Aquapolo atende quatro clientes no Polo Petroquímico (Bússola/Divulgação)
Bússola
Publicado em 19 de junho de 2022 às 14h49.
Por Bússola e Indústria Verde*
A água é um recurso fundamental para que haja vida no planeta, necessário em inúmeras atividades como irrigação de lavouras, abastecimento público, atividades industriais e geração de energia. Esse recurso, no entanto, é finito e limitado, o que torna essencial utilizá-lo de forma consciente e sem desperdício.
Em 2009, a partir de uma demanda do Polo Petroquímico de Capuava, em Mauá (SP), o projeto Aquapolo começou a ser planejado, em parceria com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). O objetivo era abastecer o Polo com água de reúso proveniente do esgoto tratado inicialmente pela companhia de saneamento.
“Havia uma demanda muito grande por água por parte do Polo Petroquímico de Capuava e uma dificuldade em se obter o recurso. A captação era feita no rio Tramandaí, que está cada vez mais poluído. As empresas tinham um custo alto para tratar essa água e, em alguns momentos do ano, como no outono-inverno em que há estiagem, a vazão do rio ficava reduzida podendo haver risco de as indústrias ficarem sem o recurso”, afirma o diretor-presidente da Aquapolo, Marcio da Silva Jose.
A Aquapolo tem capacidade de produzir até mil litros de água de reúso por segundo, utilizando os mais avançados processos tecnológicos existentes no tratamento de água e efluentes. Hoje, além do Polo Petroquímico de Capuava, a empresa fornece água de reúso para outras indústrias do ABC paulista.
Água tratada
A Aquapolo fica dentro da estação de tratamento de esgoto ABC, em Heliópolis. A empresa compra parte do esgoto tratado de forma primária e secundária pela companhia paulista e continua o tratamento para que essa água atinja um nível próximo da água potável, sendo cristalina, sem cheiro ou gosto.
A empresa dá novo uso para 100% da água proveniente de efluentes tratados. Nada é retornado para natureza. “Temos algumas perdas no processo para se chegar na qualidade, mas nada é descartado. A perda que temos acaba voltando para a estação da Sabesp e é diluída no esgoto que ainda será tratado por ela”, diz Márcio.
A água tratada é entregue ao Polo Petroquímico por meio de uma adutora de 17 quilômetros, construída para condução e distribuição da água produzida. São beneficiadas dez plantas de quatro clientes dentro do Polo e, ao longo do trajeto da adutora, fora do Polo, mais quatro empresas.
A adutora sai da sede em São Paulo e passa pelos municípios de São Caetano do Sul e Santo André, até chegar a uma torre de distribuição em Capuava, em Mauá, onde fica o Polo Petroquímico. A partir dela, uma rede de distribuição de 3,6 quilômetros entrega a água para cada um dos clientes do Polo. A adutora foi projetada para permitir derivações, viabilizando o atendimento de possíveis clientes ao longo de seu percurso
Números
Desde o início do funcionamento, em 2012, até janeiro de 2022, a Aquapolo atingiu a marca de 100 milhões de metros cúbicos fornecidos, o que significa mais ou menos 1 milhão de metros cúbicos por mês, o que equivale a uma vazão de cerca de 470 litros por segundo. A empresa trabalha com 50% da sua capacidade e tem planos para expandir a operação no futuro.
Segundo Marcio, essa vazão teria sido suficiente ao longo dos anos para abastecer uma cidade de cerca de 400 mil habitantes. Somente o Polo Petroquímico tem 97% da água utilizada em suas atividades proveniente da Aquapolo, que é considerada líder na produção de água de reúso em toda a América do Sul.
Social
Antes da pandemia, a empresa fez diversos programas no entorno de Heliópolis e em Santo André, como peças teatrais em parceria com a Secretaria de Ensino sobre o uso racional da água, o reúso e como não poluir. As peças alcançaram mais de cinco mil crianças. A Aquapolo também fez programas pontuais de diagnósticos na região em torno da fábrica para entender as demandas locais e assim apoiar a comunidade. “E temos planos de retomar as atividades educacionais após a pandemia.”
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