Carreira

4 lições do pôquer para sua carreira

O que uma mesa de pôquer pode te ensinar sobre sua carreira e seu bolso


	Na Harvard University, já há algumas graduações que incluíram o pôquer em sua grade horária; como o curso de Direito
 (Getty Images)

Na Harvard University, já há algumas graduações que incluíram o pôquer em sua grade horária; como o curso de Direito (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2012 às 12h14.

São Paulo - Foi-se o tempo em que o pôquer era considerado um jogo de azar. A modalidade anda fazendo o maior sucesso entre o público jovem, mas o jogo já conquista espaços maiores que o do lazer.

Na Harvard University, já há algumas graduações que incluíram o pôquer em sua grade horária. É o caso do curso de Direito, que conta com Charles Nesson como professor da disciplina. Nesson acumula o cargo de fundador e presidente da Sociedade de Pensamento Estratégico do Pôquer (tradução livre de Global Poker Strategic Thinking Society).

Em 2010, os praticantes do esporte conseguiram um importante aval da Associação Internacional de Esporte Mental (IMSA, em sigla em inglês), reconhecendo o pôquer como um esporte mental, como o xadrez.

André Akkari é um dos dois brasileiros a conquistar um bracelete da Série Mundial de Pôquer (WSOP, em inglês) maior evento do esporte no mundo. Antes de dedicar 100% do seu tempo às cartas, André trilhava de sucesso uma carreira com passagens pela BM&F Bovespa, seguida por uma iniciativa empreendedora em marketing de tecnologia. Para ele, suas principais habilidades no jogo são as mesmas que garantiram seu sucesso no mercado corporativo.

Em entrevista a Você S/A Online, André explica quais são as quatro lições do pôquer para a sua carreira e suas finanças pessoais.

Administração de patrimônio

Nos campeonatos internacionais, todos os participantes saem do mesmo ponto de partida: as 30 mil fichas. Na prática, todos têm as mesmas chances, mas a forma como cada um vai administrar as suas apostas é individual.

“Um jogador tem de ser muito criterioso na gestão do seu investimento. É fundamental saber a hora de ser agressivo e aumentar a aposta e a hora de ser conservador, recolhendo um pouco a ousadia”, explica André.

O raciocínio é o mesmo com relação ao seu salário, seu pró-labore, seu negócio próprio ou qualquer outra fonte de receita: se for muito conservador, vai perder a oportunidade de crescer. Mas o excesso de agressividade pode te levar à bancarrota.

Entender padrões de comportamento

Um dos maiores desafios da vida profissional é entender os padrões de comportamento de líderes e colegas de trabalho para lidar com eles da melhor forma possível. Na mesa de pôquer essa é a principal habilidade a ser trabalhada. “Eu chego a passar oito rodadas sem me mexer muito na mesa, apenas observando como cada jogador se comporta: percebo coisas como quem paga a aposta quando tem o segundo par, quem fica sério quando não tem jogo e quem faz piadinha quando tem alguma coisa na mão”, diz André.


Essa é parte mais difícil do jogo – tanto do profissional quanto do pôquer. Assim como você estará analisando os padrões de comportamento de seus colegas, o inverso também acontece. Mas isso não significa que a tática vá virar uma queda de braço. “Estudar o comportamento alheio vai criar uma biblioteca da pessoa com quem você trabalha. Com isso você consegue compreender melhor como ele te enxerga e o que fazer para que essa visão esteja a seu favor.”

Conhecimento para coragem

Para ser um campeão de pôquer, nada mais fundamental que coragem. “Não dá para deixar nada para a próxima. A melhor estratégia é encontrar sempre a jogada mais lucrativa.” Por isso, é preciso uma boa dose de ousadia, uma vez que as inseguranças não podem paralisar o profissional ou o jogador. “O famoso deixa para amanhã não existe na mesa.”

Tanta coragem não vem de dom ou iluminação divina. Assim como no trabalho, a consciência e a dedicação é que gera a segurança. “Se você estuda o jogo, se empenha na partida e se dedica na identificação das oportunidades é mais fácil ter coragem”, diz André.

A hora do all in

Um dos momentos mais dramáticos de uma partida de pôquer é a hora que um dos participantes declara o chamado all in, ou seja, aposta todas as suas fichas naquela rodada. Neste momento, ele sabe o que tem na mão, mas não sabe qual será a reação e nem tem conhecimento das cartas que estão com seus oponentes.

Na vida profissional, apostar todas as fichas em um projeto ou em um movimento também é um dos momentos mais difíceis. As dúvidas são muitas, mas é fundamental acertar na hora de colocar todas suas fichas na mesa. “É aquela hora em que você vem construindo uma carreira e gostaria de dar uma guinada ou mudar de área. Tem de ter coragem e apostar todas as suas fichas no plano, enfrentando a insegurança, o receio e até a possibilidade de abandonar projeto em busca de uma nova alternativa”, diz André. “Não dá para prever a reação do outro, mas você sabe que seu jogo tem valor.”

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