Sete meses de amor a distância
Especialista lembra que a tecnologia, fundamental para manter as famílias conectadas na pandemia, não é capaz de substituir um abraço
Isabela Rovaroto
Publicado em 7 de outubro de 2020 às 21h56.
Última atualização em 7 de outubro de 2020 às 22h20.
Entrando no sétimo mês de isolamento/ distanciamento social, o Brasil começa a dar sinais de recuperação. Mas a abertura tem deixado muitos pelo caminho.
Se a tecnologia conseguiu dar uma boa resposta ao home office a ponto de muitas empresas decidirem incorporar essa prática quando a pandemia terminar, ela não conseguiu dar conta das famílias separadas pela Covid-19. Especialmente em relação aos idosos, um dos principais grupos de risco.
De uma hora para outra, pais, mães, avôs e avós se viram distantes de seus filhos e netos. No início, videochamadas até conseguiram enganar um pouco, mas, depois de tanto tempo, não há mundo digital que substitua um simples abraço.
As famílias estão se virando como podem. De jogar para o alto os protocolos de distanciamento - cada um sabe a sua realidade e não cabe aqui qualquer julgamento - a fazer visitas, mas uns distantes dos outros, sem qualquer toque de carinho.
Mas, mesmo na maioria desses casos, a regularidade dos encontros é bem menor do que antes. O almoço de domingo foi interrompido para muitos. E, quando acontece, é acompanhado da preocupação: será que estou levando o vírus junto comigo?
Os idosos vivem hoje com saudades das pessoas que amam, muitos com a perda da independência de ir a vir e com o medo de ficarem doentes. Não é à toa que muitos estão mostrando sinais de desânimo.
Se não há muito a fazer diante desta realidade, que esse texto seja uma homenagem àqueles que nos ensinaram a viver. Resistam, pois precisamos muito de vocês.
*Sócia-diretora da FSB Comunicação
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