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55% dos profissionais se sentem seguros quanto aos seus empregos, diz estudo

Pesquisa da Robert Half aponta que recrutadores, funcionários e desempregados estão menos pessimistas quanto ao futuro do mercado do trabalho

Fernando Mantovani, da Robert Half: Há uma mudança de mentalidade em curso. Os candidatos estão mais seguros em suas carreiras, têm mais clareza sobre seus objetivos profissionais e apresentam exigências cada vez mais altas para mudar de emprego (EschCollection/Getty Images)

Publicado em 16 de setembro de 2023 às 08h28.

A expectativa com o mercado de trabalho pode variar de acordo com alguns fatores, como formação, idade, local e oportunidades de trabalho. No Brasil, o pessimismo com o mercado e com a economia parece que está diminuindo neste ano:

Esses são dados do Índice de Confiança Robert Half (ICRH), realizado pela Robert Half, empresa de recrutamento, desde 2017. A pesquisa traz as expectativas de recrutadores, funcionários e desempregados, com mais de 25 anos e com curso de formação superior.

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“Vivemos em um País de dimensões continentais e, infelizmente, desigual. Uma análise concreta do mercado de trabalho privado, portanto, demanda recortes. O público-alvo da Robert Half, aqueles que o nosso cliente contrata, tem ensino superior e geralmente mais de 25 anos, por isso realizamos as sondagens a partir dessa intersecção. Além disso, o objetivo é entender o quanto a educação contínua e a qualificação interferem na empregabilidade,” afirma Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul.

Desde 2017, a pesquisa não identificou otimismo com o mercado de trabalho brasileiro (o qual é considerado a partir dos 50 pontos), mas neste último trimestre, entre junho e setembro, o estudo sinalizou uma diminuição do sentimento de pessimismo entre os profissionais qualificados.

“Todas as categorias profissionais entrevistadas apresentaram melhora tanto na avaliação da situação atual quanto da futura. A percepção dos próximos seis meses, inclusive, melhorou pelo segundo trimestre consecutivo. Na minha visão, os resultados convergem com a recuperação do mercado de trabalho, associada principalmente à tendência de queda da taxa de desemprego e à expectativa de controle da inflação,” diz Mantovani.

Qual é a expectativa dos recrutadores em relação ao mercado de trabalho?

Ao analisar a situação econômica hoje, os recrutadores apresentaram posições negativas:

“Sob outra perspectiva, por mais que 54% dos recrutadores considerem que a situação econômica do País seja ruim, no último trimestre esse resultado foi 5 pontos percentuais mais alto. Seguindo a tendência mais otimista, destaco que 30% deles esperam uma melhora nos próximos seis meses, 4 pontos percentuais acima do registrado na edição passada,” afirma Mantovani.

Outro ponto negativo dos recrutadores é encontrar o profissional ideal para a vaga: 76% dos recrutadores sinalizam hoje dificuldades na contratação de profissionais qualificados.

“As qualificações mais buscadas variam a depender do segmento, da empresa e das demandas específicas do cargo ou área em questão. No entanto, hoje, quem se destaca é definitivamente aquele profissional atento às transformações do mercado e que carrega uma bagagem equilibrada entre competências técnicas e comportamentais,” diz o diretor.

O olhar mais otimista dos recrutadores aparece quando o assunto é contratação:

A mensagem é positiva se comparado com o último trimestre, porque houve um acréscimo de 1,4 pp nas projeções de contratação para o futuro.

“Podemos dizer que os recrutadores estão menos pessimistas, especialmente ao avaliar as projeções para os próximos seis meses, que atingiram 49,1 pontos nessa edição do ICRH, resultado bem próximo ao de um cenário otimista,” diz Mantovani.

Além dos pontos já mencionados, o diretor reforça que, considerando a queda das taxas de desemprego e a esperança de estabilidade econômica, é possível atribuir esse resultado ao desengavetamento de projetos que estavam parados nos últimos meses, investimentos em tecnologia e expectativa do alcance de resultados que possibilitem pagamento de bônus aos colaboradores.

O que os funcionários esperam do mercado de trabalho?

Atualmente, 55% dos profissionais que estão empregados estão seguros quanto à manutenção dos seus empregos.

“Ao longo dos últimos meses, aqueles profissionais talentosos, com habilidades técnicas e comportamentais apuradas, atentos às mudanças do mercado e em constante busca por qualificação, foram tomando conta do poder que tinham. As seguidas quedas nas taxas de desemprego fomentaram uma disputa entre as empresas pelos melhores profissionais, os quais, em sua maioria, já estão empregados,” afirma Mantovani.

Analisando o contexto dos próximos seis meses, 69% pensam que a situação tende a se manter igual, enquanto 20% pressupõem um aumento nessa confiança, o que representa um incremento de 7 pontos em relação ao último período avaliado.

“Vale destacar que há uma mudança de mentalidade em curso. Os candidatos estão mais seguros em suas carreiras, têm mais clareza sobre seus objetivos profissionais e apresentam exigências cada vez mais altas para mudar de emprego. Um ponto interessante de destacar é que 46% dos entrevistados atribuíram esse aumento no otimismo ao fato de se sentirem felizes e motivados com o trabalho,” diz Mantovani.

Desempregados estão mais otimistas com o mercado?

Em relação aos próximos seis meses, segundo o estudo, 37% dos desempregados estão pouco otimistas quanto às suas chances de recolocação no mercado de trabalho. Na última edição do ICRH, 41% desses profissionais sinalizavam baixas expectativas.

Sob outra perspectiva, 33% acreditam que a probabilidade de assumir um novo emprego será mais alta, um acréscimo positivo de 4 pontos frente ao levantamento anterior.

“Os profissionais desempregados apresentaram a maior variação positiva no comparativo com o último trimestre, tanto para a situação atual quanto futura. Segundo os entrevistados, parte dessa confiança está também relacionada ao investimento em qualificação e ao desenvolvimento de novas competências ao longo do último ano, além da crença de que contam com habilidades escassas no mercado de trabalho,” diz Mantovani.

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