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O avanço da ômicron e seus impactos no turismo e na economia

Executivos de empresas de diferentes setores e portes econômicos falam sobre como estão lidando com a onda de novos casos e os reflexos nos negócios

Variante ômicron reacendeu as incertezas e colocou vários setores em alerta, principalmente o turismo (Fabio Teixeira/Anadolu Agency/Getty Images)
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Bússola

Publicado em 27 de janeiro de 2022 às 19h00.

Última atualização em 27 de janeiro de 2022 às 19h23.

Depois de uma relativa “calmaria” na pandemia, ainda que com um final de ano embalado de preocupação com o impacto das festas de Natal e Réveillon na propagação do novo coronavírus, o Brasil enfrenta uma explosão de casos positivos da covid-19. A variante ômicron reacendeu as incertezas e colocou vários setores em alerta, principalmente o turismo. A alta disseminação do vírus já causou cancelamentos de eventos importantes, entre eles, o Carnaval.

Um relatório divulgado recentemente pela Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que a cepa já é responsável por 60% dos casos no último mês e que as curvas de transmissão de países como Canadá e Reino Unido, que têm coberturas vacinais semelhantes às do Brasil, caíram depois de um mês, o que tem levado especialistas a projetarem, apesar da alta transmissibilidade, a diminuição de casos no final de fevereiro.

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Mas enquanto os números não caem, as empresas ligadas ao turismo já sinalizam que estão em alerta e enfrentando algumas dificuldades. “Nós já fomos impactados com muitas remarcações e até cancelamentos, uma vez que os viajantes não podem [ e nem devem ] embarcar pelas positivações que estão ocorrendo”, declara Rodrigo Rodrigues, diretor comercial da Schultz Operadora.

Por outro lado, o executivo diz que, a exemplo do que ocorreu no mercado internacional, a empresa já trabalha com expectativa de retomada a partir de fevereiro e na janela de um mês prevista pelos especialistas. “É o que esperamos. Mais do que isso. É o que precisamos para que os viajantes voltem a ter confiança no planejamento de suas viagens”.

Também a indústria hoteleira segue em alerta. Para Fernando Kanbara, gerente-geral do hotel Grand Mercure Curitiba Rayon, já é possível sentir o impacto, ainda que menor que 2020. E, além disso, o modelo híbrido volta a ser uma alternativa para dar continuidade às agendas.

Já para o diretor de desenvolvimento de novos negócios da Livá Hotéis e Entretenimento, uma operadora independente na gestão de empreendimentos multipropriedade, João Cazeiro, esse segmento ainda não foi impactado “Nós trabalhamos com proprietários, que fazem, em sua maioria o turismo regional e se locomovem por rodovias”.

Cazeiro diz que em Caldas Novas (GO), por exemplo, as chuvas de Minas Gerais, de onde vem grande parte do público deste destino, causaram mais cancelamentos do que os casos da covid-19. Ele acredita que o aumento de casos positivos não deve mudar os planos de expansão da empresa.

Também em tom positivo e de confiança, Thais Del Ben, gerente de Marketing da WTM Latin America, maior e mais importante feira de negócios do turismo da América Latina, que será realizada entre 5 e 7 de abril, em São Paulo, fala sobre a alta demanda de viagens do momento.

“Não minimizamos os riscos e precisamos ficar alertas aos cuidados e todos os protocolos e exigências sanitárias, mas confiamos que a indústria do turismo esteja preparada. Se as previsões confirmarem e a variante perder a força, os profissionais de turismo estarão ainda mais confiantes”, diz Del Ben.

De acordo com Luiz Deocleio Fiore, consultor de negócios e sócio-proprietário da OnBehalf, apesar da preocupação de executivos de várias indústrias, da necessidade de acompanhamento, atenção e cautela, a variante ômicron desacelerou o crescimento econômico em muitos setores, de modo geral, mas de uma forma não tão grave.

E é na contramão das empresas atingidas nestes primeiros dias do ano que está a Atrio Hotel Managment, especializada no desenvolvimento, implantação e operação de hotéis, com cerca de 70 empreendimentos administrados no país.

“Não tivemos impacto. Na verdade, tivemos a nossa melhor primeira quinzena de janeiro dos últimos dez anos, resultado estimulado pelo segmento de lazer, que começou em dezembro e segue estendido. Tivemos, claro, cancelamentos, mas eles não são expressivos”, diz César Nunes, vice-presidente de vendas e marketing da empresa.

O executivo reforça que, embora tímido, o segmento corporativo vem compondo, cada vez mais, o mix oferecido pela empresa. “Estamos com uma alta demanda de orçamentos para grupos e eventos nestes próximos dois meses”, declara Nunes.

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