Live: Os benefícios corporativos precisam se adaptar à nova realidade
Em debate, especialistas discutem mudanças trazidas pela covid-19 para as relações de trabalho e o cenário dos benefícios corporativos
Bússola
Publicado em 4 de fevereiro de 2022 às 17h45.
Última atualização em 4 de fevereiro de 2022 às 18h32.
Entre as muitas mudanças trazidas pela pandemia está a nova relação com o trabalho. Com a chegada do coronavírus, que colocou em risco a sobrevivência de empresas e empregos, foi preciso se adaptar. O home office virou realidade para profissionais nas mais diferentes atividades, embaralhando os limites entre a casa e o escritório. Onde as atividades presenciais foram mantidas desde o começo, em especial nos serviços considerados essenciais, houve a adoção de protocolos sanitários rígidos para garantir a segurança das equipes.
Nesse cenário de incertezas, qualquer que fosse o modelo de trabalho, os colaboradores sentiram a necessidade de estarem mais próximos das companhias. Ter gestores e líderes por perto, mesmo que à distância, transformou o cenário corporativo. E para aproximar ainda mais os funcionários, as empresas entenderam a importância de aderirem a benefícios corporativos que pudessem render benfeitorias.
Mas é preciso também que os benefícios se adaptem à nova realidade imposta pela covid-19. Faz sentido o auxílio deslocamento para quem trabalha remotamente? E o vale-refeição, que só pode ser usado exclusivamente em restaurantes? Esse saldo com mobilidade e alimentação fora de casa não poderia ser usado em outras necessidades dos indivíduos? Diante das crises sanitária e econômica, oferecer assistência médica e planejamento financeiro é, por exemplo, um grande diferencial para atrair e reter bons talentos.
Com a transformação da vida profissional nos últimos dois anos, como o mercado de benefícios pode atender mais efetivamente às demandas dos profissionais? Como as empresas podem se aproximar de seus times, investindo recursos em produtos e serviços que sejam da preferência deles? Quais são as categorias de benefícios do futuro?
Todas essas questões foram debatidas hoje na Live Bússola “Empresas mais perto dos times: A importância dos benefícios corporativos na pandemia”, com a participação de Eduardo del Giglio, CEO e cofundador da Caju Benefícios, Matheus Assy, CRO e cofundador da Pilla e Mávio Bispo, CEO e cofundador da Viziomed. A mediação foi do jornalista Rafael Lisbôa, diretor da plataforma.
Eduardo del Giglio, CEO e cofundador da Caju, destacou que em 2019 a startup já pensava que os benefícios corporativos do futuro precisariam ser flexíveis e adaptáveis para a realidade dos colaboradores. “A pandemia acelerou movimentos que iriam acontecer com mais leveza e uma dessas mudanças foi a maior conexão entre a empresa e os funcionários. Alguns benefícios passaram a não fazer mais sentido — como o auxílio transporte para funcionários em home office. Quase nenhuma empresa oferecia benefícios flexíveis e hoje vemos que a maioria tem buscado essa atualização”.
O empreendedor destacou, ainda, que o modelo de trabalho híbrido e remoto continuará vigorando para muitas funções mesmo após o fim da pandemia e que os benefícios também devem se adaptar às questões regionais. “Temos muitos casos de funcionários que trabalham para empresas nacionais, mas vivem fora do Brasil. Nesses casos as empresas têm buscado oferecer benefícios que façam sentido para a realidade e localidade de cada indivíduo”, explica.
Para Mávio Bispo, CEO e cofundador da Viziomed, ao mesmo tempo que a saúde ganhou grande relevância no dia a dia da pandemia, cuidados com exames de rotina foram negligenciados. Neste cenário, o empreendedor destacou o papel das empresas em cuidar da saúde dos colaboradores.
“Existe uma responsabilidade muito grande das empresas de oferecer uma qualidade de vida melhor para os colaboradores e seus familiares. Para o futuro, imagino que vamos ter profissionais cada vez mais qualificados e com ferramentas eficientes para cuidar dessas vidas no time de RH das grandes corporações. A meu ver, o futuro dos benefícios é sobre cuidado”, afirmou.
Junto com a crise sanitária veio também a crise econômica. Aqui no Brasil a inflação galopante tem deteriorado a renda das famílias e, consequentemente, seu poder de compra. A pandemia piorou a situação financeira do brasileiro, impactando, principalmente, os colaboradores que ganham menos.
O CRO e cofundador da Pilla, Matheus Assy, explicou que os problemas financeiros desencadeiam questões em todas as áreas da vida — saúde, relacionamento e rendimento no trabalho. “A produtividade cai e aumenta a possibilidade do funcionário querer mudar de trabalho por uma pequena diferença de salário. O que a Pilla faz é disponibilizar para esses colaboradores um acesso a um consultor financeiro exclusivo que pode gerir e contribuir para que tenham uma melhor relação com as finanças”, explica.
O debate destacou a responsabilidade social das empresas em promover cuidados com os colaboradores que os possibilite acesso à experiências de qualidade na sociedade. Durante a conversa foi possível identificar que essas ações são positivas para as empresas, que têm sua marca fortalecida, e os trabalhadores — que são funcionários felizes e realizados no dia a dia.
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