ZHENGZHOU, CHINA - APRIL 18: A customer tries Huawei Pura 70 series smartphone at a Huawei store on April 18, 2024 in Zhengzhou, Henan Province of China. Huawei officially kicked off the sales of its much-anticipated Pura 70 series on April 18. (Photo by Jiao Xiaoxiang/VCG via Getty Images)
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Publicado em 13 de março de 2025 às 10h00.
Por Letícia Bufarah, Marketing da Leapfone
pulsionada por uma tendência clara: os consumidores estão cada vez mais dispostos a investir em dispositivos de alto valor. Dados divulgados pela Counterpoint Research, em 2024, revelam um movimento de "premiumização", no qual modelos classificados como premium (com preço médio de atacado igual ou superior a US$ 600) representaram 25% das vendas globais, antes 15% em 2020. Este artigo explora os motivos por trás desse fenômeno, as empresas que lideram o segmento e as implicações para o futuro do setor.
Em 2024, o mercado global de smartphones premium registrou crescimento de 8% em relação a 2023, superando o avanço de 5% do mercado geral. O salto reflete a mudança estrutural no comportamento do consumidor, que prioriza dispositivos com tecnologia avançada mesmo em um cenário econômico desafiador. A categoria "ultrapremium" (acima de US$ 1.000) é a principal responsável por esse dinamismo, respondendo por 40% das vendas do segmento premium. Modelos como o iPhone 15 Pro Max e o Samsung Galaxy S24 Ultra exemplificam essa demanda, combinando hardware de ponta e integração com ecossistemas digitais.
A Apple consolidou sua hegemonia no segmento premium, capturando 66% do mercado em 2024. A estratégia da empresa combina inovação em IA, suporte de software de longo prazo (até sete anos de atualizações) e um ecossistema integrado (Apple Watch, AirPods, Mac). A Samsung, com 18% de participação, mantém relevância graças à diversificação de portfólio, incluindo dispositivos dobráveis como o Galaxy Z Fold.
A surpresa fica por conta da Huawei, que, mesmo sob sanções dos EUA, garantiu 7% do mercado premium, sustentada por sua forte base na China. O país foi responsável por 24% das vendas globais de smartphones premium, ficando logo atrás dos EUA (25%), onde a Apple domina 80% das vendas locais.
A Counterpoint destaca que a ascensão dos smartphones premium está baseada em quatro pilares principais. O primeiro é a tecnologia de ponta, com dispositivos que se diferenciam pelo uso de processadores avançados, como o A17 Pro da Apple, câmeras com inteligência artificial para edição aprimorada e telas adaptáveis com alta taxa de atualização, como 120 Hz e OLED.
O segundo pilar é a longevidade, já que esses smartphones oferecem até sete anos de atualizações de software, garantindo maior durabilidade e justificando o investimento inicial mais elevado.
O terceiro ponto é a prontidão para o futuro, pois a compatibilidade com novas tecnologias, como realidade aumentada e 6G, assegura que os dispositivos permaneçam relevantes por mais tempo.
Por fim, o status e a experiência reforçam a posição dos smartphones premium no mercado, com marcas como Apple e Samsung criando um forte apelo emocional ao associar seus produtos a um estilo de vida sofisticado, tornando a experiência do usuário ainda mais exclusiva.
O fato é que a premiumização reflete uma mudança de paradigma: o celular deixou de ser um produto descartável para se tornar um item durável, central na vida digital dos usuários. À medida que a inteligência artificial, a realidade mista e a conectividade 6G se tornam mainstream, a corrida por dispositivos que antecipem o futuro tende a intensificar ainda mais essa tendência.
Para as fabricantes, o desafio será manter a inovação sem alienar consumidores sensíveis a preços – um equilíbrio que definirá os próximos capítulos desse mercado bilionário.
*Letícia Bufarah é Marketing da Leapfone, startup pioneira no conceito de Phone as a Service e na oferta de smartphones como novos por assinatura.
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