Bússola

Um conteúdo Bússola

Em cinco anos, cresce 32,7% o uso residencial de gás natural no Brasil

Maior avanço em números absolutos aconteceu em São Paulo; distribuidoras vêm investindo em aplicações além do uso para cocção

Um dos focos da expansão do setor de gás natural têm sido o mercado imobiliário (Paulo Whitaker/Reuters)

Um dos focos da expansão do setor de gás natural têm sido o mercado imobiliário (Paulo Whitaker/Reuters)

B

Bússola

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 18h42.

Última atualização em 28 de setembro de 2021 às 18h49.

O uso residencial do gás natural começa a ter um crescimento consistente no Brasil. Em cinco anos, o número de pontos de consumo saltou de 2.911.900 unidades em junho de 2016 para 3.865.068 em junho de 2021 — um acréscimo de 32,7%, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).

No período foram adicionadas 953.168 unidades consumidoras em casas e edifícios.

“Esse resultado é um indicador do esforço das distribuidoras para universalizar o serviço de gás encanado. Nesse período, as concessionárias adicionaram mais de 8.500 quilômetros à rede de distribuição, o que representa uma expansão de 27,7%. É uma entrega relevante, principalmente considerando um período em que o país testemunhou anos de retração ou de baixo crescimento da economia”, diz Marcelo Mendonça, diretor de estratégia e mercado da associação.

Em números absolutos, a unidade da federação que mais cresceu foi o estado de São Paulo, com a adição de 576.315 pontos de consumo (34% de alta), somando os resultados das três áreas de concessão.

A maior fatia dessa escalada vem da Comgás, hoje com mais de 2,1 milhões de clientes residenciais — a empresa, no final do segundo trimestre de 2016, contava com pouco mais de 1,6 milhão e propõe adicionar mais de 2,3 milhões de novos clientes em caso de prorrogação do contrato de concessão até 2049.

Outras aplicações além do uso na cozinha

Um dos focos da expansão do setor de gás natural têm sido o mercado imobiliário, que passa por um momento de grande expansão, conforme a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) — o ano de 2020 registrou uma alta de 57,5% nos valores financiados em comparação com 2019.

Segundo as distribuidoras, o uso de gás natural apenas na cozinha é coisa do passado. Para maximizar o atendimento, elas buscam parcerias com o setor imobiliário para oferecer outras aplicações ainda na fase de projeto dos condomínios.

“Cerca de 70% dos novos moradores de prédios, o chamado segmento de new housing, são adeptos das soluções de aquecimento da água do chuveiro com gás natural, seja por aquecedor individual em cada apartamento ou aquecimento central. E sempre que possível apresentamos outras soluções”, afirma o gerente de vendas da Comgás, Fabrício Marti.

Um exemplo é o Figueira Altos do Tatuapé, arranha-céu com 50 andares e 172 metros inaugurado neste mês na zona leste de São Paulo. Agora o maior prédio residencial da cidade, o condomínio tem a churrasqueira a gás natural, instalada nas varandas dos apartamentos, como um dos principais atrativos.

Já em Curitiba, o uso do aquecimento de água é uma cultura consolidada entre os prédios que contam com gás natural, segundo o gerente comercial da concessionária, Mauro Melara.

Para Melara, “a razão está no conforto térmico. Empreendimentos de alto e médio padrão também vêm adotando a fonte energética para aquecer piscinas e suprir lareiras e churrasqueiras”.

A Compagas registrou um crescimento de 50,9% entre os números de junho de 2016 e o mesmo período de 2021. No inverno, entre os meses de junho e agosto, o consumo médio alcançado pelo segmento residencial ultrapassou a casa dos 44.000 metros cúbicos por dia.

Mesmo em localidades com temperaturas mais elevadas, o gás canalizado vem ganhando espaço. No Amazonas, as primeiras conexões aconteceram em 2017. E os números têm subido.

“Em dezembro de 2020, a Cigás contava com 4.364 unidades consumidoras contratadas neste segmento, e até setembro deste ano, deu um salto para 7.080 clientes residenciais”, declara o diretor técnico comercial da concessionária local, Clovis Correia Junior.

A estratégia é maximizar as opções de oferta, sugerindo opções que incluem até mesmo a climatização de ambientes. “Outra solução frequentemente demandada é o uso em geradores de energia elétrica para áreas comuns ou ainda para todo o condomínio, e não apenas como backup em caso de falta de energia elétrica”, diz Correia Junior.

Em Maceió, Alagoas, primeira capital a contar com o atendimento residencial no eixo Rio-SP, um em cada quatro clientes residenciais têm aquecimento de água a gás.

“Nosso time comercial identifica o perfil dos empreendimentos e oferece soluções técnicas que propiciem conforto e conveniência para os futuros moradores. Com isso, conseguimos incrementar o volume de vendas”, afirma o gerente comercial da Algás, Fabio Sousa.

Entre junho de 2016 e junho de 2021, a Abegás registrou um crescimento de 72,5% no número de residências conectadas à rede de gás natural nos estados do Nordeste.

"O gás natural é uma fonte energética versátil, que pode ser usada em diversos segmentos. Até para o equilíbrio da matriz energética brasileira, é bastante oportuno que as distribuidoras estimulem a demanda com novas aplicações e façam seu papel na cadeia produtiva: o desenvolvimento do mercado”, afirma o diretor de estratégia e mercado da Abegás.

Siga a Bússola nas redes: Instagram | LinkedInTwitter | Facebook | YouTube

Acompanhe tudo sobre:ComgásCuritibaMercado imobiliárioRegião Nordestesao-paulo

Mais de Bússola

Bússola Poder: o tribunal eleitoral do capitão

Open Finance é confiável? Cresce 33% número de brasileiros que aceitam compartilhar dados bancários

Saiba qual é o gasto de energia da geladeira mais econômica do mercado que acaba de ser lançada

Saiba em quais cidades é melhor contar com um carro alugado

Mais na Exame