Bússola

Um conteúdo Bússola

Startup investe em inclusão para jovens de baixa renda e profissionais 45+

Com o programa ‘Re-começo’ Novidá quer fazer do empreendedorismo tecnológico um lugar mais diverso e inclusivo

Trabalho será 100% remoto com carga horária de 30 horas semanais. (Eva-Katalin/Getty Images)

Trabalho será 100% remoto com carga horária de 30 horas semanais. (Eva-Katalin/Getty Images)

B

Bússola

Publicado em 9 de maio de 2022 às 19h51.

Ainda falta muito para que o mercado de trabalho seja de fato inclusivo e diverso. Dados do site Vagas.com apontam que os profissionais negros, por exemplo, têm presença significativamente inferior em cargos de suporte, média e alta gestão, mesmo entre aqueles com ensino superior. Em uma outra pesquisa, desta vez realizada pela i.social, 30% dos líderes (incluindo gestores de RH) entrevistados pela empresa, disseram que sabem pouco ou nunca ouviram falar sobre as legislações que tratam de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Sem falar nas questões de gênero e etarismo que ainda são grande barreira no ambiente corporativo.

Para todos esses, e outros grupos denominados de minorias, a realidade ainda está muito aquém do ideal, e por isso é essencial que cada vez mais empresas promovam ações afirmativas e quebrem estereótipos no recrutamento de novos talentos. E quando se fala em estereótipos, um dos ambientes mais criticados são os de startups, isso porque em sua maioria é um espaço formado majoritariamente por homens, brancos e oriundos de classe social mais favorecida.

Pensando em mudar essa realidade, a startup Novidá, que faz parte do Inovabra e do Cubo Itaú, está lançando o ‘Re-começo’, um programa de capacitação profissional com quatro vagas afirmativas para pessoas que estejam buscando novas carreiras e também  aquelas que estejam iniciando no mercado e estejam buscando uma área que está com alta demanda e pouca oferta de profissionais qualificados. São vagas focadas em jovens, especialmente de baixa renda, e em profissionais com mais de 45 anos com dificuldade de retornar ao mercado.

As vagas são para marketing e vendas, áreas dentro da tecnologia que sofrem com escassez de profissionais qualificados. Isso porque, é necessária uma venda diferenciada, uma vez que é necessário entender do universo de tecnologia.

O trabalho será 100% remoto com carga horária de 30 horas semanais, envolvendo conteúdo teórico e trabalho prático na máquina de vendas da Novidá, tratando clientes reais. As inscrições começam dia 9 de maio e ficam abertas durante todo o mês. A expectativa da empresa é que esses profissionais já estejam trabalhando a partir do dia 1° de julho, depois de passar por alguns processos, como entrevista e testes de habilidades técnicas mínimas para a área. Com crescimento acelerado, a startup pretende abrir novas turmas em apenas seis meses após o início da primeira edição do programa.

Segundo Fábio Rodrigues, fundador e CEO da Novidá, entre as habilidades técnicas, a principal é gostar de tecnologia e estar minimamente familiarizado com as tecnologias atuais, além de ter habilidade para aprender ferramentas digitais novas, bem como talento para vendas.

Entre as habilidades comportamentais, Fábio destaca simpatia, saber se comunicar de forma clara e usando a gramática corretamente e, o principal, gostar de pessoas.

“Não exigimos nenhuma formação específica, mas terão alguns diferenciais de destaque. Quem já atuou no setor de indústria, principalmente na área de compras, facility e logística, saem na frente, mas não é uma decisão determinante. Gostar de vender, de conversar e de ajudar a resolver problemas, serão habilidades pessoais determinantes na escolha do candidato”, diz.

Durante o programa, o foco será preparar a pessoa para ser um executivo de vendas, se tornando um vendedor que sabe atuar em grandes corporações e não apenas em startups.

“O mercado tem carência de profissionais que consigam conduzir um processo de vendas mais longo e com habilidade em entender e vender tecnologia. Por isso, nesse programa, vamos focar em metodologia, além de ferramentas técnicas de marketing, venda e coaching”, explica Fábio.

Hoje existem algumas startups que fazem programa de treinamento para formar desenvolvedores, mas não é comum achar programas para área de vendas e marketing.

“Parece pouca a quantidade de vagas que oferecemos hoje, mas é um grande passo para um projeto que esperamos expandir cada vez mais ao longo dos anos. Uma pessoa que tenha oportunidade já se torna espelho para alguém em uma situação similar. Além disso, outras empresas que continuam seguindo padrões ultrapassados, percebem o quanto a diversidade é importante e acabam se inspirando para promover mudanças internas também. É um círculo virtuoso e queremos não apenas promover uma mudança real para jovens em situação de vulnerabilidade e profissionais 45+, como também mudar um pouco da cara do ambiente de startups, que no geral é dominado por homens brancos, jovens e com situação financeira mais abastada”, afirma Fábio.

O executivo complementa que embora o problema da equidade esteja relacionado a questões estruturais como desigualdade econômica e a educacional, é papel não só do poder público, mas também das empresas abraçar essa agenda de transformação, que começa dentro de casa, com ações e atitudes afirmativas para mudar a realidade atual.

“É importante que líderes e empresas abracem diferenças de classe, educação, idade, deficiência, gênero ou etnia, oferecendo oportunidades de acesso a todos para um ambiente de trabalho inclusivo e diverso.”

Para saber mais acesse o site da empresaou direto no hotsite do programa

Siga a Bússola nas redes: Instagram | Linkedin | Twitter | Facebook | Youtube

Veja também

Acompanhe tudo sobre:EmpreendedorismoStartups

Mais de Bússola

Bússola Poder: o tribunal eleitoral do capitão

Open Finance é confiável? Cresce 33% número de brasileiros que aceitam compartilhar dados bancários

Saiba qual é o gasto de energia da geladeira mais econômica do mercado que acaba de ser lançada

Saiba em quais cidades é melhor contar com um carro alugado

Mais na Exame