Serviços de assinatura nas mídias sociais é alternativa para monetizar?
É evidente o processo de monetização para além dos anúncios, impulsionamentos e afins, pegando carona na febre dos serviços de assinatura
Bússola
Publicado em 17 de novembro de 2021 às 15h07.
Última atualização em 17 de novembro de 2021 às 15h54.
Por Alexandre Loures e Flávio Castro*
À medida que os consumidores, durante a pandemia, aderiram às compras online, as empresas passaram a ver, nesse modelo, um incrível leque de oportunidades.
É o caso dos serviços de assinaturas que ganharam espaço entre os mais diferentes setores, incluindo as mídias sociais.
Algumas plataformas já começaram a monetizar por meio de vendas de produtos, mas quem deu o primeiro passo e aderiu ao serviço de assinaturas foi o Twitter anunciando, no dia 9 de novembro — EUA e Nova Zelândia — o Twitter Blue, que inclui acesso a funções exclusivas por um valor mensal: botão desfazer (com ele você pode refazer e corrigir seus tweets), pasta de favoritos, artigos sem anúncios, personalização da interface, experimentar recursos com antecedência e a opção Super Follow.
Seguindo essa tendência, o Instagram está preparando seu próprio serviço de assinatura que, entre outros recursos, promete aos assinantes acesso exclusivo ao conteúdo de seus perfis favoritos.
No mesmo estilo do OnlyFans, a novidade é o conteúdo exclusivo para quem paga por essa funcionalidade que terá outras vantagens, a critério de cada perfil.
Outra rede social que, parece, estar aderindo aos serviços de assinaturas, ainda que de forma distinta, é o Facebook que começou a testar uma nova ferramenta que permite a administradores de grupos cobrarem mensalidades de seus participantes.
Ainda em fase de experimento, o esforço da empresa é monetizar as comunidades que já existem na rede, para aumentar o senso de exclusividade nos membros participantes e valorizar o trabalho dos administradores dos grupos.
O que vemos é um evidente processo de monetização para além dos anúncios, impulsionamentos e afins. Uma nova forma de renda e de pegar carona na febre dos serviços de assinatura.
Em uma busca pelo Google você, só na primeira página, encontra um banco lançando um pacote exclusivo para assinantes, a Apple divulgando um serviço exclusivo para novas empresas, uma marca onde você paga mensalmente por alugueis de roupas, celulares e até jogos.
Segundo o relatório de adoção de Streaming Global do Finder, que mensura os 18 mercados de streaming do mundo, o Brasil ocupa o segundo lugar no número de pessoas com pelo menos um serviço de streaming.
Isso nos ajuda a entender o porquê dessa tendência ser tão aceita em nosso país.
Mas é necessário refletir sobre quais as verdadeiras vantagens, nas mídias sociais, e se elas deixarão de ser “sociais” para se tornarem exclusivas de membros que poderão pagar por elas.
O sucesso dessas plataformas é o acesso fácil, rápido e gratuito.
A partir do momento que elas perderem essa essência e ganharem muitos adeptos a uma nova versão, deixarão de cumprir o que prometeram originalmente.
O que virá, ainda não sabemos. Isso dependerá de como os adeptos das redes reagirão porque não são tão claras as vantagens.
É evidente que o foco das plataformas é monetizar, mas em alguns casos, o tiro pode sair pela culatra.
Estamos atentos!
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*Alexandre LoureseFlávio Castrosão sócios da FSB Comunicação
Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
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