TRENDS: NFT. Moda ou estratégia para criar escassez digital verificável
NFT é uma das tecnologias de blockchain que está em alta e que pode revolucionar o mercado digital em diversos segmentos
Bússola
Publicado em 1 de setembro de 2021 às 14h04.
Por Alexandre Loures e Flávio Castro*
Já falamos sobre as inúmeras tendências tecnológicas que a pandemia ressaltou e acelerou durante o último ano. E, quando falamos de blockchain, uma das tecnologias que estão em alta são os NFTs ou Non-Fungible-Tokens, em português, os já conhecidos tokens não fungíveis, uma tecnologia capaz de revolucionar o mercado digital em diversos segmentos.
Na semana passada, por exemplo, um desenho de uma rocha foi vendido por cerca de US$1,3 milhões, última venda da EtherRock, uma marca de criptomoeda colecionável.
Um renomado artista digital, criador de NFTs, participou de um projeto no qual criou cerca de 30 NFTs colecionáveis que poderão ser encontrados no novo jogo da Louis Vuitton, ícone da moda mundial.
Grandes marcas também já estão utilizando NFTs como ferramentas de marketing. A American Express fechou parceria com a cantora SZA e decidiu oferecer aos seus clientes a possibilidade de adquirir 14 NFTs da artista. Os 14 tokens foram vendidos a 100 dólares — cada — e se esgotaram em segundos.
Parece que os profissionais de marketing estão correndo atrás dessa nova estratégia. Ou será essa mais uma moda passageira?
NFT é uma tecnologia que não pode ser fraudada, onde é possível adquirir e validar a propriedade de arquivos digitais. Tokens podem ser emitidos e negociados de forma virtual, com segurança.
Garantir a propriedade sobre um ativo, autoria e licenciamento de uma obra, no universo digital, não era possível sem a tecnologia de blockchain desenvolvida dentro do sistema de criptomoedas.
Ainda existem diversos obstáculos, apesar dessa corrida das marcas. A criação, compra e venda de um NFT ainda é uma tarefa árdua e não existem ferramentas garantindo que, por exemplo, um NFT de uma obra de arte seja totalmente autoral.
As marcas têm que ter consciência de que há riscos nesse investimento e é preciso trilhar um caminho mais seguro de uso para que haja vantagem na sua utilização.
A EA Sports pretende observar de perto o que NFTs têm a oferecer e está em busca de um diretor com experiência em criptomoedas para encontrar oportunidades de uso. Uma das utilizações seria negociar itens raros, dentro dos jogos.
O CEO da VaynerMedia, Gary Vaynerchuk, conhecido como magnata da mídia social e empresário de sucesso, afirmou, em entrevista recente, que o mundo do entretenimento envolverá NFT de alguma forma, mas a utilização do “dinheiro inteligente” pode levar uma empresa a um desastre se o processo não for feito a partir de muita pesquisa e análises.
Como toda tecnologia nova temos que ter cautela.
Os NFTs chegaram para revolucionar o marketing?
Se forem usados só para produzir imagens colecionáveis, não. Provavelmente essa aplicação agitará o mercado mas não chegará a mudar o rumo das coisas. Se forem usados como avatares experienciando o mundo virtual das marcas como tokens em programas de fidelidade, recompensas, chaves de acesso em sites ou certificados de autenticação, aí irão longe.
Por quê?
Porque eles fornecem prova rastreável de propriedade, uma forma que traz segurança de uso tanto para as marcas quanto para os consumidores.
As marcas que forem capazes de entender as possibilidades de funcionamento e investirem nessa tecnologia quando significarem uma diferença importante a elas, certamente atrairão a atenção de todos, nos mais diversos setores.
O segredo para o sucesso é usar com responsabilidade!
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*Alexandre LoureseFlávio Castrosão sócios da FSB Comunicação
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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