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Ter objetivos não garante sucesso: é preciso executar sem medo de arriscar

Assumir riscos ensina lições importantes para o empreendedor e ajuda a perder o medo de errar, fundamental para crescer

Liderança: Conhecimento e coragem são valores que transformam (PM Images/Getty Images)
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Bússola

Publicado em 24 de junho de 2022 às 14h32.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 14h39.

Por Evandro Tokarski*

Uma das perguntas que mais escuto quando falo sobre liderança é sobre minha definição de sucesso. A resposta é simples: ter sucesso é ter um objetivo e alcançá-lo. Parece óbvio, mas colocar algo aparentemente tão prosaico em prática não é tão simples assim.

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O desafio do empreendedor começa com uma boa ideia, mas o maior deles está em fazer uma boa gestão. E isso significa ter um bom plano de negócios, estabelecer objetivos. Portanto, a primeira parte do sucesso parece garantida para todo empreendedor, certo? Nem sempre.

Estudar a concorrência, conhecer o mercado, conceber um orçamento, desenvolver e treinar pessoas, construir uma cultura empresarial forte e compartilhar visão e valores são um conjunto robusto de batalhas a serem vencidas para que o planejamento seja coerente. Mas isso é assunto para outra ocasião. Neste texto, vamos falar de empresas com objetivos claros.

Vamos, então, tratar da segunda parte da tarefa: executar. Aqui, podemos nos fazer duas perguntas: como tomamos nossas grandes decisões? Como podemos colaborar para ir além?

Vamos à primeira resposta. A maneira mais simples de decidir é fazer aquilo que esperam de nós. O que seria, com certeza, insuficiente para o sucesso, na maioria das ocasiões. Para sermos bem sucedidos, precisamos reunir alguns ingredientes (e vou listar apenas alguns deles aqui): trabalho duro, disciplina, determinação, criatividade e um pouco de sorte. Quero deixar um destaque especial para a atitude. Sim, é preciso muita atitude.

Mas deixei a cereja do bolo para o final. Em um mundo hiperconectado, com clientes que demandam cada vez mais das marcas, o sucesso exige também uma dose de risco. Transformações bruscas nas jornadas de consumo, quebras de paradigma e novas tecnologias em adoção cada vez mais rápida definitivamente tiraram o empreendedor de sua zona de conforto. E isso é bom.

Quem não assume riscos não sai do lugar. Mais do que isso: assumir riscos calculados ensina lições importantes:

  1. Ao tomar atitudes fora do habitual, podemos aprender novas habilidades, o que vai, por consequência, melhorar a autoconfiança
  2. Assumir riscos pressupõe calcular cenários para o desfecho, o que pode revelar oportunidades não imaginadas de outra forma
  3. Ao pensar os caminhos a tomar, vai ser preciso planejar, considerando por exemplo maneiras incrementais de assumir o risco, o que pode apontar caminhos também para outras áreas da empresa
  4. Assumir riscos faz perder o medo de errar e ensina que os erros também fazem parte do processo para alcançar o sucesso

Concluímos então que para ter sucesso é preciso ter um objetivo claro, ter um bom planejamento e atitude para colocá-lo em prática e assumir algum risco. Mas será que ainda dá para fazer algo mais para dar um empurrãozinho? Vamos então para a resposta à nossa segunda pergunta.

Como empresário, 41 anos após ter fundado o Grupo Artesanal, que começou com dois funcionários — um deles eu mesmo — em Goiânia, e hoje tem mais de 70 lojas distribuindo medicamentos manipulados em seis estados do Brasil, poderia dizer que isso é tudo. Mas outra face do sucesso está justamente em não parar nunca.

Nesses anos todos, a partir de minha formação em Farmácia, me arrisquei em muitas áreas. Como atleta profissional, representei o Brasil nos Jogos Paralímpicos de 1988, na Coréia do Sul, integrando o time de basquete paralímpico. Estudei gestão e marketing. Completei seis cursos de pós-graduação e ainda me sinto um aprendiz.

Se algo pode fazer a diferença na hora de realizar grandes feitos, a resposta é conhecimento. Aprender, ensinar, compartilhar, dar oportunidades para que todos possam conhecer também. Conhecimento não dá apenas um empurrãozinho. Transforma.

*Evandro Tokarski é presidente do Grupo Artesanal

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