Setor de alimentos prevê recuperação em vendas e exportações em alta
Pesquisa da Abia mostra crescimento de 18,7% nas exportações no primeiro semestre de 2021
Bússola
Publicado em 23 de agosto de 2021 às 19h35.
Última atualização em 24 de agosto de 2021 às 12h27.
As vendas reais da indústria de alimentos para o mercado interno passaram por fase de acomodação no primeiro semestre de 2021, permanecendo praticamente estáveis (alta de 0,2%), mas as perspectivas são positivas com a retomada do food service. As exportações seguem como principal destaque: no primeiro semestre de 2021, o faturamento chegou a 20,7 bilhões de dólares, alta de 18,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O setor continua operando pressionado pela elevação dos preços das principais commodities agrícolas e pela restrição da oferta de material para embalagens plásticas e metálicas. Os dados constam da pesquisa mensal da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia).
O faturamento com as vendas voltadas para o mercado interno foi de 308,1 bilhões de reais no primeiro semestre. Com o avanço da campanha de vacinação e a reabertura dos escritórios em vários lugares do país, a alimentação fora do lar deve voltar a crescer, o que irá favorecer o food service.
“A retomada, apesar das restrições de abertura por conta da pandemia, deve puxar a aceleração no segundo semestre de 2021”, afirma o presidente executivo da Abia, João Dornellas.
A associação estima que o share da alimentação fora do lar nas vendas da indústria de alimentos para o mercado interno alcance 28% (166,9 bilhões de reais) em 2021, recuperando-se completamente em 2022.
Exportações
As exportações seguem como principal destaque: no primeiro semestre de 2021, o faturamento com as vendas para o mercado externo chegou a 20,7 bilhões de dólares, uma alta de 18,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Não houve desabastecimento do mercado interno, que segue absorvendo 74% das vendas, indica a pesquisa. Dornellas explica que o sucesso das exportações se deve, entre outros fatores, à alta demanda global por alimentos.
No acumulado dos últimos 12 meses, as vendas reais, tanto para o mercado externo quanto para o interno, tiveram alta de 3,8%, a produção física cresceu 1,4% e o faturamento nominal aumentou 16,9%. Considerando apenas o primeiro semestre, as vendas reais cresceram 1,9% e a produção física teve incremento de 1,8% em relação ao mesmo período de 2020. O faturamento total da indústria de alimentos, de janeiro a junho deste ano, foi de 413,3 bilhões de reais.
Commodities e insumos para embalagens
O setor continua operando pressionado pela alta das principais commodities agrícolas, com destaque para arroz, soja, milho e trigo. De junho de 2020 a junho de 2021, a variação do índice de commodities agrícolas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) foi de 29,6%. Em junho de 2021 o índice foi 33,9% acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, atingindo o maior valor desde novembro de 2011, quando a economia mundial se recuperava da crise de anos anteriores.
Outro fator a ser levado em consideração é a restrição da oferta de material para embalagens plásticas e metálicas, o que eleva os custos. Destaque para a folha de flandres (folha laminada de aço-carbono, geralmente utilizada na fabricação de latas para acondicionamento de certos alimentos e de óleos): além do monopólio na produção nacional e a barreira tarifária, as variações cambiais impedem a reposição com a velocidade necessária.
“A melhoria da disponibilidade interna destes importantes insumos segue dependente da aprovação dos pleitos de redução do imposto de importação”, declara Dornellas.
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