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Inovação e setor jurídico: como é possível aliar?

Em entrevista à Bússola, empreendedor conta como tecnologia e cultura organizacional estão desburocratizando e acelerando a inovação no segmento

Equipe Invenis com Matheus Bombig, cofundador da startup, ao centro (Invenis/Divulgação)

Equipe Invenis com Matheus Bombig, cofundador da startup, ao centro (Invenis/Divulgação)

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Publicado em 13 de março de 2022 às 11h04.

Atualmente, com quase 80 milhões de processos ativos, o Brasil é um dos países com maior burocracia no âmbito judiciário. Tanto é verdade que, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), as estimativas apontam que os gastos na área ultrapassam a marca de 2% do PIB nacional, enquanto em outras nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os custos não passam de 0,5%.

Pensando nisso, a Bússola conversou com Matheus Bombig, cofundador da Invenis, legaltech cujas ferramentas ajudam escritórios e departamentos jurídicos a tomarem decisões estratégicas com mais agilidade e precisão.

Bússola: Não é novidade que o Brasil é um país burocrático no setor jurídico. A tecnologia pode ajudar a mudar esse cenário?

Matheus Bombig: Mesmo que embrionário em relação à inovação, os primeiros passos estão sendo dados, pois é preciso, com urgência, desburocratizar e facilitar o acesso a informações de processos jurídicos no Brasil. Aos poucos, o tradicionalismo está sendo deixado de lado e evoluindo. Atualmente, vemos esse nicho apostando na tecnologia para fugir da burocracia que ainda os cerca ao automatizar processos e desenvolvendo sistemas de gestão e monitoramento.

Bússola: Quais são as soluções inovadoras desenvolvidas pela Invenis para melhorar os processos no setor jurídico?

Matheus Bombig: Temos uma ferramenta que monitora e alerta sobre novos processos judiciais, além de outras que possibilitam acompanhar o andamento de ações existentes e extrair o histórico processual nos mais de 150 Tribunais de Justiça do Brasil. Essas soluções proporcionam mecanismos para os advogados e departamentos jurídicos aumentarem o tempo de defesa e reduzirem as revelias, ampliando a visibilidade dos processos ajuizados e suas movimentações.

Além disso, pretendemos lançar em breve uma nova ferramenta baseada em análise preditiva, no qual os clientes passarão a receber as probabilidades de êxito quando surgirem novos processos, conforme sentenças proferidas em ações similares. Outra novidade prevista é uma ferramenta de identificação de créditos judiciais, como precatórios.

Bússola: Recentemente a Invenis adotou um modelo de gestão disruptivo. Como avalia o processo até aqui?

Matheus Bombig: Tem sido fantástico. Quando decidimos desconstruir a hierarquia, cada membro do time passou a ter autonomia para tomar decisões. Isso ajudou a desenvolver senso crítico durante os processos e abriu espaço para a equipe errar e criar.

A maioria dos livros de gestão prega um modelo baseado em pirâmide hierárquica com centralização de autoridade. Contudo, esse método está virando um gargalo pela necessidade de agilidade na tomada de decisões que o mundo complexo e conectado de hoje exige.

Um dos pilares de uma organização Teal, método adotado pela Invenis, é a gestão descentralizada, que dá liberdade para os colaboradores tomarem decisões sem perda de tempo e excesso de processos.

Hoje, já é possível mensurar um impacto positivo nas experiências dos clientes, justamente por não haver burocracia nas tomadas de decisões. Ou seja, conseguimos atender às necessidades deles e fazer negociações mais velozes, que façam sentido para ambos os lados.

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