensam profissionais com alto rendimento. “As promoções têm sido cada vez menos políticas, como no passado, e cada vez mais técnicas ou científicas, com base em números que comprovam a produtividade de cada um”, diz Maranini.

3. É capaz de ser líder mesmo sem ser chefe
Para Lucas Nogueira, gerente da Robert Half, quem pretende galgar posições hierárquicas deve mostrar potencial para gestão. Em outras palavras, mostrar-se capaz de ensinar, inspirar e unir os demais, mesmo sem ocupar formalmente um cargo de chefia. Para liderar, é importante saber se comunicar de forma clara e didática, além de esbanjar inteligência emocional.

4. Não se deixa contaminar pela melancolia coletiva
A boa gestão das emoções não serve apenas para se posicionar como um líder natural da equipe: ela também é fundamental para manter o seu discurso positivo em meio ao desânimo geral causado pela crise. “Espalhar negativismo entre os colegas, maldizer o chefe ou alimentar fofocas são atitudes que eliminam qualquer chance de crescimento na empresa”, diz Nogueira. Quem tem potencial para ser promovido faz o contrário: tem um discurso otimista, resiliente e com foco no trabalho.

5. Investe em habilidades técnicas
Embora apostar numa pós-graduação ainda seja importante, garantir a qualidade das suas tarefas operacionais se tornou decisivo na crise. “As empresas precisam mais do que nunca de profissionais com excelência técnica", explica Nogueira. "É fundamental exibir competências úteis para o dia a dia, como o domínio efetivo do inglês e das novas tecnologias”.

6. Permanece curioso
O fantasma da demissão e o excesso de trabalho, duas consequências inevitáveis da crise, jogam contra o interesse e a disponibilidade de muita gente. Quem consegue fugir a essa regra se dá bem. “Chama a atenção quem continua curioso para aprender e se mostra entusiasmado em discutir novos projetos”, explica.

São Paulo - A resposta da maioria dos empresas à crise econômica que abate o Brasil é sempre a mesma: é preciso fazer mais com menos. Não surpreende, portanto, que as profissões que têm conseguido driblar o mau humor do mercado tenham a ver justamente com o corte de custos e o acúmulo de funções. A Page Personnel listou carreiras que ainda têm fôlego no ambiente econômico brasileiro em diversas áreas, como finanças, marketing e tecnologia. De acordo com Ricardo Haag, diretor da consultoria, profissionais com perfil híbrido são os que mais se destacam no cenário atual. “A movimentação no mercado de trabalho está ocorrendo mais por substituições do que pela criação de novas vagas”, explica. “Para melhorar o custo-benefício de um posição, as empresas têm contratado uma única pessoa capaz de cumprir funções que antes eram de duas ou até três”. Além da polivalência — característica do “profissional 6 em 1”, cobiçado pelas empresas— também se valoriza a capacidade de motivar a si mesmo. “A crise traz demissões e um sentimento negativo no ar”, afirma Haag. “Quem consegue se proteger disso e continuar engajado e produtivo tem mais chances de se manter empregado”. Navegue pelos slides a seguir para ver as 10 profissões que estão conseguindo driblar os avanços da crise. Também contribuiu para a lista Fábio Saad, gerente especializado no recrutamento em TI da consultoria Robert Half.
  • 2. Analista de marketing digital

    2 /12(Getty Images)

  • Veja também

    O que faz: Cuida da estratégia, operação e controle de todo o canal digital de uma empresa. Tem sido mais procurado por companhias de tecnologia, bens de consumo e varejo. Remuneração: 3,5 a 7 mil reais

    Aumento na empregabilidade:
    50% Por que está driblando a crise: As empresas estão cada vez mais preocupadas com sua estratégia digital, mesmo (e sobretudo) em momento de recessão. As mudanças no perfil do consumidor e a influência das mídias sociais na decisão de compra têm rendido um papel central para o marketing digital nas organizações, diz a consultoria Page Personnel.
  • 3. Analista de planejamento de vendas

    3 /12(Thinkstock/Ingram Publishing)

  • O que faz: Avalia resultados e indicadores de vendas e contribui para o planejamento estratégico da área. Segundo o estudo da Page Personnel, tem sido mais demandado pelos setores de bens de consumo, serviços e varejo. Remuneração: 4 mil a 7,8 mil reais Aumento na empregabilidade: 30% Por que está driblando a crise: Com o péssimo momento da economia brasileira, muitas empresas têm tido dificuldades para manter o volume de vendas. O resultado é a alta procura por profissionais que contribuam com inteligência de mercado e ideias para novas oportunidades de exploração comercial.
  • 4. Analista de planejamento tributário

    4 /12(Thinkstock)

    O que faz: Procurado sobretudo por empresas das áreas fiscal e jurídica, este profissional ajuda a desenhar novas estratégias e políticas tributárias para uma companhia. Remuneração: de 5 mil a 8 mil reais Aumento na empregabilidade: 10% Por que está driblando a crise: Segundo a Page Personnel, esta continua sendo uma área de alta demanda devido à complexidade de nossa legislação tributária. Até alguns anos atrás, o profissional era responsável por apurar perdas e custos para a empresa. Hoje, é visto como alguém que pode determinar a rentabilidade de um negócio, bem como o preço dos produtos e serviços. Sua atuação pode influenciar até a decisão pela abertura de novas fábricas.
  • 5. Secretário executivo bilingue

