(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Bússola
Publicado em 27 de agosto de 2021 às 19h13.
Por Márcio de Freitas*
É uma frase muito citada, mas cujo sentido se perdeu dos tempos atuais: “Foi uma vitória de Pirro”. A explicação vem do fato ocorrido na Grécia antiga, quando Pirro, rei de Épiro, enfrentou as legiões romanas e as venceu. Mas a vitória lhe custou sérias baixas em suas forças e a perda dos principais comandantes. Ao ouvir a saudação de um soldado pela vitória, Pirro teria respondido: “Mais uma vitória como esta e estarei arruinado”.
A vitória no 7 de setembro pode ser ruim para um governo que deveria criar um ambiente de estabilidade e tranquilidade para o desenvolvimento do país com a retomada econômica. Todo investidor é avesso a riscos e instabilidade.
Riscos maiores e maior instabilidade é tudo que se produzirá com milhares nas ruas. Ninguém duvida do apoio ao governo Jair Bolsonaro, que mantém, mesmo após a crise sanitária e os efeitos na economia, aprovação de ótimo e bom de cerca de 25% da população.
Mesmo que esse apoio seja declinante, ainda é muita gente. E capaz de impulsionar uma candidatura ao segundo turno. Se é suficiente para vencer, é outra questão.
A radicalização beneficia quem deseja instabilizar quem exerce o poder. E salientar suas fragilidades. É curioso que essa seja a arma do governo para ameaçar a oposição, que só se mexe em reação – até o momento.
Bolsonaro ocupa o centro do palco, é o protagonista natural. Mas causa desgastes a seu próprio governo. Poderá vencer no dia 7, mas outras vitórias pelo mesmo caminho convulsionado podem sair caras ao seu projeto político futuro.
*Márcio de Freitas é analista político da FSB Comunicação
**Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.
Siga a Bússola nas redes: Instagram | LinkedIn | Twitter | Facebook | Youtube