Juventude não está perdida: 72% dos jovens da geração Z ajudam em despesas
Levantamento mostra que ajuda financeira no próprio lar está diretamente ligada ao conceito de independência para geração atual
Bússola
Publicado em 20 de julho de 2022 às 10h15.
Por Bússola
Aquela antiga ideia dos pais provedores e completamente responsáveis pelas contas de casa está ficando para trás para a geração Z. Segundo o levantamento realizado pelo Grupo Consumoteca com 1600 pessoas de todo o Brasil entre 16 e 55 anos das classes A, B e C, os jovens entre 16 e 25 anos estão financeiramente mais ativos dentro de seus núcleos familiares.
Dentro dessa faixa etária, 63% dos entrevistados já têm fonte de renda própria, sendo 24% como trabalhador autônomo e 28% no setor privado. Além disso, 72% deles ajudam nas despesas domésticas. Isso varia desde pagar uma conta fixa por mês até dividir na metade os gastos totais da casa. Isso porque 64% das pessoas moram com familiares como pai, mãe, tios e outros parentes, enquanto 33% mora com cônjuge ou namorado.
Embora a maior fatia da amostra se concentre nas classes B, com 37%, e C, com 58%, com renda entre R$ 1.200 a R$ 2.400, a classe social nada tem a ver com o comportamento desta geração. Os jovens, de maneira geral, querem contribuir com o pagamento dos gastos mensais.
“Há, na juventude, um desejo por independência e liberdade advindas do comprometimento com os custos da vida doméstica e com ter o próprio dinheiro.” afirma Michel Alcoforado, antropólogo e sócio fundador do Grupo Consumoteca.
Porta da independência
A pandemia do novo coronavírus fez com que muitas famílias tivessem suas rendas familiares reduzidas de forma drástica. Com isso, se tornou importante e até necessário um complemento financeiro para que todas as contas fossem pagas. Para a juventude, este foi o perfeito encontro de oportunidades e resoluções.
Por um lado, para pais, parentes, cônjuges ou namorados, a contribuição vinda dos jovens foi uma ajuda financeira muito bem-vinda. Por outro, para a geração Z, é importante ter a liberdade de decidir o que desejam para suas vidas e a forma de conquistá-la.
“A ideia é que, se pago minhas próprias contas, posso ter o controle sobre a minha vida. Se eu ajudo em casa então… Os jovens querem ter autonomia para viver como desejarem e a independência financeira é o caminho para isso”, finaliza Alcoforado. Parece que a juventude não está tão perdida quanto uma parte da sociedade acredita, não é?
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