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Pandemia eleva índice de sedentarismo entre a população brasileira

Especialista diz que falta de atividade física resulta em impacto ortopédico, com redução da massa muscular e surgimento de complicações

Termo “dor nas costas” teve crescimento de 76% desde o início do novo coronavírus no Brasil (José Cruz/Agência Brasil)

Termo “dor nas costas” teve crescimento de 76% desde o início do novo coronavírus no Brasil (José Cruz/Agência Brasil)

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Publicado em 12 de novembro de 2021 às 17h20.

A prorrogação do isolamento social por conta da pandemia da covid-19 resultou em mais tempo em casa e maior taxa de sedentarismo, aumentando as chances de desencadear dores nas costas, quadris e joelhos. De acordo com o Ministério da Saúde, 47% dos brasileiros adultos não chegam a praticar 75 minutos de atividade física intensa ou 150 minutos de exercícios moderados durante a semana, como recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Após um ano e meio vivendo em ambientes restritos, os ossos, músculos e articulações, por causa da baixa mobilidade, podem ter perdido resistência, reforçando a importância de cuidados para prevenir possíveis lesões decorrentes da volta abrupta a uma rotina ativa. Segundo o Google Trends, o termo “dor nas costas” teve crescimento de 76% desde o início do novo coronavírus no país.

Uma pesquisa no Frontiers of Medicine, em 2020, aplicada em 14 países, inclusive no Brasil, identificou que a prática exercícios que elevam a respiração e batimentos cardíacos, como caminhadas, corridas, esportes variados e, até mesmo, atividades corriqueiras, diminuíram, em média, 41% durante a pandemia. Já a proporção de exercícios rigorosos caiu 42%.

Impactos ortopédicos do sedentarismo

De acordo com Emerson Garms, coordenador médico da Ortopedia e Traumatologia do Hospital Santa Catarina — Paulista, a falta de atividades físicas, leves ou moderadas, resultou em impactos ortopédicos relevantes na população.

“A perda de mobilidade durante este período desencadeou um aumento no sedentarismo, além de outros fatores como a redução de massa muscular, o surgimento de complicações associadas ao alongamento de músculos e articulações e a má postura”, diz.

Segundo o médico, as partes do corpo mais afetadas por este fenômeno foram a lombar, cervical e articulações de carga, como quadris e joelhos, cujos impactos podem estar associados a longos períodos sentados. Essas repercussões também estão relacionadas à falta de pequenos momentos no dia a dia em que a locomoção e movimentação eram necessárias, pois estes ajudavam na manutenção dos ossos, músculos e articulações.

Cuidados no retorno presencial

O especialista fala, ainda, que existem possíveis repercussões ortopédicas que podem surgir a partir dos esforços exigidos pela nova rotina presencial.

“É possível que o aumento abrupto e intenso das atividades físicas possa resultar em um acréscimo nas queixas de dor no corpo. Curiosamente, as áreas mais afetadas por este fator seriam as mesmas que sofreram maior impacto durante o isolamento social e, por isso, muitos indivíduos poderão apresentar dores lombares, cervicais, musculares e nas articulações de carga”, afirma o médico.

Caso seja notada a presença dos sintomas citados acima, um especialista deve ser consultado prontamente para evitar a evolução de complicações que podem interferir a longo prazo na qualidade de vida.

“As principais recomendações para manter a saúde em dia incluem manter uma rotina de exercícios físicos semanais, que contemplem, no mínimo, três dias por semana e que envolvam atividades com uma intensidade baixa ou moderada. Cada sessão diária deve ter uma duração de 30 a 60 minutos. Além disso, é importante garantir uma alimentação saudável, pois a ingestão exacerbada de comidas com baixo valor nutricional pode causar a perda de massa muscular e o excesso de peso”, diz o ortopedista.

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