São Paulo – Com a chegada da temporada dos grandes programas de trainee, o momento é de disputa acirrada pelas oportunidades oferecidas pelas empresas.

Mais preocupados em ter um bom desempenho nos processos seletivos, alguns candidatos a trainee correm um risco “fatal” logo na largada da maratona de programas: o foco na decisão de quais processos participar.

Segundo Flávia Queiroz, gerente da Page Talent, os fundamentos que embasam a escolha são essenciais no perfil de quem se destaca entre os milhares de inscritos.

Outro especialista em recrutamento de jovens profissionais, Luiz Drouet, diretor da Business Partners Consulting, concorda. A sua recomendação é que o jovem participe de 5 a 10 processos seletivos ao mesmo tempo. 

“Ele deve se inscrever naqueles processos que tem convicção de quer participar. Se ele encontrar fatos que justifiquem a inscrição em 15 programas, tudo bem, mas tem que estar convicto”, diz. A seguir, veja algumas características que aumentam as chances de aprovação

1. Autoconhecimento

Tanto Flávia, da Page Talent, quanto Drouet, da Business Partners, apostam na importância do jovem se conhecer bem;
“Importante saber pontos fortes, pontos de atenção e conhecer sua personalidade. Sabe se o seu estilo é mais informal ou formal”, diz Flávia.

É claro que não dá para esperar que um jovem na casa dos 20 e poucos anos tenha todas as respostas para o seu futuro profissional e os especialistas sabem bem disso.

“É cruel, mas é uma realidade e os jovens precisam se preparar para isso”, diz Drouet. É que candidatos que se saem melhor neste tipo de reflexão se apresentam com mais propriedade. Tenha em mente que falar sobre você é uma etapa obrigatória em qualquer processo de seleção. 

2. Pesquisa de mercado

“Conhecimento de mercado é fundamental”, diz Drouet. Pesquisar os setores de atuação e o mercado em que a empresa atua é um dos primeiros passos na hora de fazer a lista de programas “alvo”.

Quem são os concorrentes, quais as perspectivas de mercado e empresa para os próximos anos são itens que também devem entrar na pesquisa, diz Flávia.

3. Alinhamento de perfil

Além de focar em setores de atuação que mais interessam, Flávia lembra que a identificação com a cultura da empresa é um fator decisório para os recrutadores.

“As empresas querem jovens que têm aderência a sua cultura”, diz ela. Segundo Drouet, muitos jovens têm o hábito de se inscrever e só depois ir pesquisar sobre a empresa.

“Às vezes ele é aprovado e só então vai descobrir que não está alinhado à companhia, e isso resulta em frustração”, diz Drouet.

4. Bons resultados acadêmicos

É fato, segundo Drouet, que muitas empresas usam o nome da faculdade como filtro de seleção. As notas na faculdade também são avaliadas pelos recrutadores, segundo ele.

“Já conversei com diretores de RH que disseram que, se pudessem, fariam etapas presenciais com todos os inscritos, porque sabem que esse filtro é injusto. Mas o custo de uma etapa presencial é alto”, diz.

5. Atividades extracurriculares

Universitários e recém-formados que trazem algum tipo de bagagem, além da formação acadêmica, se destacam.

Participação em organizações estudantis, voluntariado, trabalho em empresas júnior, estágios em empresas e intercâmbio são alguns exemplos de atividades valorizadas fazem sentido na trajetória.

“O que pesa é como o jovem traduz essas experiências em competências que estão sendo avaliadas”, diz Drouet.

6. Inteligência emocional

Jovens que conseguem administrar melhor a pressão e as angústias desta etapa decisiva conseguem obter resultados melhores nos processos de seleção, segundo Drouet.