    5 /12(Thinkstock/Christopher Robbins)

    O que faz: Fluente em pelo menos um idioma estrangeiro, presta assistência particular e executiva para profissionais em cargos de diretoria e presidência. Atua sobretudo no mercado financeiro e jurídico, além de startups de TI. Remuneração: de 8 mil a 12 mil reais Aumento na empregabilidade: 15% Por que está driblando a crise: Com ou sem crise, é preciso se comunicar num mundo globalizado. Segundo o levantamento, registra-se um aumento de demanda por secretários bilíngues pela necessidade de interface com a matriz internacional ou com clientes estrangeiros.
  • 6. Gerente de escritório (Office manager)

    6 /12(Thinkstock/seb_ra)

    O que faz: Ao contrário do secretário executivo, não cuida da agenda de outros profissionais. Seu papel é garantir o bom andamento de diversos processos do escritório, como questões administrativas, financeiras e gestão da equipe de suporte. Costuma ser mais demandado em escritórios de advocacia, empresas ligadas ao mercado financeiro e startups de TI. Remuneração: de 8 mil a 13 mil reais Aumento na empregabilidade: 25% Por que está driblando a crise: A atratividade deste profissional está na sua polivalência: ele centraliza tarefas que normalmente são subdivididas entre equipes especializadas. Do ponto de vista das empresas, sua atuação gera redução de custos e otimização da performance.
  • 7. Analista de processos

    7 /12(Thinkstock/m-imagephotography)

    O que faz: Estuda os processos de diversas áreas da empresa a fim de identificar oportunidades de melhorias. Apoiadas em tecnologia, as soluções costumam resultar em redução de custos, aumento de eficiência e automatização. A maior parte das vagas está em consultorias e empresas de médio ou grande porte. Remuneração: de 6 mil a 8 mil reais Aumento na empregabilidade: 20% Por que está driblando a crise: Empresas em crise querem cortar custos. Por essa razão, elas têm uma enorme carência por soluções de automatização, aperfeiçoamento de processos e outras ações corretivas que afetam diretamente os resultados do negócio.
  • 8. Analista de sales finance (vendas financeiras)

    8 /12(Thinkstock/VikZa)

    O que faz: É responsável pelo processo orçamentário e pelo acompanhamento de resultados em áreas específicas do negócio, com ênfase em vendas. Atua na área financeira de indústrias, empresas de bens de consumo e comércio. Remuneração: 4,5 mil a 7 mil reais Aumento na empregabilidade: 15% Por que está driblando a crise: De acordo com a Page Personnel, o analista traz uma visão de performance financeira para as vendas, uma área tipicamente direcionada a resultados e impulsos humanos. Com isso, ele ajuda a área a tomar decisões estratégicas sobre variáveis como preço, margem, volume, descontos, rentabilidade e equipe. Essa contribuição é essencial num ambiente econômico pouco propício às vendas.
  • 9. Desenvolvedor de aplicativos para iOS e Android

    9 /12(Samsung Galaxy S7)

    O que faz: Desenvolve apps para os sistemas operacionais da Apple e do Android. Suas criações são destinadas a todo tipo de uso, de entretenimento a serviços financeiros. Costuma trabalhar para startups ou grandes empresas. Remuneração: de 6 mil a 8 mil reais para nível pleno; de 8 mil a 12 mil reais para nível sênior Aumento na empregabilidade: 200% Por que está driblando a crise: Segundo Fábio Saad, gerente especializado em recrutamento para TI na Robert Half, a carreira está sobrevivendo à crise graças à consolidação do smartphone como centro da vida do consumidor. "Ele é muito mais usado do que o computador ou o tablet, e se tornou o principal dispositivo para compras, buscas e navegação em geral", explica. O resultado disso é uma demanda enorme pelo desenvolvimento de apps para inúmeras finalidades.
  • 10. Desenvolvedor fullstack (conhecimento em Python/Ruby/PHP/Javascript)

    10 /12(Natalie Behring/Bloomberg News)

    O que faz: Presta serviço de desenvolvimento de sistemas no front e back-end para consultorias, startups e empresas de e-commerce. Remuneração: de 8 mil a 12 mil reais

    Aumento na empregabilidade:
    30% Por que está driblando a crise: De acordo com o estudo da Page Personnel, há uma verdadeira caça por pessoas capazes de trazer soluções tecnológicas para as empresas. Os profissionais mais cobiçados são os que conseguem enxergar o desenvolvimento de uma plataforma como um todo, e não apenas em partes.
  • 11. Especialista em computação em nuvem

    11 /12(Getty Images)

    O que faz: Faz um estudo diagnóstico da gestão de informações de uma empresa, avaliando quantos e quais dados podem ser transferidos para a nuvem. Uma vez concluída essa etapa, dedica-se à execução do projeto. Em geral, trabalha para empresas de médio a grande porte.

    Remuneração:
    de 15 mil a 20 mil reais

    Aumento na empregabilidade:
    300%

    Por que está driblando a crise:
    Cada vez mais empresas têm optado por manter servidores virtuais, além dos físicos, para armazenar os seus dados. De acordo com Fábio Saad, da Robert Half, a principal vantagem está no corte de custos. "Num mercado em recessão, há muita procura por profissionais capazes de enxugar despesas com o sistema de nuvem", afirma o recrutador.
  • 12. Por outro lado...

    12 /12(Thinkstock/AndreyPopov)

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