100 anos de Nelson Mandela: confira discurso histórico feito em Harvard
Mais de 25 mil pessoas estavam no campus de Harvard para ouvir o líder Nelson Mandela, em 1998. Líder faria 100 anos hoje
Nelson Mandela: 100 anos do líder (Hamish Blair/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2018 às 15h24.
Última atualização em 18 de julho de 2018 às 16h12.
O sul-africano Nelson Mandela tornou-se uma figura conhecida no mundo todo. Ganhou destaque na luta contra o regime de apartheid em seu país – sistema que negava direitos políticos, econômicos e sociais aos negros. Por seu ativismo, ficou preso por 27 anos, até 1990. Na mesma década, assumiu a presidência de seu país e recebeu o Prêmio Nobelda Paz.
Não é de se espantar, portanto, que tenha sido reconhecido por instituições de prestígio. Da Universidade Harvard, por exemplo, Nelson Mandela recebeu o título de doutor honoris causa. A ocasião reuniu mais de 25 mil pessoas no campus universitário para ouvir seu discurso, em 1998.
Confira a íntegra do discurso de Nelson Mandela em Harvard
Essa pode ser nossa última visita oficial aos Estados Unidos, antes do fim do mandato, no ano que vem. E a visita não poderia começar de forma mais emocionante do que essa, sendo homenageado de tal forma por uma das mais grandiosas instituições de ensino da nação e do mundo.
Eu sei que, por meio deste prêmio, vocês não reconhecem qualquer feito individual, mas sim as lutas e conquistas do povo sul-africano como um todo. Aceito humildemente, portanto, esse prêmio em espírito. Ao mesmo tempo, desejo que saibam que nós não deixamos de notar a honraria que nos dão ao conferir esse diploma.
Juntar-me a George Washington e Winston Churchill como outros premiados com tal título, numa celebração como essa, não é apenas uma honraria singular. Trata-se, também, de algo com grande significado histórico. Afinal, na memória dessa grande instituição americana, a partir de agora o nome de um africano estará ao lado de dois líderes ilustres do mundo ocidental.
Se, nos últimos anos de minha vida vivida em busca da igualdade, podemos ver um país em que cidadãos, independentemente de raça, gênero ou credo, compartilham dos mesmos direitos e oportunidades, nós o fazemos com gratidão. Gratidão pelos milhões e milhões, do mundo todo, que nos apoiaram moral e materialmente em nossa luta por justiça e liberdade.
Junto a esses cidadãos que lutam pela liberdade e justiça, ao mesmo tempo, nós olhamos para esse fim de século. Um século em que a humanidade enxergou grandes esperanças de progresso, mas em que o mundo presencia grandes disparidades entre pobres e ricos em um mesmo país, e em diferentes regiões do globo.
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