Em um futuro próximo, teremos mais profissionais na ciência e saúde
Com os holofotes voltados para a pesquisa e o alto investimento de laboratórios, tem crescido o interesse pela graduação em Ciências Biomédicas
Graziella Valenti
Publicado em 6 de junho de 2021 às 12h12.
Última atualização em 19 de junho de 2021 às 16h07.
Historicamente, a disputa por uma vaga no vestibular de medicina está sempre entre as mais concorridas. O sonho de exercer uma profissão essencial e admirada, além da possibilidade de uma carreira promissora, sempre estimulou milhares de estudantes a entrar nessa briga. No último ano, com os trabalhadores da saúde em destaque, o número de interessados em ingressar na área teve um novo salto, dando luz ainda para outras possibilidades promissoras no setor.
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A relevância da ciência e daqueles que integram a linha de frente no enfrentamento da pandemia é o grande impulsionador desta onda. A imagem dos trabalhadores corajosos e incansáveis fortalece o ideal de propósito desta nova geração, que vê na profissão uma forma de fazer a diferença.
As profissões relacionadas à ciência despontaram como opções interessantes para os futuros profissionais. Com os holofotes voltados para a pesquisa e o alto investimento de laboratórios no desenvolvimento de medicamentos e vacinas, tem crescido o interesse pela graduação em Ciências Biomédicas, que oferece disciplinas diretamente ligadas ao tema, como o funcionamento do sistema imunológico e comportamento dos vírus. Na USP, a procura pela Biomedicina no último vestibular foi a maior desde que o curso foi criado em 2011. Em relação ao ano anterior, o aumento foi de 22,3% (como comparação, as inscrições para medicina tiveram alta de 19,4% no mesmo período).
O crescimento na procura por formação em medicina, farmácia, enfermagem, nutrição ou biomedicina, entre outras possibilidades do setor, é uma tendência mundial, como apontou a recém-lançada Global Learner Survey 2021, realizada pela Pearson, empresa global de educação. O estudo ouviu 2 mil estudantes universitários em quatro países (Brasil, China, Reino Unido e Estados Unidos) e revelou que 56% dos entrevistados estão repensando suas escolhas como consequência da pandemia, sendo que 45% deles passou a considerar carreiras da saúde.
A instabilidade em quase todos os setores da economia durante a pandemia, somada ao medo do desemprego, ajudaram a desenhar esse novo cenário. Não só os universitários, mas profissionais de todas os segmentos e níveis estão vivendo mudanças rápidas e drásticas na forma de trabalhar. Ao contrário de outras frentes, no entanto, as áreas da ciência e saúde parecem trazer menos incertezas e mais possibilidades aos olhos dos jovens.
Flavia Rezende* é sócia-diretora da Loures Consultoria
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