Trabalho na pandemia: desde março de 2020, o tempo de expediente em média aumentou cerca de 46 minutos. (Charday Penn/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 16 de março de 2022 às 10h00.
Última atualização em 17 de março de 2022 às 11h32.
A definição de quem trabalha presencial, híbrido ou remoto não será definitiva. É o que mostra a nova pesquisa da Microsoft sobre tendências no trabalho: no Brasil, 58% dos profissionais estão considerando mudar para o trabalho híbrido ou remoto ao longo do próximo ano.
Em todo o mundo, 57% dos trabalhadores remotos estão considerando migrar para o híbrido; e o mesmo ocorre com os trabalhadores híbridos, com 51% tendo vontade de mudar para o regime totalmente remoto.
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O que a pesquisa de tendências do trabalho para 2022 da Microsoft descobriu é que as mudanças no mundo do trabalho estão longe de chegar ao fim. Com os dados de 31 mil pessoas em 31 países, o relatório mostra que no mundo tudo a visão dos profissionais sobre o trabalho mudou ao longo da pandemia.
Para 53% dos profissionais no mundo, a saúde e bem-estar se tornaram prioridades acima do trabalho. No Brasil, essa prioridade foi a maior entre os países do estudo e 71% declararam que a preocupação com o bem-estar é maior do que antes da pandemia.
Além das preferências dos profissionais, um ponto de grande destaque na pesquisa é o conflito de expectativas das lideranças e da equipe.
O relatório mostra que metade das lideranças disseram ter planos para a empresa voltar a ter trabalho totalmente presencial. Enquanto isso, mais da metade dos funcionários esperam migrar para o híbrido ou remoto em 2022.
Para quem aderiu ao trabalho híbrido, a pesquisa também aponta um dado importante sobre o retorno ao escritório: para 38% dos trabalhadores híbridos, o maior desafio é saber quando e porque ir ao local.
Entre os gerentes, apenas 28% deles fez algum tipo de acordo com seus times para criar um guia sobre a nova função do presencial.
Outro ponto de conflito é a realização de reuniões híbridas. 43% dos trabalhadores remotos dizem que não se sentem incluídos nesse tipo de reunião e somente 27% criaram um guia de etiqueta para remediar essa situação.
Mesmo com a flexibilidade, o relatório mostra que as reuniões são um problema, especialmente a mentalidade de que o trabalho digital significa estar sempre conectado.
A quantidades de horas extras e duração do expediente continuam aumentando, mesmo após o retorno ao escritório. Desde março de 2020, o tempo de expediente em média aumentou cerca de 46 minutos.
As horas extras e o trabalho no final de semana aumentaram 28% e 14%, respectivamente. No mesmo período, as reuniões saltaram, com um aumento de 150% por pessoa.
E um dado curioso: a configuração da semana de trabalho também está mudando. Os dados de uso do Microsoft Teams mostram que reuniões começaram a ser marcadas mais tarde na segunda e terminam mais cedo às sextas-feiras.
O horário de almoço está mais livre e o horário mais popular para as reuniões é no período das 9 até as 11 horas.
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